Thaisa 23/10/2023
Lady Lucy Angkatell e seu marido, Henry, serão anfitriões de um final de semana inesquecível em seu casarão, a Mansão Hollow. Entre os convidados teremos alguns familiares dos Angkatell, como Edward, Midge, David e Henrietta; um casal de amigos, o Dr. John Christow e sua esposa, Gerda; e, claro, o detetive belga Hercule Poirot.
Logo ao chegar na casa dos Angkatell, John se vê dividido entre as diversas mulheres de sua vida: a submissa Gerda, que sempre faz o possível para agradar o marido; a criativa Henrietta, com quem tem um caso há tempos; e Veronica Cray, uma ex-atriz que recusou John na juventude, mas se mudou para perto da Mansão Hollow para tentar um recomeço com ele.
Se esses relacionamentos já não fossem tão complexos, John é baleado e morre... E quem o encontra? O detetive Poirot, assim como também encontra Gerda perto do corpo, segurando uma arma. Mas será que a resolução desse assassinato é tão simples assim quando se tem uma casa lotada de suspeitos? Cabe à Poirot e suas células cinzentas desvendarem quem cometeu o crime.
Esse é um típico mistério de Agatha: um crime cometido em uma grande mansão, dinâmicas complicadas envolvendo familiares e amigos de longa data, uma vítima que tinha diversos inimigos ao seu redor, sentimentos aflorados nos personagens, escrita fluida e instigante, romances clichês e sem muita profundidade (algo que não me apetece), a presença da polícia e um detetive pronto para solucionar o caso através de depoimentos, inquéritos e investigações.
Há tempos não me sentia tão imersa em um livro de Christie - e acredito ser porque esse reúne aquilo que ela sabe fazer de melhor em sua zona de conforto.
Eu devorei essa obra, criei teorias, analisei o comportamento dos personagens, duvidei de seus álibis e acompanhei o desenvolvimento como se eu fosse a detetive, o que é esperado em um livro da Rainha do Crime.
Confesso que o final, mesmo evocando outras reviravoltas da autora, me surpreendeu por trazer uma certa melancolia e um Poirot mais introspectivo, tomando decisões mais emocionais do que racionais, mas adoraria ter tido a chance de vê-lo agindo mais, já que sua presença é pouco explorada... A própria Agatha se arrependeu de colocar o detetive nessa história e, mesmo ele sendo meu protagonista favorito, concordo com ela: não havia necessidade dele aparecer aqui.
Ainda assim, admito que adorei "A Mansão Hollow", não apenas por evocar outros enredos de mistérios tão conhecidos, mas por ter me deixado intrigada, chocada e surpresa com diversas reviravoltas!
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