Aline 16/01/2019Resenha escrita para o blog: LOVE MY BOOKSLena e sua equipe ficam encarregado de buscar o corpo de uma universitária encontrado em um lado de Grant. Junto aos pertences da garota perto do lago havia um bilhete que levava a entender que ela havia tirado a própria vida.
Após uma rápida olhada no corpo da garota identificada como Alisson Spooner, por conta dos seus documentos estarem no local, Lena consegue perceber que não se trata de um suicídio e sim um assassinato, devido ao corte meticuloso encontrado na nuca da vitima.
Para descobrir o que havia acontecido e dar inìcio a investigação, Lena, seu chefe Frank e mais um policial se dirigem à garagem onde Alisson fazia moradia. No local, sem um mandando de busca, acabam encurralando Tommy, um menino com baixo QI e amigo da garota, empunhando o que aparentava ser uma faca. Após uma perseguição o colega de Lena acaba sendo esfaqueado pelo suspeito e o mesmo é prezo e levado a confessar o assassinato que supostamente havia cometido.
Tommy implorava pela presença de Sara Linton, a médica o qual tratava dele quando pequeno, que após tomar conhecimento sobre os detalhes do crime percebe que o QI de Tommy é baixo demais para um assassinato de Alisson, que pareceu tão planejado. Assim, ela liga para Will Trent e o mesmo fica encarregado em investigar a polícia de Grant por negligência entre outro crimes e também quer descobrir o que realmente aconteceu com a garota assassinada.
Destroçados é o quarto livro da série Will Trent, que pode ser lido fora de ordem por cada livro contar a estória de um crime diferente. A única sequência é o relacionamento e vida pessoais dos personagens, o qual não interfere nas tramas. Nesse livro iremos encontrar um assassino inteligente, capaz de planejar um assassinato onde a própria chuva leve seus rastros embora. Um pouco mais esperto que o comum, porém nada fora do normal ou extraordinário para mim.
Esse foi meu segundo contato com a autora e posso afirmar que sou apaixonada pela maneira que Will Trent coordena suas investigações. Ele tem uma calma fora do comum e é muito cauteloso com as suas palavras. Tem um temperamento adequado para seu cargo, nada do comportamento rebelde comum de encontramos no gênero e não deixa suas suposições falarem mais alto que fatos e provas reais.
Composto por capítulos longos de em média trinta a cinquenta páginas, com alguns um pouco menores, Karin Slaughter traz uma narrativa densa, que necessita de uma maior atenção, porém não pesada, fazendo com que a extensão dos capítulos passem sem que o leitor note por estar totalmente imerso na leitura e não conseguir largar por conta de sua curiosidade.
Não irei negar que as vezes, por conta da narrativa mais trabalhada, o livro pesou um pouco e precisei de alguns minutos para dar uma respirada, mas como já comentei, a curiosidade era maior e eu sempre acabava voltando para a estória. No livro, falando sobre sangue e detalhes, houve apenar uma ou duas cenas que foi difícil não fazer uma careta, porém nada de revirar o estomago ou repugnantes ao ponto de precisar parar a leitura.
Uma das coisas que mais me agradam na Karin Slaughter é que, ao meu ver, ela gosta de fugir, mesmo que seja só um pouco, do padrão. No caso de "Esposa Perfeita", meu contato anterior com a autora, os leitores ficam sabendo antes da equipe policial o que havia acontecido. Em Destroçados o livro foi muito mais trabalhado e conta com um aprofundamento maior pelo fato da estória sair de apenas a investigação do assassinato e haver toda a manipulação, negligência e problemas na força policial da cidade, principalmente da parte de Lena que já havia sido responsável por outros problemas semelhantes em situações anteriores — e sair impune —.
Por conta da narrativa da autora e do peso da obra, temos uma atmosfera bem sombria no livro, mas que não causa medo no leitor, apenar deixa aquela áurea de tenção e mostra a carga que o caso deixa sobre os envolvidos.
Grant é uma cidade pequena e isso contribui para que todos se conheçam e a estória fique melhor situada, poupando os personagens, principalmente a polícia, de correr desesperados atrás de informações sobre a vítima e outras pessoas. Esse fato também contribuiu para que a polícia da cidade, querendo adulterar a investigação para salvar a própria pele, escondesse provas ou manipulasse fatos, agravando a situação e o crime da força policial.
Conseguimos notar uma relação muito forte entre alguns personagens. No caso de Will Trent com Sara, nos é apresentando a construção do relacionamento deles que cresce com o passar da série. Porém, mesmo no quarto livro já conseguimos ver uma grande conexão entre os personagens.
Já no caso de Lena e Frank a relação e fidelidade entre eles é construída durante toda o desenrolar de Destroçados, e conseguimos ver o quanto ela é forte e permanecem defendendo um ao outro apesar de desentendimentos e erros cometidos pelos mesmos.
Durante a leitura, quando ficamos sabendo do autor do crime, lembrei-me de um comentário feito anteriormente que de certa forma teria entregado o desfecho da obra. Apesar disso, o tal comentário é algo muito banal e bem cotidiano que é facilmente deixado de lado pelos investigadores e também pelo leitor. Por haver muitas coisas faladas e suposições feitas durante a leitura, isso também acabará sendo deixado de lado por você e no final será um grande tapa na cara.
A maioria dos livros policiais que tenho lido não entregam ao leitor uma lista de suspeitos, mas temos nosso motivos para desconfiar de alguns personagens que rondam a trama. Para mim, não faço teorias em todos os livros, mas nem todos são necessários que haja algo claro apontando "os principais suspeitos", já que quem gosta de teorizar irá criar suas próprias suspeitas.
Destroçados não é o meu preferido do gênero, mas consigo admirar a capacidade de Karin Slaughter na construção da trama e personagens. Se vocês gosta de um livro bem aprofundando recomendo!
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