Barreto 05/03/2023
O para sempre não necessariamente é infinito...
"Ei, nem te vi chegar do nada, criar morada ao meu lado, me pegar em desaviso, afrouxar o meu sorriso e me deixar apaixonado."
Moletom, 2017.
Um livro com uma estética linda, tanto em capa quanto onde a história se encaixa. As cores são aconchegantes e trazem conforto e alinhamento com a proposta da história, assim como acompanha o brilho das ilustrações.
Esse livro é sobre o momento em que o espaço de tempo é determinante e viver cada segundo como se não tivesse amanhã é essencial, essa pequena história de amor mostra o quanto uma pessoa pode ser especial para o momento e ali se fazer infinito. A trama da história é um grande elefante na sala, onde não precisa salientar sobre pois, a perspectiva do problema é visível mesmo sem ser falada e tudo gira em torno da orientação sexual e em como essa mistificação sobre o assunto pode regressão e cortar os laços familiares e se torna algo que não deveria. A ausência de conversão acaba sufocando um protagonista ansioso e dessa atitude resulta no momento decisivo no meio do caos e a casa de sua tia se torno o ponto de partida para o encontro de si mesmo e a verdade da importância para viver.
Um livro cativante e que ensina sobre a perspectiva da vida e a importância de aproveitar momentos que aparecem como uma válvula de escape. Uma montanha russa de emoções que no fim me fez soltar algumas lágrimas e me fez ter uma nova perspectiva sobre o "para sempre".
"Já parou para pensar que os sentimentos que nutrimos por alguém são como ondas do mar? Assim como o amor, elas surgem, crescem, pegam impulso e ao longo do tempo, vão perdendo força, até o momento em que atingem seu limite e se soltam na areia
Algumas ondas dão fortes e chegam até a praia, já outras se gastam com tanta intensidade que se perdem no meio do mar. Às vezes eu acho que todas essas ondas, sejam elas fortes ou fracas, vão me atingir. Aí está o problema, de tanto observar o mar pela janela nunca aprendi a nadar."