Lina DC 10/05/2018Antes de começar a resenha em si, vou trazer uma pequena explicação sobre Arton: "Arton é um mundo medieval fantástico povoado de humanos, elfos, anões, goblins e muitas outras raças; repleto de magia, monstros, guerras, heróis e vilões. Arton é um mundo de vários deuses. Os vinte mais poderosos, conhecidos como deuses maiores, formam o Panteão, e regem o universo e os mortais. Embora vivam sempre em tramas, conflitos e estratagemas constantes, os deuses do Panteão não costumam lutar abertamente entre si - com seu poder descomunal, uma tal luta poderia resultar na destruição do mundo. Também existem incontáveis deuses menores. Naturalmente, heróis são necessários para proteger Arton de tantos perigos - e eles existem, em todos os tamanhos e formas. Arton é um mundo de heróis e aventureiros. Eles estão em toda parte, nos reinos, cidades e aldeias. Para cada dez ou doze pessoas normais, existe pelo menos um ser com habilidades especiais de combate ou poderes místicos. O heroísmo é trabalho comum em Arton - seja para façanhas menores, como espantar os lobos que espreitam uma aldeia, até batalhar contra vilões supremos. Existem heróis menores, locais, que protegem suas próprias aldeias, vilarejos e tribos bárbaras; e há também os grandes campeões, lendas vivas que combatem pelo destino do mundo. Diferente de outros mundos fantásticos, estes heróis contam mais com suas habilidades e menos com itens mágicos." (Fonte: http://pt.tormenta.wikia.com/wiki/Arton)
Narrado em terceira pessoa, a história tem como protagonista Christian, um homem de 34 anos de idade que após um evento traumático vinte anos antes teve sua vida totalmente modificada. Os habitantes das Montanhas são um pouco mais primitivos, mais selvagens enquanto que habitantes de lugares como Adhurian são adeptos à tecnologia e a ciência. A trama começa nas Montanhas Sanguinárias, quando Christian e Ichabod, um lefou e mago estão a procura de um ovo de grifo. O que Christian não imaginava é que essa caçada resultaria no encontro com Oihana, uma garotinha que é discípula de Itzel-nelli do Santuário do Jaguar. Oihana, apesar de ser apenas uma garotinha, está em uma missão importante e é uma guerreira hábil e destemida.
Christian é um homem que foge do passado a qualquer custo e por conta disso, tornou-se o tipo de pessoa que aproveita um bom negócio quando a oportunidade surge. Por conta disso, ele é procurado em alguns locais do reino. A sua fuga do passado resultou até mesmo do seu afastamento com o próprio pai, o Doutor Ivo Pryde. Chega um momento em que é impossível continuar fugindo e ele se vê em uma jornada incrível acompanhado dos companheiros mais peculiares: Ichabod, Oihana e Presa Ligeira, um jaguar.
A cada passo dessa nova aventura o protagonista se vê em uma encruzilhada: deverá ele escolher o caminho honrado e acertar as contas com o passado ou deixar enterrado mais uma vez sua história e continuar vivendo como se nada tivesse acontecido?
"- Tempos sombrios drenam a esperança de um povo." (p. 129)
O livro é repleto de locais maravilhosos que enchem os olhos dos leitores: o Castelo de Adhurian, As Montanhas Sanguinárias, A Academia Arcana e muito mais. E é claro que em cada local, novas criaturas e personagens vão sendo apresentados, adicionando novas camadas de encantamento no enredo.
É claro que não poderia faltar um vilão, e nesse livro ele é conhecido como Lorde Z. Lorde Z é um personagem mesquinho, egocêntrico e com manias de grandeza, que não se importa em enganar, manipular ou machucar alguém para conseguir o que deseja. Seus ajudantes são Verônica, uma medusa com um grande arrependimento, Dok, um goblin e Gwen, uma elfa e clériga de Tanna-toh, a Deusa do Conhecimento.
O enredo é muito bem desenvolvido e a história prende a atenção do início ao fim. Um dos pontos que se destacam na história é que cada personagem tem sua jornada, sua história e problemas para lidar. Então o foco não fica apenas em Christian e de certa forma todos os personagens são co-protagonistas.
"- Todo mundo rejeita aquilo que não entende, inclusive você. Ignorância e intolerância andam de mãos dadas.... Mas você pode mudar isso. Não se contente com as migalhas. O primeiro passo para ser valorizado pelos outros é convencer a si mesmo de suas qualidades. Diferente não significa inferior." (p. 131)
"A Joia da Alma" é um livro que fala sobre auto-descobrimento, a força da amizade, a honra e a coragem em admitir seus erros e corrigi-los. A escrita da autora Karen Soarele é leve, fluida e de fácil compreensão. A forma como ela monta o enredo é coerente, bem desenvolvida e tem a capacidade de encantar os leitores. Em relação à revisão, diagramação e layout foi realizado um ótimo trabalho. O livro é cheio de detalhes internos, possui mapas, início de capítulos diferenciados e muito mais. Existem alguns errinhos de revisão e digitação, mas nada que interfira na compreensão do texto.
"Adhurian era uma terra de sonhos, um lugar de paz de espírito e esperança renovada." (p. 71)
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