Frantumaglia

Frantumaglia Elena Ferrante




Resenhas - Frantumaglia


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Rahrt 26/04/2022

"Escrever é um ato de soberba."
Se eu já achava essa mulher fenomenal antes, não sei nem o que dizer agora!

Escolhi ler Frantumaglia após ter lido todas as obras publicadas de Elena Ferrante e, em retrospecto, olho para elas com ainda mais carinho e admiração - e até com um pouco mais de respeito pelo fato de seus temas serem tão recorrentes, coisa que me incomodou bastante antes.
A persona construída, os motivos pelos quais escolheu "não se vincular" aos livros, a instigante forma como fala de seus personagens e suas experiências, sua vivência... é uma leitura riquíssima e fascinante.
Certeza que se eu não tivesse lido o e-book, meu livro estaria quase inteiro pintado de amarelo. Diversas são as partes em que ela, assim como em suas histórias, destrincha trechos deliciosos de serem lidos.
É um livro para se ler de tempos em tempos, absorvendo aqui e ali um detalhe ou outro de uma das autoras mais maravilhosas de todos os tempos. :)

“Não importa como eu tente explicar, o fato é que arroguei-me o direito de aprisionar os outros dentro daquilo que acredito ver, sentir, pensar, imaginar, saber.”
Adegilson.Alves 26/04/2022minha estante
Deu até vontade de ler


Rahrt 27/04/2022minha estante
Pois leia! Mas meu conselho é ler as outras obras da autora primeiro, tem muitas referências.




PorEssasPáginas 17/11/2017

Resenha: Frantumaglia - Por Essas Páginas
Apesar de nunca ter falado de Elena Ferrante aqui no blog, eu já tinha lido 5 livros dela antes de Frantumaglia. Li toda a Tetralogia Napolitana, de A Amiga Genial – uma série maravilhosa, que devorei sem parar para respirar, um atrás do outro, como se fosse um grande livro único. Mas, antes da série, li também A Filha Perdida. Mas não fiz resenha de nenhum deles porque… vocês já sentiram que um autor é tão bom, tão genial, que somos pequenos para falar dele? É como se resenhar um autor desse calibre fosse algum tipo de pecado. Eu me sentia assim com Carlos Ruiz Zafón – e ainda me sinto, toda vez que preciso fazer uma resenha dele. Pois bem, Elena Ferrante é outra autora que me faz sentir assim, que é tão incrível e brilhante que me intimida, não como leitora, como resenhista.

Alguns a chamam de “O mistério Ferrante”. O fato é que Elena Ferrante, este um pseudônimo de uma escritora italiana, decidiu não revelar sua identidade. Segundo ela, os “livros deveriam ser suficientes” para o leitor. E, apesar da ironia de eu ter lido um livro que fala dela, escritora, com suas cartas, e-mails, mensagens, anotações, fechei a obra com a certeza que Ferrante está certa: os livros são suficientes. Nós que queremos, desnecessariamente, escavar a vida de um escritor quando, na verdade, está tudo ali, em suas obras.

Frantumaglia, que dá título à obra, é uma expressão em dialeto, uma maneira que a mãe da escritora costumava descrever o sentimento de ser puxada para todos os lados por forças conflitantes que a dilaceravam. No livro, nós temos justamente isto, e acredito que esta expressão descreve perfeitamente o que uma mulher sente por toda a sua vida e que, somente escrevendo, algumas conseguem se aliviar. E, por escrever, nem digo apenas ser escritora, mas como a própria Ferrante diz, as mulheres escrevem para se acalmarem, em diários, em cadernos, em e-mails. É muito difícil ser uma mulher e, diferentemente do que pensam alguns – especialmente homens -, é difícil ser mulher não por sua biologia, mas por conta da sociedade patriarcal e machista em que vivemos.

Em suas várias trocas de cartas com seus editores, produtores e diretores de seus filmes, entrevistadores e leitores, Elena Ferrante despeja, principalmente, o ser mulher. Ela fala de feminismo, maternidade, a relação sempre complicada, dolorida e repleta de culpas entre filhas e mães… fala de costuras, sentimentos, raiva e ternura. E fala também de conflitos, carreira, escrita, o próprio ato de escrever. Acima de tudo, Frantumaglia é um livro reflexivo, um livro para as mulheres se reencontrarem e também para os homens encontrarem as mulheres de verdade, não com o filtro masculino e cheio de preconceitos, mas como as mulheres realmente são e sentem.

