Os Mutilados

Os Mutilados Hermann Ungar




Resenhas - Os Mutilados


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aryanwenhort 03/04/2024

No começo eu não estava entendendo muito da leitura. Mas do meio pro final deu pra entender bastante. Não faz tanto meu tipo de leitura, mas gostei.
:)
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@eu_rafaprado 19/03/2024

De perder a cabeça
Os Mutilados(Hermann Ungar): 4 de 5 estrelas

?Uma obra-prima que deveria ser incluída entre os grandes clássicos da Literatura.? - Thomas Mann

Durante a leitura, o personagem principal me lembrou em vários momentos a Macabéa de Clarice Lispector. Franz Polzer possui uma alma simples, é bancário e vive na casa de uma viúva, pagando por um quarto. Seu melhor amigo, muito doente, se torna o centro da história.

Polzer preza por uma vida controlada, com tudo no seu devido lugar, mas será que nossa paz depende apenas das nossas ações? Polzer descobre que não.

Este romance talvez não seja fácil de ler, porém seus personagens se tornam inesquecíveis.

Hermann Ungar é autor de dois romances, vários contos, peças de teatro e ensaios, porém seus livros foram destacados entre a lista de obras para serem destruídas pelo regime nazista.

Nos anos 80, após uma nova tradução francesa de sua obra, o escritor foi ressuscitado, tendo sido traduzido em mais de duas dezenas de línguas e vendo novamente seu nome figurar no cânone da literatura europeia.

Esta é uma tradução portuguesa, o que não atrapalha em nada a apreciação da obra, e o mais importante, inclui um capítulo final que havia sido excluído na primeira edição, e que faz toda a diferença para a história.

O grande escritor Thomas Mann classificou esse livro como uma digressão monomaníaca, porém uma digressão interior de arte no seu sentido mais puro.
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Henrique Fendrich 07/04/2021

Esse livro é realmente uma pérola que mereceu toda a exaltação que o Thomas Mann fez dele, sustentando que merecia figurar entre os grandes clássicos universais. Hermann Ungar é, assim como Kafka, um escritor de origem judaica que nasceu na atual República Tcheca e que escrevia em alemão. Afora essas semelhanças étnicas, os dois se conheciam e, o que é mais interessante, tinham semelhanças de estilo literário.

É o que me parece ao ver o quanto há de kafkiano nesse expressivo "Os mutilados". Trata-se da história de um personagem deslocado e desajustado socialmente, o temeroso Franz Polzer, que viveu experiências traumáticas na infância que repercutiriam e definiriam toda a sua vida. Se há realmente no livro mutilados no sentido físico, Polzer era um mutilado no sentido psicológico, alguém a quem foram cortados o ânimo, a vontade e o próprio movimento da vida, de modo que tudo o que ele almejava era manter a ordem e fugir dos sobressaltos.

Infelizmente, porém, um dia a conta chega para Polzer, um dia o seu fracasso e o seu desajuste lhe caem sobre a cabeça e o que o autor conta é justamente como se dá esse processo. Verdade que isso se dá com o encontro de outros personagens que tinham as suas próprias agonias, sejam elas médicas, religiosas ou sexuais, mas tudo isso se conjuga de maneira a fazer Polzer cair ainda mais na sua pobre vida de homem em estado de medo.

É um livro muito ágil, vertiginoso em vários momentos (quando se entra realmente na cabeça do personagem e se segue o seu desencadeamento de ideias fóbicas), forte em muitas cenas e aberto a múltiplas interpretações, análises e estudos - tal e qual realmente se espera de um clássico da literatura.
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