Flavio.Muniz 23/04/2022
Por várias gerações, os lobos desceram de Thunderstorm e sequestraram os filhos de Calla. Quando as crianças voltam, elas estão robustas e todas as faíscas de inteligência e alma desaparecem: não passam de "um corpo enorme sob uma cabeça vazia". Neste país onde quase só nascem gémeos, os lobos raptam apenas uma criança por casal e ninguém sabe porquê, nem o que acontece com as crianças. Enquanto isso, Roland e seu ka-tet não sabem ao certo como deixaram o Palácio de Cristal Verde, ou o que aconteceu depois que conheceram John Farson, o inimigo do pistoleiro que também se chama Marten. Mas eles entenderam que existe uma rosa: por mais frágil que seja, e que ela tem um poder extraordinário.
Então, quando a Calla de repente fica no caminho dos pistoleiros, eles devem escolher entre proteger a rosa primeiro ou salvar os gêmeos deste país.
O ka-tet conhece o padre Callahan (lá do livro “Salem” – o que é bem legal) que lhes conta sobre seu passado terrível, lutando com o homem de preto, os vampiros e os homens de casacos amarelos. Este último, Stephen King já falou em Lost Hearts in Atlantis, o romance que me abriu as portas da Torre Negra. Neste quinto volume, também ouvimos falar dos Ray Breakers. E conhecemos Andy, o robô, e Mia, a filha de ninguém. Muitas histórias intercalam o enredo e retardam a busca. Ou melhor, salvar os filhos da Calla é uma missão dentro de uma missão e o leitor tem que ter paciência. Já vou avisando que nesse livro, King começa a testar a paciência do leitor. A sensação de que você está se afastando do caminho correto se acentua.
Embora já estejamos com eles há cinco volumes, os personagens continuam a nos surpreender, especialmente Susannah. E, claro, o vínculo entre o pequeno Jack e Roland é comovente.
É um “volume de transição”, praticamente um spin off. Assim como no volume anterior, aqui o King se permite muita liberdade narrativa e acumula histórias na história - o "vaadash" de Nova York, a história da vida do padre Callahan, etc... - complicando o enredo de seu romance, sem perder também seu leitor em suas circunvoluções, o que é um verdadeiro feito em si!
O King sempre disse que sua torre escura está no centro de todo o seu trabalho. Acho que aqui, sem revelar nada, começamos a entender o porquê! Apenas o nome Callahan deveria soar um sino, se não largar esse livro e ir ler SALEM! Sim, porque este livro corre o risco de estragar grande parte deste segundo romance de King. Em suma, qualquer fã de King ficará encantado em encontrar esse personagem e descobrir o que aconteceu com ele. Além desta história (e há muitas neste romance), temos o ka. Aquele que nos empurra para o destino deste povo querido de Calla, incluindo o robô Andy (de múltiplas funções). Às vezes pode ser um pouco pesado, pelo menos foi a parte que eu menos gostei, o tempo de inatividade da novela... Mas também tem a parte Vaadasch. A da Torre de Nova York (e essa parte é realmente cativante).
O volume termina mais uma vez com um cliffhanger que promete um volume 6 e se você chegou até aqui não vai mais querer parar.