Na primeira parte da obra, Elena Ferrante fala especialmente de seus dois primeiros livros, Um amor incômodo e Dias de Abandono. Foi, para mim, a parte mais morosa da obra, por dois motivos: o primeiro, por minha culpa, afinal ainda não li estes dois livros; o segundo, por conta de, mais uma vez, ironicamente, apesar de não querer revelar a si mesma e dizer que os livros são suficientes, Ferrante é extremamente prolixa e descritiva a respeito de suas próprias obras. Outra coisa que me pareceu foi que, no início, ela não estava mesmo acostumada a isso, a falar das obras e de si mesma, então dava voltas confusas, repetia-se. Porém, à medida que os anos passam, ela se torna mais confiante no que escreve e, a partir de A Filha Perdida e então a Tetralogia Napolitana, ela passa a falar com mais propriedade e dinamismo de seus textos. E, para mim, esta é a melhor parte de Frantumaglia: o acesso a fatos, dados e cenas extras destes livros, que me são extremamente caros.

"Donadio Qual é a coisa mais importante que a senhora gostaria que ficasse em seus leitores após terem lido suas obras?

Ferrante Que, mesmo sob a tentação contínua de baixar a guarda – por amor, por cansaço, por simpatia ou gentileza -, nós, mulheres, não devemos fazê-lo. Podemos perder em um instante tudo o que conquistamos." Página 276

Agora, quanto ao que disse sobre as obras serem suficientes; há perguntas extremamente enfadonhas, algumas vezes dos leitores, mas, na maior parte do tempo, dos jornalistas. Em alguns momentos percebe-se como a própria escritora já não aguentava mais responder as mesmas coisas, especialmente sobre sua decisão de não revelar sua identidade. Dava vontade de gritar: “Parem, simplesmente parem, de falar sobre isso!”. E então, lendo, você percebe que o que de fato interessa é quando Ferrante fala sobre as obras, sobre as personagens, sobre sua escrita, basicamente, sobre o texto, e não sobre si mesma. Ela, Elena Ferrante, está toda ali, em sua obra. Basta lê-la.

site: http://poressaspaginas.com/resenha-frantumaglia
Felicity 07/12/2017minha estante
Você conseguiu falar maravilhosamente sobre essa autora, eu jamais vou conseguir defini-la assim como nunca conseguir definir Clarice Lispector. Parabéns




cecilia.gonzaga.1 20/01/2018

Elena Ferrante
Este livro deixa claro o que todos nós leitores gostaríamos de saber sobre esta autora. Sua personalidade como seus livros são marcantes fortes. Gostei de como ela gosta das coisas as claras, mas não quer o holofotes. Quer que as histórias que escreve sejam o foco. Foi uma leitura de cartas, e-mails maravilhosos. Gostei porque pude conhecer o que importa nela a sua personalidade.
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Andrea M 29/01/2018

Anonimato
Achei o livro muito repetitivo apesar da escritora ter lançado dois romances de sucesso. Talvez, por não ter lido nenhum de seus livros antes de Frantumaglia, me senti perdida na leitura. Fica mais difícil entender o universo da autora e seus caminhos como escritora sem ao menos ter conhecido suas obras.
O livro é extenso com cartas, e-mails, bilhetes, entrevistas, ensaios, trechos escritos e não publicados - fragmentos da autora, onde a própria tenta ficar no anonimato. Praticamente, as perguntas são as mesmas para a autora: por quê ficar no anonimato etc e tal? E, as respostas da autora, em contrapartida, são as mesmas: onde ela não vê necessidade de se expor e o que interessa são seus livros sendo lidos pelos seus leitores mundo afora.
Achei muito "mistério" para quem não quer ficar na mídia e fica um pouco complicado entender a autora que tenta se esconder ao máximo, mas responde a todas as entrevistas gerando mais curiosidade ao público.
Enfim, não deixa de ser uma boa leitura para quem gosta de ler. A autora transmite preocupação em lançar um bom livro e não somente ter retorno financeiro.

