O Véu Pintado

O Véu Pintado W. Somerset Maugham




Resenhas - O Véu Pintado


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Jéssica Lustosa 09/10/2021

Uma leitura extremamente fluída.
É uma história interessante em vários aspectos. Observamos a cultura ocidental, retratada, em grande maioria, de forma discriminatória pela protagonista. Esta, que é apresentada como alguém fútil, egoísta e desprovida de qualquer senso de humanidade, emerge em um verdadeiro processo de autoconhecimento. Mas, ficamos em dúvida, será que ela foi capaz de mudar?
O retrato de uma mulher adúltera e quais as consequências de suas ações na sociedade daquela época, em oposição ao homem que segue sua vida normalmente. O que podemos concluir, que não se alterou com o tempo, apenas as consequências legais diferem.
O surto de cólera, o medo da morte e a impossibilidade de frear a epidemia, me lembrou muito os momentos iniciais decorrentes da pandemia do Coronavírus.
Gostaria de ter visto a visão de Walter, o seu sofrimento e poder entender. Será que Walter não foi capaz de perdoar e seguir em frente, ou seu orgulho lhe sufocou?
A consequência da sua "vingança" nos deixa em aberto até onde ele foi capaz de suportar essa traição.
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Sara277 18/09/2021

O Véu Pintado, de William Somerset Maugham
Amei, a primeira obra que leio do autor, gostei muito da escrita e da forma como organizou os capítulos, a leitura fluiu, não conseguia parar de ler, certamente é uma de minhas leituras favoritas. Me tornei uma fã, com certeza quero ler mais obras de sua autoria. Recomendo muito, vale a pena.
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Ana Paula 15/08/2021

A cólera e o imperialismo
Este romance de Maugham possui uma premissa simples, embora não simplista, que conduz a um enredo batido, mas não de todo previsível. A problemática do adultério, ou melhor, da mulher adúltera, serve como dilema moral inicial para um despertar, que, ao contrário da adaptação cinematográfica de 2006, não é para a paixão. Trata-se do despertar para o interior, para dentro de si mesmo. Despertar inevitável quando o indivíduo percebe-se apenas uma gota no rio da via: “(...) duas gotas que para si próprias possuíam tanta individualidade, mas para quem as olhasse, eram apenas uma parte indistinta da água.” Tal redenção moral é catalisada pelo sofrimento palpável ao seu redor que uma epidemia provoca, neste caso a epidemia de cólera.

Há vários pontos a se considerar na leitura desta obra. O primeiro deles, é reconhecer que se trata de um livro com uma visão ocidental sobre o oriente e isso se reflete na maneira como o oriente, especificamente a China, é mostrada. Além disso, é uma obra do ponto de vista de um inglês, tanto autor (embora francês, foi morar na Inglaterra quando criança) quanto protagonistas. Soma-se a isso o momento histórico retratado, o imperialismo britânico em algumas regiões da China, e tem-se uma ideia do tipo de estereótipo a ser aqui encontrado (a doença é do colonizado, que é em si mesmo doente e sujo, enquanto o colonizador é a ele em tudo superior, a ponto de poder ser o herói).

Meu maior interesse nesta obra foi entrar em contato com uma literatura que abordasse uma epidemia. Neste sentido, e escrevo esta resenha em 2021 quando estamos vivendo a pandemia de coronavírus, achei muito interessante algumas reflexões da protagonista, Kitty. Porém, confesso, gostaria que o livro intercalasse alguns capítulos com a visão de Walter, médico bacteriologista, o que não acontece.

“Era incrível que a natureza (o azul do céu era puro como o coração de uma criança) continuasse tão indiferente enquanto os homens se contorciam em agonia e, apavorados, esperavam a morte.”

A epidemia de cólera produz um cenário aterrorizante, as pessoas morrem rapidamente e em grande quantidade. É uma doença que provoca uma morte que choca: há deterioração do corpo aliado a um sofrimento intenso. Os recursos médicos são escassos, há muita pobreza, muito sofrimento e uma solidão assustadora. Solidão geográfica, pois o vilarejo em questão é bastante isolado e longe de tudo. Solidão social, pois quase nada é feito por aquelas pessoas, que mal são tratadas como seres humanos. Solidão cultural, o preconceito e a discriminação se fazem tanto de forma direta (olhar de nojo e repulsa, por exemplo), como de forma indireta, estruturalmente pela hierarquia estabelecida. Há, por fim, a solidão da morte, não velada, não enlutada, da morte que se torna lugar comum e, por isso, sobram poucos vivos para chorar os mortos.

