gab 29/12/2017minha estanteSe tivesse prestado atenção quando leu minha crítica teria percebido que não resumi o pensamento do Pondé ao tal "rancor com o sexo oposto" - que de qualquer forma pode ser observado na fala do autor - mas sim, que ao ter contato com as mais renomadas obras do mesmo é fácil notar o quão repetitivo ele chega a ser, apesar de apresentar boas ideias - menção honrosa ao "Contra um mundo melhor" que considero o melhor de seus livros. Não sou feminista - ainda que fosse, apontar o fato não é lá a maneira mais inteligente de refutar um argumento - e compartilho a crítica do Pondé a respeito do paradoxo de repressão à sexualidade levantado por esses grupos sob a justificativa de liberdade sexual e falta de compreensão da natureza feminina, todavia, "Amor para corajosos" não passa de uma "Filosofia da adúltera" (mal) reciclado em uma (falha) tentativa de ressuscitar a ideia muito bem desenvolvida de Nietzsche a respeito do amor como tortura egoísta, provando a cada livro que o autor tornou-se preguiçoso, ou simplesmente esgotou seu repertório.
No mais, parece que a onda "anti-politicamente correto" cada dia que passa demonstra o desejo de vestir o manto dos SJW quando os destronarem criando apenas uma outra Novilíngua determinando como cada um deve pensar e reagindo histericamente a qualquer um que ouse levantar-se contra seu pensamento, tal qual as feministas e os ditos "inteligentinhos" que tanto magoam suas sensíveis convicções. Feministas chorosas com propaganda de cerveja os fazem rir, mas eles mesmos gritam como crianças histéricas ao se deparar com a foto de uma travesti em uma latinha de Coca, afirmam que "feministas nada entendem de mulher", mas ficam tristinhos ao ser rejeitados vez após vez por mulheres cansadas de seus caprichos, afirmam não se ofender com nada, procuram quebrar todos os padrões sociais de fala, mas com tudo se ofendem e tudo fazem para calar aqueles cujas opiniões lhe incomodam.
O livro em nada me incomodou - além dos meus dezanove reais e noventa centavos desperdiçados - discordo da visão do Pondé acerca da mulher em diversos pontos, mas isso não me impede de aprecia-lo quando de fato escreve bons livros ou artigos sobre o assunto, vi como rasa sua abordagem a respeito da homossexualidade em seu livro, mas compreendo o que quer dizer quando fala da profundidade do apaixonar-se pelo oposto, sua voz no Brasil atualmente é relevante e me ajudou pessoalmente juntamente com outros autores que hoje não mais me enchem os olhos - como Rodrigo Constantino e o próprio Olavo de Carvalho - a sair da bolha estúpida de justiça social em que me encontrava e enxergar o mundo de forma totalmente diferente, por isso o admiro e sigo a acompanhar seu trabalho, entretanto Pondé, para meu desapontamento e o de muitos, parece estar caindo nesse ciclo de novos justiceiros ofendidos e seus seguidores infelizmente seguem o mesmo caminho.