spoiler visualizarCleura 18/09/2023
Mantenha as mãos à altura dos olhos!
Eu acabei de ler "O Fantasma da Ópera" por ser muito fã do filme (mais precisamente o de 2004) e do musical, mas, apesar de a obra trazer muitos detalhes e elementos ausentes do filme/musical, na minha percepção, não chega nem aos pés da história que eu vi na tela/teatro.
Desde pequena, sou completamente obcecada pelo filme (sei várias músicas de cor, inclusive), por isso decidi ler uma versão mais simplificada da obra, originalmente escrita por Gaston Leroux. Pra falar a verdade, eu já esperava algo menos alegre e mais sombrio do livro, principalmente depois de ver várias resenhas da obra, mas não esperava por alguns aspectos:
Pra começar, a construção de personagens, que, apesar de ser muito boa, não aborda muito o carisma deles. Eu inclusive cheguei a questionar algumas ações dos três protagonistas (Christine, Raoul e o Fantasma), me perguntando por que eles não pareciam tão cativantes quanto os personagens do filme/musical. Pra se ter uma noção, pra mim, o melhor personagem da obra nem está nessas adaptações, que é o Persa (figura-chave pra compreensão da história do Erik, o fantasma).
Outra coisa que me chamou a atenção foi o foco na parte técnica da ópera (como a construção do edifício e a abordagem de assuntos financeiros envolvendo o fantasma). Em contraste, o filme/musical foca na trajetória da Christine e na importância das músicas, que são o elemento-chave pro decorrer da história.
E, por último, teve a escassa relação entre as personagens. As interações entre a Christine e o Erik quase nunca são abordadas, então nem dá pra saber bem como é a relação deles, ao contrário do filme/musical, em que eles não só interagem, como cantam juntos muitas vezes, aumentando muito a química entre eles. Sem contar que, em todas essas versões, tem uma personagem chamada Meg (uma das meninas do corpo de balé da ópera), que é a melhor amiga da Christine, porém, no livro, elas nem dão as caras.
Enfim, apesar de ter gostado de alguns aspectos da obra original, não senti com ela o mesmo impacto com o filme/musical. Sei que essa deveria ser uma resenha SÓ do livro, mas foi justamente por causa das adaptações que eu quis ler esse clássico. Então, eu sinto que a comparação é inevitável, de certa forma.