Um Legado de Espiões

Um Legado de Espiões John le Carré




Resenhas - Um Legado de Espiões


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Amanda 08/03/2021

Um bom livro
No mínimo intrigante. Uma bela forma de passear pela Europa e ter um mínimo vislumbre do serviço.
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Diego 14/02/2021

"O Espião que Saiu do Frio" revisitado
Este livro pode ter sido a oportunidade dos fãs de John Le Carré matarem a saudade de seus personagens icônicos. Justamente a mesma turma de seus grandes clássicos:

O o espião que saiu do frio
O o espião que sabia demais
Somente um colegial

Neste "Legado de Espiões" vemos Peter Guilhian, braço direito do super espião George Smiley, tendo que responder a uma investigação do governo britânico sobre fatalidades causadas por seus espiões na época da guerra fria. Quase um julgamento de uma geração para a outra.

Pegando esse gancho, Le Carré volta até seu "O Espião que Saiu do Frio" em quase todas as páginas do livro. Revê personagens, relembra a trama e seus desdobramentos. O romance fica o tempo inteiro fazendo flashbacks para 1962. Época mais acirrada da Guerra Fria, o território predileto do escritor.

Achei o ritmo bem lento. O final não tem nenhuma virada ou plot Twist. Não há nenhum traidor a ser revelado ou segredo a ser descoberto que o leitor já não possa identificar ao longo do livro. Por isso alguns leitores podem ficar decepcionados.

Recomendo somente para aqueles que são muito fãs do escritor e que já tenham lido seus livros anteriores sobre George Smiley.
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Jefferson Sarmento 10/06/2019

Prestando contas
John LeCarré volta à espionagem dos anos 50 e 60 emprestando um olhar bastante atual a tramas de espionagem que subvertem valores e transformam seres humanos em engrenagens de uma máquina que nunca define em detalhes práticos o McGuffin, o objeto real que preocupa nações a ponto de elas enviarem seus filhos aos braços do inimigo para morrerem no obscurantismo, num muro condenado.

Nunca sabemos de fato o que há de importante nos documentos e informações espionados - apenas que são importantes.

John LeCarré trata da espionagem em si e não de seu objeto - em nenhum momento o objeto é especificado, mas apenas buscado. Os espiões estão lá, seus dramas, riscos, medo, taras e morte. Mas o que realmente eles estavam espionando? A história termina e você tem a nítida impressão de que sabe, mas trata-se apenas da capacidade do escritor de entregar a você o que importa.

Para quem for buscar uma trama cheia de ação e clímax surpreendente ou de tirar o fôlego, esqueça: não é a intenção de Um Legado de Espiões. Esta é uma história de prestação de contas - embora a fuga de Tulip da Rússia carregue ótimas páginas de tensão. De resto, estamos às voltas com espiões aposentados prestando contas com seu passado, pressionados por um mundo politicamente correto que cisma em colocar o ser humano acima dos processos - está aqui outra dessas manipulações fantásticas de John LeCarré, em mostrar que essa preocupação das instituições com o elemento humano é procedural, superficial. O Serviço Secreto só não quer ficar mal na fita e tenta promover sua caça às bruxas para condenar outros humanos tolos por erros de um passado fuzilado e enterrado.

Meu único senão é que partes da história acabam um pouco truncadas, como se faltasse parte da construção de alguns arcos - Peter se apaixona por Tulip numa velocidade absurda e, considerando que é ele quem conta a história, falta um crescente em seus sentimentos. claro que, como espião, talvez ele tenha preferido ocultar parte do drama - por omissão profissional ou apenas para não ter que reviver aquilo, mas esta seria uma resposta preguiçosa.

O clima do livro é surpreso cansaço (não confunda isso com a qualidade da história ou do texto, mas entenda como uma magistral composição de personagem e enredo) de um espião velho e aposentado que precisa responder por "cagadas" (palavra usada repetidamente para qualificar o trabalho de espionagem do passado) que até reconhece, mas que entende serem parte do trabalho.

Gostei muito da leitura, mas ainda prefiro alguns livros anteriores.
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CP/C 20/09/2018

Deliciosa leitura
Para quem gosta de romance de espionagem, deve se programar para ler este trabalho de John Le Carré, que arranca do período da Gerra Fria mais uma história sobre o trabalho do serviço de inteligência Inglês em uma narrativa crível, vivida entre o presente e o passado, entre o dever e seu embate com os fantasmas internos; fantasmas que torturam mentes que deveriam estar repouso, gozando de uma relativa paz, mas este é o serviço de fantasmas, perturbar os vivos e com isto trazer uma história que preencherá teus dias com uma deliciosa leitura.
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Jeff.Rodrigues 14/01/2018