“Acostumara-se de tal modo àquela enfermidade que vir a contraí-la já não lhe parecia possível. Oh, como fora tola! Tinha certeza que ia morrer. Estava aterrorizada.”
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Lia Trajano 19/10/2020

O livro prende, li em dois dias. A história é bem dinâmica. Sobre a personagem, ela mostrou ser realmente fútil, leviana e ainda egoísta, mesmo sabendo que nunca valorizou o pai insiste em impor sua presença à ele quando deveria deixá-lo em paz e viver a própria vida, parece que não aprendeu nada mesmo depois de tudo que passou.
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plugpc 20/07/2020

O véu pintado
O filme "O despertar de uma paixão", Uma obra de Maugham é baseado neste livro é claro que o livro é muito melhor que o filme. Porque muitas cenas do livro não aparecem e nem poderiam aparecer em um filme de curta duração. Mas pena que Walter passou por tanto sofrimento para nada. Não posso dizer dessa forma. pois a Kitty levou muitos dos seus ensinamentos para a vida. Uma ótima leitura de fácil entendimento. Termino com esta frase: " -Se um homem não tem o necessário para que uma mulher o ame, a culpa é dele e não dela. - Evidente."
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Brida 01/07/2020

A história é boa, tem os valores da época na qual se passa, o que causa certo estranhamento pois muita coisa mudou
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Orochi Fábio 13/04/2020

Eis que!...
Destino um tanto abrupto para questões TÃO profundas levantadas pelo autor: mas não é exatamente este o ponto? Coerência & elegância de uma grande narrativa...
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brumorandi 04/11/2019

Inspirado
Walter Fane se apaixona e casa com a bela e superficial Kitty, infeliz com seu casamento Kitty mantém um relacionamento extra conjugal que é descoberto pelo marido, ele por sua vez decide se vingar levando-a para o interior da China onde há uma severa epidemia de colera. A trama que se passa nos anos 20, e inspirada em um verso de Divina comédia é maravilhosa!
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Nyco 24/09/2019

"Tao. Alguns de nós procuram o caminho no ópio, outros, em Deus; alguns no uísque e outros no amor. Tudo é o mesmo caminho e não leva a parte alguma".
Catalina.ZumarAn 02/02/2022minha estante
Hahahahahahaha. Disse tudo, Nyco!




Maria.Jose.Brollo 28/06/2018

Convencional. Uma boa leitura
No início parece mais uma história de amor convencional, mas acaba por surpreender, com reviravoltas até a ultima página
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Bia 21/08/2017

Prefiro o filme.
Final não me agradou.
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Dayane.C Silva 04/08/2016

Bonito ...mas prefiro o filme!!!
Adorei a linguagem, adoro livros mais antigos e peguei um livro de edição no ano de 1949 estava bem velhinho. Gostei da escrita e já estou querendo ler outros do autor. Mas achei o filme mais atraente, princialmente no final. Adorei a leitura.
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Annie 20/07/2015

Drama muito humano.
“Ela soltou um grito assustado.
– O que foi? – perguntou ele.
Apesar da penumbra em que as persianas corridas mergulhavam o quarto, ele viu o rosto dela subitamente desfigurado pelo terror.
– Alguém tentou abrir a porta.
– Bem, talvez fosse a amah, ou algum dos criados.
– Nunca aparecem aqui a esta hora. Sabem que faço sempre a sesta depois do almoço.
– Quem mais poderia ser?
– O Walter – sussurrou ela com lábios trémulos.
Apontou para os sapatos dele. Ele tentou calçá-los, mas o nervosismo dela roubava-lhe a destreza, pois tanta ansiedade estava a afetá-lo e, além disso, os sapatos estavam do lado mais apertado da cama. Com um breve suspiro de impaciência ela deu-lhe a calçadeira. Em seguida ela própria vestiu um quimono e dirigiu-se descalça para o toucador. Usava o cabelo muito curto e, com um pente, tinha conseguido retocar-lhe a desordem antes de ele acabar de apertar o segundo sapato. Estendeu-lhe o casaco.
– Como é que eu saio?
– É melhor esperar um bocadinho. Vou espreitar para ver se está tudo bem.
– Não pode ser o Walter. Ele só sai do laboratório às cinco.
– Então quem será?” (página 11 - a primeira do romance)"

Em meados de 2009, assisti a um filme chamado "O Despertar de Uma Paixão". Achei bastante denso (apesar de clichê) e decidi procurar mais sobre ele. Descobri que era baseado em um livro - O Véu Pintado. Como os livros geralmente são mais abrangentes que os filmes, comprei... E só tive a oportunidade de finalizar agora.

