Misael Neves 29/03/2024
Nunca perdoarei mais do que já fui perdoado
É o primeiro trabalho que leio de John Bevere. Um autor amado por muitos, criticado por tantos outros... Nesta obra em apreço há conteúdo bíblico plausível, todavia, alguns desvios leves de interpretação e aplicação podem ser notados. Por exemplo: na ânsia de evitar que a mágoa se apodere do coração do ofendido, parece haver certo tipo de proteção aos líderes autoritários e 'desviados' do propósito de Deus. Isto é notado principalmente em alguns dos testemunhos relatados por Bevere e, ao dar a sua interpretação de episódios envolvendo o sacerdote Eli e o Rei Saul.
Os capítulos 2. Escândalo em Massa; 9. A Rocha da Ofensa e; 14. Objetivo: a Reconciliação são os melhores e mais proveitosos. Devem ser lidos, pelo menos, mais de uma vez.
Em suma, o autor americano propõe que alimentar a ofensa, mesmo quando ela ocorrer, é extremamente nocivo aos nossos relacionamentos: com Deus, com o próximo e conosco. O inimigo de nossas almas se vale muitas vezes de pequenos desentendimentos para gerar danos irreparáveis. Deus, todavia, quer que seus filhos busquem sempre a reconciliação, que não significa tornar-se o amicíssimo daquele que o ofendeu, o que muitas vezes não é possível.
O ponto alto do livro é quando John contrasta a misericórdia de Deus por todos nós, seres caídos, com a nossa insistência em manter o rancor. Ele diz: "Você pode não ter feito nada para provocar o mal que sofreu nas mãos de outra pessoa. Mas se comparar o que lhe foi feito com aquilo que lhe foi perdoado, verá que não há comparação. Se você acha que foi passado para trás, é porque perdeu a noção da misericórdia que lhe foi estendida" pág 160. Isto é, a mais sublime motivação para o perdão sempre será o Calvário. Por isso, perdoe sempre.