Uma noite, Markovitch

Uma noite, Markovitch Ayelet Gundar-Goshen




Resenhas - Uma Noite, Markovitch


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Bookster Pedro Pacifico 11/04/2022

Uma noite, Markovitch, de Ayelet Gundar-Goshen
Literatura israelense contemporânea. Obra premiada. Toques de realismo fantástico. Contexto histórico envolvendo a Segunda Guerra Mundial e a Guerra de libertação de Israel.

Não preciso nem dizer que eu comecei essa leitura com uma baita expectativa, já que ela reúne várias características que adoro em uma só obra. É verdade que as primeiras 50 páginas não me pegaram muito. No entanto, ainda no começo há uma reviravolta na história e o ritmo da leitura me prendeu. Os personagens são bem construídos e o enredo foi gostoso de ler. Senti como se estivesse acompanhando uma boa novela, com vários núcleos narrativos que se ligam por meio de romances, brigas, revoltas e, até mesmo, solidão. Uma solidão que conecta… Isso é possível?

O personagem que dá nome ao livro é Markovitch, um jovem sem graça, daqueles que não se destacam por coisa alguma. Markovitch mora em uma colônia, administrada por uma organização que luta pelo estabelecimento do Estado de Israel. A sua vida começa a tomar um rumo diferente quando, para ajudar o seu amigo a fugir de uma encrenca, é mandado para a Europa, onde conheceria sua futura e temporária esposa. Temporária porque ele deveria se casar com uma judia para ajudá-la a fugir do nazismo.

A mulher, Bela, é uma jovem linda, que atrai a atenção de todos ao seu redor. E isso talvez a tenha prejudicado, já que, ao invés de receber o divórcio assim que chegasse ao outro continente, Markovitch surpreende a todos e se recusa a deixar Bela ir. Portanto, a personagem se torna prisioneira de um relacionamento cujo objetivo era justamente o de libertá-la. A atitude de Markovitch revolta qualquer leitor, mas o que mais me surpreendeu é a forma como a autora consegue, no decorrer das páginas, despertar um tipo de compaixão do leitor para com o personagem.

Daí em diante, muita coisa acontece, enquanto os conflitos externos às vidas dos personagens continuam a todo vapor. São muitos temas abordados pela autora. O trauma e a solidão são, na minha opinião, os pontos mais fortes e capazes de fazer o leitor refletir. Para mim, um livro marcante e que merece ser recomendado!

Nota 9/10

site: http://instagram.com/book.ster
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Eloiza Cirne 12/02/2020

Livro para se ler com os olhos do coração
"... há pessoas que caminham pelo mundo como se tivessem caído nele por engano, como se a qualquer momento alguém fosse pôr a mão em seu ombro e gritar em sua orelha: "O que é isso? Quem lhe permitiu entrar? Por favor, rápido, fora daqui". E há pessoas que não caminham pelo mundo. Elas navegam nele, cortam as águas em todo lugar por onde passam, como um barco seguro de si." Pág. 28
Emerson271 26/07/2020minha estante
UAL !


Eloiza Cirne 27/07/2020minha estante
:-)




Rod. 09/05/2021

O livro é uma poesia pura.
A história nos envolve e os personagens são muito bem construídos.
Com certeza, um dos livros mais bonitos q li esse ano. A leitura me marcou bastante, apesar de em alguns momentos a história demorar um pouco pra acontecer.
De modo geral é um livro pra ler com o coração.
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Thamiris.Treigher 26/03/2021

Muito amor por esse livro!
Não foi por acaso que esse livro ganhou o Prêmio Sapir de melhor romance de estreia. Escrito por Ayelet Gundar-Goshen, uma psicóloga israelense, esse livro lindo e emocionante tem como cenário a Segunda Guerra Mundial e a formação do Estado de Israel. Personagens extremamente bem construídos, com uma mistura de aromas, personalidades e singularidades que nos faz entender e sentir todas as nuances do mundo de cada personagem. O enredo gira em torno da amizade entre Iaakov Markovitch e Zeev Feinberg, que nos leva a embarcar em todos os tipos de aventura. Um livro que me fez rir, chorar, sentir o impacto das dores, das guerras e suas marcas eternas, do amor, da rejeição, da coragem! Que me fez voltar às ruas de Israel, de Tel Aviv, que me fez reviver o cotidiano judaico em cada detalhe. Que livro incrível!! Teve um valor afetivo muito grande, ainda mais por ter sido presente do meu pai!