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Renata (@renatac.arruda) 02/10/2018

Frantumaglia, uma palavra utilizada pela mãe de Ferrante, pode ser entendida como "emaranhado", um conjunto de fragmentos desconexos. É um título pertinente a este livro de difícil classificação, que mistura entrevistas, cartas, e-mails, trechos excluídos e até um breve conto inédito. Com exceção de seus editores, Ferrante só se comunica com os outros de maneira escrita, e isso inclui até mesmo a consultoria prestada aos cineastas que adaptaram seus dois primeiros romances, Um Amor Incômodo e Dias de Abandono. Sendo assim, este não deixa de ser também um livro, de certa forma, literário em que as respostas de Ferrante muitas vezes se aproximam do ensaio ou de breves introduções reflexivas. Isso faz com que a leitura corrida se torne um pouco cansativa, pois além de haver muita densidade nas entrevistas, algumas perguntas se repetem e deixam a sensação de estarmos lendo a mesma coisa com palavras diferentes.

Apesar disso, vale muito a pena. Ferrante me pareceu a entrevistada dos sonhos, mesmo quando não quer ou não tem muito o que dizer. Suas respostas são bem elaboradas, levando a sério as perguntas que são feitas e sem a utilização de artifícios como frases ensaiadas e respostas padrão. Há muito material aqui para entender como seus livros foram concebidos, o que ela pensa do feminismo, da tradição literária, da psicanálise, do tratamento dado à amizade feminina na literatura e na sua Série Napolitana. São reflexões riquíssimas, que muito me inspiraram e colocaram para pensar. Ela também não foge a perguntas sobre sua identidade e opção de se manter afastada do público e da mídia, e ficamos entendendo melhor que o que começou como uma forma de proteger seus entes queridos e a comunidade napolitana onde cresceu, aos poucos passou a se tornar uma rejeição ao circo midiático que transforma a busca por sua identidade como algo mais importante que a literatura. Ferrante, que acabou sendo revelada recentemente, deixa bem claro que tudo o que há para saber sobre ela está em suas obras, que de forma alguma podem ser chamadas de anônimas: são todas assinadas, o que falta é apenas um rosto para esse nome.

Ainda que, provavelmente, agrade mais aos fãs da autora, por discutir bastante a sua obra, o livro passa ao largo de polêmicas e fofocas e está repleto de joias para quem ama literatura e fazer literário. Os apaixonados pela Série Napolitana também vão encontrar muito material para entender melhor Lenu e Lila (de quem a autora se sente mais próxima) é vão descobrir que a história foi baseada em uma longa e complexa amizade real de Ferrante, com uma mulher que já morreu.

Recomendo fortemente a entrevista para a Vanity Fair (publicada em duas partes no site) e a última, concedida ao autor Nicola Lagioia. E uma curiosidade: Ferrante é leitora de Clarice Lispector

site: https://www.instagram.com/p/BoZaFR5ngZl/
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Livia 14/08/2019

É maravilhoso. Elena comenta seus livros, os filmes produzidos a partir deles, os personagens e diversos outros temas como o feminismo e a política.
Recomendo a leitura desse por último, depois de ter lido a tetralogia napolitana e os outros três dela: Um Amor Incômodo, Dias de Abandono e A Filha Perdida. Assim dá pra contextualizar todos os comentários.
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Tamires 21/01/2020

Frantumaglia: um retrato escrito de Elena Ferrante
Frantumaglia foi o primeiro livro que li neste ano, ainda extasiada por ter lido em 2019 todos os romances de Elena Ferrante lançados em português (até o momento). Foi uma boa escolha, ter lido a ficção dela primeiro, pois Frantumaglia retoma e discute vários aspectos desses livros, além de traçar um retrato da autora.

