Kelly Oliveira Barbosa 03/02/2017Ficção cristãO mártir das Catacumbas é uma pequena ficção cristã – escrita em data anterior há 1876 - sobre a perseguição de Roma contra os cristãos pelo domínio do Imperador Décio.
Seu autor “anônimo” retrata a carnificina que se dava frequentemente no Coliseu em plena luz do dia a serviço do entretenimento de Roma. Ali milhares de pessoas perdiam cruelmente suas vidas, dentre elas inúmeros cristãos.
Confessar a Jesus Cristo publicamente era um crime hediondo; para aqueles que se atreviam não havia lugar seguro, eram caçados feito animais e se apanhados não havia nenhuma misericórdia. Restaram para eles descer as Catacumbas (antigos cemitérios subterrâneos). Não foram poucas as vidas que se perderam também ali nas condições sub-humanas - sem ar e luz - que famílias inteiras eram obrigadas a resignar-se.
"[...] o que é a vida sem luz, e a segurança do corpo naquelas úmidas trevas que deprimem a alma? A natureza física do homem estremece diante de tal destino, e seu delicadíssimo organismo não demora em perceber a falta daquele sutil princípio renovador que tão estreitamente vinculado está com a luz. As funções do corpo vão perdendo uma a uma suas faculdades e aquele tom normal de energia. Esse enfraquecimento do corpo afeta a mente, predispõe à tristeza, à apreensão, a dúvida e até ao desespero."
- Um episódio da Roma antiga
Dentro desse contexto o autor nos apresenta Marcelo um soldado pretoriano que recebe o encargo de capturar os cristãos moradores das catacumbas. Ele que tinha presenciado um martírio de um grupo de jovens decide antes de cumprir sua missão, descobrir o segredo desses homens e mulheres que enfrentavam a morte tão corajosamente. Em sua busca acaba conhecendo Honório um piedoso ancião cristão, e a partir daí se vê em um grande conflito passando de "perseguidor" para "perseguido".
- Impressões
A história é simples, mas me levou as lágrimas em mais de um momento. É difícil e confrontador imaginar o que os cristãos dos primeiros séculos sofreram por causa de sua fé. Como comentou Benjamin Scott em sua obra, o cristianismo ter sobrevivido ao massacre de Roma é um milagre.
As catacumbas abrigaram os cristãos como se o coração da terra se abrisse para os rejeitados. Não há outra coisa a se pensar, além de que foi um lugar providenciado por Deus para proteger e provar a fé dos seus.
Para leitores cristãos, uma ficção como essa poderá promover pelo menos duas ações, primeira a de orar pelos cristãos hoje perseguidos em todo mundo, são eles também mártires, anônimos, mas mártires. Segundo orar por nós mesmos, pela forma que vivemos o nosso cristianismo. O que temos feito com toda a nossa liberdade para servir o Filho de Deus? Não enfrentamos a espada, a fome, a morte... por causa de nossa fé e louvado seja o Senhor por isso, mas ainda assim, o nosso chamado é ao evangelho de cruz.
Que Deus tenha misericórdia de nós.
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