Antes de falar sobre a história propriamente dita, gostaria de comentar o prefácio do autor, onde ele explica como começou esta história:

"Como já tinha lido o Inferno (com a ajuda de uma tradução, mas procurando conscienciosamente no dicionário as palavras que não sabia), comecei o Purgatório com a Ersilia. Quando chegamos à passagem que atrás transcrevi, ela disse-me que Pia era uma fidalga de Siena cujo marido, suspeitando que ela cometia adultério, mas receando mandá-la matar por causa da família dela, a levou para o seu castelo de Maremma onde acreditava que os vapores venenosos fariam o trabalho; ela, porém, demorava tanto a morrer que ele, impaciente, ordenou que a atirassem da janela. (página 09)"

Nesta altura de sua vida, o autor viajava pela Europa para completar seus estudos em medicina. Quando chegou à Itália, conheceu esta moça, Ersília, que o ensinava o idioma. Leram várias obras; dentre elas, Purgatório, de Dante.

"Deb, quando tu sarai tornato al mondo,E riposato della lunga via,Seguito il terzo spirito al secondo,Ricorditi di me, che son la Pia:Siena mi fè; disfecemi Maremma:Salsi colui, che, innanellata priaDisposando m’avea con la sua gemma.
("Peço-te que, quando ao mundo tornares, e da longa jornada repousares, seguido que for o terceiro espírito ao segundo, te recordes de mim, que sou a Pia. Siena me fez, Maremma me desfez: sabe-o aquele que após noivar me desposou com o seu anel.") (Página 7)"

A passagem acima estimula Ersília a contar a história da fidalga Pia (como o próprio autor explica). Isto o inspira a criar Kitty, uma fidalga não tão ilustre quanto a outra, mas também adúltera. Ela se casa com Walter, um bacteriologista inglês que residia em Hong Kong, por falta de opção (estava ficando "velha" e sua irmã, que era feia, estava para se casar com um barão). O esposo era mais do que apaixonado por ela e fazia todas as suas vontades, mas Kitty não se sentia verdadeiramente tocada por ele. Às vezes, ele a causava até repulsa. É neste momento que ela conhece Charlie, um embaixador. Os dois têm um caso intenso, mas Walter descobre a traição e, como vingança, decide aceitar o trabalho de médico no interior da China, onde uma grande epidemia de cólera acontecia.

Ameaçada com o divórcio caso não aceitasse ir com ele (devemos nos lembrar que nessa época uma mulher "desquitada" era uma grande vergonha para si e para a família), Kitty tenta recorrer a Charlie para que se separe de Dorothy, sua esposa; ele, porém, recusa. Sem escolhas e dentro de um casamento infeliz, conhecendo um Walter que não a ama mais, que a repudia e que se enoja de si mesmo por ter confiado nela, Kitty o acompanha em uma missão que mais parece uma roleta russa para ambos.

Confesso que esperava algo romântico e clichê como no filme, mas um pouco mais maduro. Fui, todavia, completamente surpreendida. O Véu Pintado não se trata de uma história de redenção ou de um amor romântico puro. Ao contrário: conta a história de Kitty, uma mulher fútil, quase infantil, que cresce e amadurece frente a provações que a vida lhe impõe e que tem a oportunidade de valorizar mais sua própria existência quando se encontra em um ambiente tão desolado, mas que também volta a cometer erros, que trai seus próprios sentimentos, que dá a volta por cima... Resumindo, uma humana com suas falhas, qualidades e complexidade. Sua história com Walter é apenas um pretexto. Apesar disso, tenho de admitir que Kitty me pareceu muito estúpida, mesmo depois de tudo pelo que passou. Há também algumas personagens mortas, de passagem, que poderiam ter sido melhor exploradas em sua relação com a protagonista.

Também é perceptível o conhecimento cultural do autor. Além do que já foi exposto, o livro possui vários pontos de intertextualidade, mesmo em situações bastante dramáticas e tensas (como durante a morte de alguma personagem), mas sem a presença de digressões, o que o torna bastante diferente de livros como Memórias Póstumas de Brás Cubas ou Viagens na Minha Terra (além de a narração se dar na terceira pessoa do singular, configurando um narrador onisciente).

A capa faz jus ao tema principal da história: Kitty, e tão somente Kitty. Em se tratando de psicologia das cores, o roxo:

"É a cor da prudência, remete a sabedoria, filosofia, sofisticação e contemplação. Tem a ver com o emocional, o espiritual e transmite profundidade e experiência. É utilizado para comunicar melancolia, realeza, dor, sentimentos intensos, religiosidade, magia, sofisticação e suntuosidade."

O que se encaixa perfeitamente com o intuito do livro. A diagramação foi muito bem feitas; as páginas são amareladas e de boa textura, o que não cansa o leitor e evita que o livro seja danificado facilmente.

Nota: 4 estrelas.

site: http://seismilenios.blogspot.com.br/2015/07/resenha-o-veu-pintado-william-somerset.html
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Só Sobre Livros 24/05/2013

Realismo britânico dos anos 20
Confira resenha no blog http://sosobrelivros.blogspot.com.br/2012/07/realismo-britanico-dos-anos-20-renata.html
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spoiler visualizar
cid 18/08/2013minha estante
Ótima resenha. E fugir para esquecer é perfeito para a estória.




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