Este foi um dos poucos livros de “autoensaio”, se é que posso nomeá-lo assim de forma geral, que me fez ficar por dias e dias pensando não só em Elena Ferrante e como ela é maravilhosa, mas também no que eu faço ou penso fazer quando digo que escrevo e divulgo literatura. Elena Ferrante, para quem ainda não leu (L E I A A G O R A M E S M O), tem esse poder de nos mostrar aquilo que não entendemos sobre nós mesmos. O modo como ela lida com a própria escolha de não aparecer, de ser “o nome que assina os livros e só”, é inspirador quando penso no tempo precioso que passamos nos “divulgando” nas redes sociais. Será que isso é realmente importante? Isso é divulgar literatura? Será que o prazer da leitura não fica perdido no meio desses algoritmos todos que lutamos para entender e desses seguidores que lutamos para conseguir? Mesmo com a fama enorme que a escritora italiana alcançou, ela ainda prefere a paz de poder escrever sempre e de publicar quando o texto lhe parece adequado para isso. Qualquer pessoa que leia Frantumaglia vai entender e respeitar essa escolha de Ferrante de falar através de seus livros, sem ter de ser o escritor-personagem que a nossa sociedade cismou que precisa e exige (e algumas editoras também). A autora, entretanto, deixa bem claro que essa foi uma escolha dela, para ela que tivesse mais liberdade para escrever. Não que esse seja o único caminho possível para se fazer literatura, mas foi o melhor caminho para E L A. Se Ferrante tivesse de dar as caras e mostrar quem é a mulher por traz do pseudônimo (sim, neste livro — e em todos os outros — fica bem claro que Elena Ferrante é uma mulher), ela não publicaria mais nada.

Eu fechei o livro e fiquei pensando como uma senhora lá da Itália pôde falar tanto comigo, me dar conselhos que eu nem sabia que precisava. Cá pra nós, passei muito tempo tentando ser uma “blogueira literária”, daquelas com parcerias com mil editoras e autores, mas eu nem tenho esse perfil. Obviamente não sou contra parcerias, mas não funciona para mim se eu tiver de ler algo que não quero ou tenha um prazo rígido para ler um livro e fazer resenha dele. Nada deve comprometer o meu (o seu, o nosso!) prazer em ler. Eu tenho esse blog e uma estante cheia de livros. Não preciso sofrer por nada além de não ter tempo para ler e reler todos o livros que eu já tenho. [Fim do parágrafo de divagação]

Frantumaglia é um verdadeiro presente para os leitores de Elena Ferrante. Tive pena por todas as entrevistas em que os jornalistas direcionaram as perguntas para a questão da “verdadeira identidade” da autora. Certamente perderam a oportunidade de perguntar algo mais relevante. Gostei de saber sobre as escritoras que ela gosta (e que vou ler), dentre elas a nossa Clarice Lispector. Não sei vocês, mas eu não preciso de uma foto de Elena Ferrante. Eu já sei quem ela é. Ferrante está em seus livros e ainda nos deu uma bela fotografia sua chamada Frantumaglia.

“Minha mãe me deixou um vocábulo do seu dialeto que ela usava para dizer como se sentia quando era puxada para um lado e para o outro por impressões contraditórias que a dilaceravam. Dizia que tinha dentro de si uma ‘frantumaglia’. A frantumaglia a deprimia. Às vezes, causava-lhe tonteira, um gosto de ferro na boca. Era a palavra para um mal-estar que não podia ser definido de outra maneira, remetia a um monte de coisas heterogêneas na cabeça, detritos em uma água lamacenta do cérebro. A frantumaglia era misteriosa, causava atos misteriosos, estava na raiz de todos os sofrimentos que não podiam ser atribuídos a uma razão única e evidente. A frantumaglia, quando minha mãe não era mais jovem, a acordava no meio da noite, a induzia a falar sozinha e, depois, a se envegonhar do que fizera, sugeria alguns temas indecifráveis cantados a meia voz e que logo se extinguiam em um suspiro, empunhava-a para fora de casa de repente, abandonando o fogão aceso, o molho queimando na panela. Muitas vezes, também a fazia chorar, e essa palavra ficou na minha mente desde a infância para definir, sobretudo, os choros imprevistos e sem um motivo consciente. Lágrimas de frantumaglia.” (p. 105,106)

“O nome Elena Ferrante começa e acaba nas páginas de cada um dos seus livros. Veio com a escrita, ela deu-lhe uma identidade. Pode definir-se? Quem é Elena Ferrante, escritora?

Elena Ferrante? Treze letras, nem mais nem menos. A sua definição está toda contida nelas.” (p. 231 – em resposta à Isabel Lucas)

“Os autores, como tal, moram em seus livros. Ali se mostram com a máxima vontade. E os bons leitores sempre souberam disso.” (p. 353)

site: https://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-frantumaglia-um-retrato-escrito-de-elena-ferrante/
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Lisi 09/02/2020

Perfeito em todos os sentidos
Elena Ferrante deveria ser uma unanimidade internacional em questões literárias.

