O Negócio do Brasil

O Negócio do Brasil Evaldo Cabral de Mello




Resenhas - O Negócio do Brasil


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Ricardo Tamanini 16/11/2016

Rico em informações, mas para quem já tem algum conhecimento...
Dei apenas uma estrela ao livro não por ter um conteúdo ruim ou por ser mal feito. Muito pelo contrário. É um livro rico em detalhes e mostra o quanto o autor pode discorrer sobre assunto. Essa uma estrela se deve ao meu nível de ignorância da história, o que me fez patinar muito durante as páginas. Entendi mais do livro ao ler a resenha da Isotilia. Observo que deveria ter lido outros livros antes de chegar a esse. É um livro mais indicado a quem já conhece o tema e quer se aprofundar.
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Isotilia 23/07/2013

Muito mais do que é contado nos livros de História
Este livro narra as negociações diplomáticas portuguesas para reaver o Nordeste (então conquistado pelos Países Baixos). Ele mostra a importância de se estudar História do Brasil em paralelo com a História de Portugal. E também expande os horizontes para entendermos qual o contexto político dos países europeus.
Por exemplo, Portugal havia se libertado da Espanha e então retomado as negociações para reaver "o Brasil Holandês". Se você não souber que Portugal estava guerreando contra a Espanha em sua fronteira e ao mesmo tempo buscando aliados europeus para que sua independência fosse reconhecida, muita coisa da História do Brasil não fará sentido.
Primeiramente Portugal buscou a aliança política com a França e a Inglaterra para se defender da Espanha. Mas a França tinha interesses que o conflito hispano-portuguesse se perpetuasse, enfraquecendo a Espanha. Assim a França poderia invadir a Espanha e tomar alguns territórios do seu interesse. No mesmo período Cromwell e o Parlamento deram um golpe na Monarquia Inglesa (aliada de Portugal). Portugal ficou numa situação díficil e talvez se visse obrigado a ceder o Nordeste para os Países Baixos, em troca de uma aliança contra a Espanha.
Mas, nesse momento, os súditos portugueses entram em guerra contra os holandeses do Brasil, reconquistando uma boa parte do "Brasil Holandês". E devido a problemas internos, a armada batava enviada para reconquistar o Nordeste se mostra um verdadeiro fracasso.
Vale lembrar que Cromwell foi um dos iniciadores do capitalismo da era indústrial na Inglaterra. Ele primeiro viu a importância de exportar produtos manufaturados ingleses, ideia amplamente suportada pelo parlamento. Paralelamente surge uma guerra entre Países Baixos, Suécia e Inglaterra em prol da conquista da navegação no Mar do Norte.
Fica díficil para os Países Baixos sustentar duas frentes de batalha, uma no norte da Europa e outra em Portugal.
A frota marítima portuguesa estava em frangalhos. E Portugal tinha que se aliar há uma das duas potências navais da Europa: Países Baixos ou Inglaterra, para se defender contra um eventual bloqueio marítimo espanhol. Idealmente, ele deveria fazer aliança com as duas, para equilibrar o poder de ambas, mas circunstâncias levaram Portugal a cair nas mãos da Inglaterra.
Com isso, e com as ações da Companhia das Índias despencando para 3% do seu valor nominal, os Países Baixos já estavam conscientes que a melhor saída era devolver o Nordeste a Portugal e tentar fazer um acordo que lhe desse vantagens comerciais similares às obtidas pela sua concorrente Inglaterra.
E foi assim que o Nordeste foi reintegrado ao Brasil. Ao contrário do que me ensinaram na escola:
(1)'Não, a rebelião dos súditos portugueses aqui no Brasil, apesar de todo o sangue, mortes, bravura, etc, teve uma influência mínima no resultado final.'.
(2)'Não, a Portugal não caiu nas garras da Inglaterra, por burrice. Essa era a única solução possível para manter a independência territória portuguesa.' e
(3)'Não, Maurício de Nassau não era mal quisto nem pelos batavos, nem pelos brasileiros. Ele foi convidado a retornar ao governo brasileiro duas vezes. Foi ele que não quis, porque já tinham lhe oferecido oportunidades melhores dentro dos Países Baixos.'
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