Resenha publicada no Leitor Compulsivo.com.br
Interessante quando a leitura de um livro modifica radicalmente nossa percepção de uma obra anterior, escrita 50 anos atrás. O clássico O Espião que Saiu do Frio havia me surpreendido por se mostrar totalmente diferente do que eu esperava, com pouca ação e muito jogo de inteligência. Curiosamente, apesar da consagração como grande romance de espionagem, a obra não me fisgou a ponto de entrar para uma galeria de preferidos, mesmo reconhecendo nele todos os traços que fizeram sua fama. A leitura de Um Legado de Espiões, contudo, não só mudou meu entendimento e opinião geral sobre o clássico como alavancou minha curiosidade para as demais obras de John Le Carré que envolvem o universo de George Smiley e cia.

Um Legado de Espiões é um acerto de contas da era de ouro da espionagem que foi apresentada por John Le Carré ao longo de oito livros. Porém é impossível ler Um Legado de Espiões sem ter lido O Espião que Saiu do Frio. A conexão entre as duas tramas vai muito além das referências a uma operação do Serviço Secreto Britânico. O autor aqui passa a limpo todo o período em que esses personagens dedicaram suas vidas a uma causa. E os confronta, à luz do mundo de hoje, com suas atitudes e motivações, e até mesmo questiona as reais intenções de cada ato.

As novas gerações que se dedicam a devassar os arquivos do serviço de espionagem não possuem memória dos tempos de Guerra Fria. É uma juventude pronta para examinar casos e os julgar sob a ótica do século XXI, sem se importar em entender ou buscar informações sobre o que foram, de fato, aqueles anos. No fim, tudo se resume a pastas de papéis cheirando a mofo e pré-julgamentos. Neste contexto, Peter Guillam precisa remexer o baú das memórias para esclarecer a verdade por trás da operação Windfall, tema de O Espião que Saiu do Frio. Será seu acerto de contas com o presente, com o passado, com seu mentor Smiley e, de certa forma, com todas as operações e ações empreendidas pela Circus.

Octogenário, Le Carré escreve com vigor de estreante, como se estivéssemos diante do primeiro e não do último livro do tema. O xadrez de inteligência jogado entre espiões dos dois lados do Muro é esmiuçado através de relatórios e depoimentos. Pastas sobre a mesa, erros e acertos são colocados no mesmo lado da balança. É o legado de uma época que não cabe mais no entendimento atual.

Após percorrer todas as trilhas, abrir todas as feridas e, talvez, criar algumas novas, Peter reencontra George Smiley. E não somente o livro, mas todo o universo da espionagem, recebe de sua boca uma espécie de testamento. A motivação maior que moveu uma geração… “Se eu tinha uma missão… Se algum dia tive uma além do nosso negócio com o inimigo, foi pela Europa. Se eu fui impiedoso, fui impiedoso pela Europa. Se eu tive um ideal inatingível, foi o de tirar a Europa da sua escuridão para uma nova era de razão. E ainda tenho”. Este é o legado que cabe aos novos defender.

site: http://leitorcompulsivo.com.br/2018/01/08/resenha-um-legado-de-espioes-john-le-carre/
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CisoS 27/12/2017

Na zona de conforto
A proposta do livro é genial: como os serviços de inteligência (e nós de uma maneira feral) hoje avaliariam as operações da época da guerra fria?
É também uma desculpa para Le Carré voltar a escrever sobre os seus personagens em sua época de ouro. E aqui fica uma fragilidade do livro, uma vez que o autor foca na história da decada de 50 deixa a historia dos anos 2000 em segundo plano. Os anos 50 são sua área de conforto e ele se apega a ela.
Um bom livro no qual matamos a saudade de velhos personagens, mas inferior aos outros livros recentes do autor, onde fora da zona de conforto, ele brilhou mais.
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Literatura Policial 29/11/2017

Remorso e nostalgia marcam “Um legado de espiões”, de Le Carré
Um legado de espiões é um livro cerebral, analítico e com um humor refinado e inteligente. Cada frase vale quanto pesa, não há sobras ou gorduras. E seu autor, caprichosamente, deposita pistas em uma piada aqui ou em outro cinismo ali.

Peter Guillam é um protagonista de personalidade fascinante, um autêntico herói-cebola. A cada página, o leitor espreita uma camada de seus segredos. A cada capítulo, passado e presente se enlaçam e dão uma gravidade humana inédita em romances de espionagem. É talvez a história de espiões mais sentimental de Le Carré. Mais uma vez, George Smiley não protagoniza a aventura, mas faz aparições igualmente luxuosas e fantasmagóricas.

site: https://literaturapolicial.com/2017/11/29/remorso-e-nostalgia-marcam-um-legado-de-espioes-de-le-carre/
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