Mais uma vez enfiou uma faca no nosso peito com suas verdades incômodas e mudou totalmente a minha visão sobre a relação autor/livro.
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Alexandre 27/02/2020

Que escritora...
Ela tem cartas fantásticas, engraçadas, perfeitas. Ferrante é o tipo de autor que eu quero ler a lista do mercado de tão maravilhosa! Detalhe ela citar Clarice como uma das suas autoras favoritas. Sensata!
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isa.dantas 14/03/2020

Elena Ferrante consegue ser incrível até mesmo em cartas!
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Camila 01/05/2020

Encerrei minhas leituras de Elena Ferrante. Desde a tetralogia da série napolitana, passando por Um amor incômodo; Dias de abandono; A filha perdida; Uma noite na Praia; e agora, Frantumaglia, aprendi muito sobre escrita literária, construção de personagens e as múltiplas dimensões do ser mulher. Mudou meu olhar. Estou diferente. Minha admiração por ela é imensa, assim como é imenso meu carinho por quem a colocou no meu caminho.
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Cristinacob 10/10/2020

Frantumaglia
" Minha mãe me deixou um vocábulo do seu dialeto que ela usava para dizer como se sentia quando era puxada para um lado e para o outro por impressões contraditórias que a dilaceravam. Dizia que tinha dentro de si uma frantumaglia. A frantumaglia a deprimia." P. 105
Nesse livro de não- ficção de Elena Ferrante, a própria autora explica sua escolha de permanecer afastada da mídia. Nas trocas de correspondência, bilhetes e entrevistas, a escritora revela de forma inédita, fatos de sua infância, onde nasceu, a maternidade, o feminismo... dando origem a essa obra que é um verdadeiro presente para os fãs de Ferrante.
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Camila 18/10/2020

Io non ci sto
Elena é fantástica, e esse livro só atesta isso. Ainda que de forma bem intuitiva, acabei lendo Frantumaglia só após ler a tetralogia e seus três romances antecessores, e acho que essa é a decisão mais acertada, já que esse livro traz principalmente reflexões e divagações suscitadas por essas histórias.
A leitura se tornava um pouco mais lenta pra mim devido a algumas entrevistas serem um tanto repetitivas - não aguentava MAIS ler a mesma pergunta e a mesma resposta sobre a ausência voluntária de Elena Ferrante de sua identidade privada.
Me decepcionou a categorização homogeneizante das mulheres feita pela autora - e por todas as pessoas com quem ela dialoga. Apesar dela reforçar bastante as questões de classe permeadas nas suas personagens e nas mulheres mundo afora, em momento algum as racializa, e isso implica também em prescindir do impacto da branquitude na trajetória de suas protagonistas.
Sempre tive uma relação muito conflituosa com a escrita e Frantumaglia é, acima de tudo, sobre isso. Me inspirou muito a escrever; sem recair em formulações baratas ou notas técnicas, Ferrante simplesmente liberta.
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Polly S 29/11/2020

Um verdadeiro presente
Cartas e reflexões que são um verdadeiro presente que Elena Ferrante oferece aos seus admiradores.
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HonorLu 28/01/2021

Um livro que acompanha outros livros
Com esta leitura encerro os livros da Ferrante publicados até o presente momento. Em Frantumaglia encontrei uma experiência nova: um livro inteiro de entrevistas e artigos compilados com o pretexto de discutir e abrir os horizontes dos leitores da autora que se mantém oculta dos holofotes.

A princípio o livro é encantador. Muitas das falas da autora perpassam discussões muito pertinentes dentro da área da literatura: autoria, autonomia do texto, hiperinterpretações, "autobiografia" e outros temas. Entretanto, saímos da leitura um tanto fatigados não apenas pela insistência das Mídias em fazer perguntas genéricas ou repetitivas, mas também por alguns artigos longos demais que se perdem em propósito. Parece-me, e aqui entra uma impressão pessoal, que a autora utilizou do espaço para ensaiar acerca de temas e aproveitou as republicações para expô-las.

A leitura como um todo é dispensável aos leitores dos romances, acredito que apenas alguns curiosos ou leitores mais afincos encontrarão nesse volume alguma serventia.
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