Jaíne 28/05/2019
De forma alguma que eu poderia ler um nacional desses e deixar de vir aqui, contar a minha opinião para vocês!
A Província dos Ursos de Vento tem um enredo extremamente original, onde nos vemos em um futuro distópico, em que um vírus exterminou toda a forma de vida animal, com exceção da humanidade.
E sem os animais (que costumavam ser a principal fonte de alimento), os humanos encontram no canibalismo uma forma de sobrevivência. E é nesse cenário altamente radical, que a história se desenrola.
Matheus e Amanda são nossos personagens principais e a saga do casal tem início, quando Amanda descobre que está grávida, sendo que, uma gravidez não autorizada pelo governo, tem consequências bem desastrosas.
Afim de proteger a vida da esposa e do futuro filho, Matheus descobre boatos sobre a existência da Província dos Ursos de Vento, um lugar aparentemente utópico em meio a distopia, onde se ouve dizer que o canibalismo não existe.
O casal então, tenta fugir do sistema, em busca dessa terra prometida, e é então, que todos os seus problemas começam.
Agora vamos as minhas pontuações sobre essa obra:
Bom, acima de qualquer ficção que a história possua, eu enxerguei o tempo todo a semelhança com a triste forma que nós tratamos os animais.
Te choca ver seres humanos sendo tratados como objetos? Sendo criados exclusivamente para o abate? Sendo mantidos em espaços pequenos, para que engordem mais rápido? Tendo seus filhotes sacrificados logo após o nascimento, porque o sabor da carne é melhor? Tirando leite a força de uma fêmea, durante horas a fio, para suprir uma indústria? Forçando fêmeas a procriar pelo mesmo motivo? E por que não te choca saber que tudo isso e muito mais é feito com os animaizinhos?
Então, as cenas que vemos no livro, nos levam a refletir sobre a forma desrespeitosa com que tratamos outras vidas, quando achamos que elas servem, exclusivamente, para nos alimentar.
Além do ponto principal do canibalismo, outros fatores, como as tecnologias utilizadas nesse futuro distópico, a forma como a sociedade foi reorganizada e as consequências de um capitalismo extremo, são também muito abordados.
Algo que eu senti um pouquinho de falta, foi de um mapa. Embora nenhum continente tenha sido mudado de lugar ou sido acrescentado, os nomes de cada um deles mudaram, e eu adoraria ter visto um mapa, com os nomes criados pelo autor...
Ostécia do Sul, Norésia, Libertália e inclusive, um ponto demarcado, indicando A Província dos Ursos de Vento. Fica a minha dica, para edições futuras!
Também há alguns errinhos de edição ao longo da história, mas não prejudicam o entendimento do contexto, aliás, todas as páginas são preenchidas por desenhos, ou seja, são lindas de maravilhosas!
Por fim, deixo a minha ENORME RECOMENDAÇÃO, dessa obra de José Beffa. Leiam, comentem, indiquem! Vamos valorizar mais os nossos bons nacionais!
Até a próxima, pessoal!