"Jurou que ia passar vinte e quatro horas inteiras nas ruas de Berlim sem pensar uma única vez na guerra. Caminhar pelas ruelas da cidade um dia inteiro sem carregar nos ombros seis milhões de testemunhas. Tirar de cima de si, nem que fosse por algumas horas, povo, pátria e passado. Mas não funcionou. Por mais que tentasse, Iaakov Markovitch disse a si mesmo: "É como se quisesse perambular durante um dia inteiro sem ter cheiro de corpo. É impossível separar esse cheiro, que grudou em nós sem que soubéssemos - o cheiro das vítimas".
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Milena.Berbel 25/03/2023

Uma bela história sobre amizade, paixão, obsessão, solidão e amor. Com personagens mais do que tudo humanos, nem bons nem maus, mas movidos sempre pelo que há de mais profundo no seu universo interior, particular. Gostei muito. Chorei no final.
Isabella 25/03/2023minha estante
Que legal, agora quero ainda mais ler esse livro!


Milena.Berbel 25/03/2023minha estante
Que bom que se sentiu ainda mais estimulada a lê-lo, Isabella. Espero que goste como eu.




Barbara 09/04/2021

3.5* porque nao consigo decidir entre 4 ou 3

Esse livro me deixou triste, e nao de um jeito ruim - porque eu gosto de sofrer. Mas me deixou com aquela vibe triste sabe? a guerra, como as coisas aconteceram na vida dos personagens e como eles nao tinham controle.
Mas gostei de como foi escrito, é uma escrita linda para uma história triste.
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Lilian 09/07/2023

Família
O livro fala sobre amor e família e o que se faz para conquistar cada uma dessas coisas. História bonita
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Manu.Werle 03/07/2020

favorito
Não tem como não se apaixonar por essa história! Cômica e trágica ao mesmo tempo, e sempre filosófica. Você vai amar e odiar todos os personagens: terá compaixão até pelo brutamontes do Avraham Mandelbaum e sentirá ódio puro até mesmo pelo pobre e solitário Markovitch. Com uma escrita fantasiada e tocante, a autora conseguirá roubar de você alguns risos e algumas lágrimas.
Poderia analisar diversas coisas do livro, sobre a guerra, sobre os personagens europeus, sempre graciosos, e sobre a sensualidade das mulheres e o desejo dos homens, mas a beleza da inocência das crianças rouba a cena. De todas as visões de mundo que o livro trás, através de diferentes personagens em diferentes situações, o ponto de vista das crianças é o mais belo e o mais sincero.

Uma história bruta, porém linda sobre solidão, desespero, amor e liberdade.

Recomendo a leitura.
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Paula 28/05/2020

prosa em poesia
Uma expoente do realismo fantástico contemporâneo!! Uma escrita poética, cheia de fantasia para contar a história de um grupo de pessoas na Israel do século passado. LEIA
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Jean Bernard 06/08/2022

Uma descoberta especial
Incrível. Mas alerto aos desavisados, a autora é prolixa. O livro parece não andar, as vezes vai do nada ao lugar nenhum. As vezes acelera a trama e nos faz rir com ótimas piadas. Choramos também. Mas, apesar de tudo, uma escrita linda. São frases e frases, parágrafos e parágrafos, que gostaríamos de estampar na porta da geladeira ou marcar a ferro e fogo para nunca mais esquecer. Uma autora que merece ser lida.
Maria Fernanda 04/04/2023minha estante
Mal deu um terço do livro e meu kindle já está com 53 destaques kkkkkkkk Sou apaixonada por esse tipo de escrita, amando muito




yoshii 01/05/2023

Acho que a contracapa não resume bem o livro
Fiz a leitura por causa do clube do livro que participo e não achei um livro difícil ou penoso de ler.
Realmente as coisas vão acontecendo e se desenvolvendo.
Fica claro que não se trata de um romance histórico, apesar de situar os personagens como judeus em Israel. Entramos numa discussão sobre o posicionamento da autora e são várias as interpretações.
Mas, como fica tudo no ar, cada um acaba interpretando o que quiser e isso, pessoalmente, não me agrada quando são temas que não dependem de ponto de vista e, sim, de direitos humanos.
Quanto ao protagonista, ele acaba despertando sua simpatia, apesar do ato imperdoável que cometeu com a Bela. Por isso, gostei da parte melancólica do final, porque a pessoa acaba respondendo por sua escolha.
Vou deixar um trecho que ri muito:

"Quem mexe o açúcar desses 250 mil copos de chá são secretárias, esposas, irmãs e filhas. Imaginemos agora o que aconteceria se vocês mesmos o mexessem. Enquanto conversam. No início seria um pouco difícil, mas ficaria surpreso ao descobrir como o corpo se adapta depressa a mudanças desse tipo. Quanta mão de obra estaríamos economizando?"
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Leila 04/07/2023

Uma Noite, Markovitch, da autora israelense Ayelet Gundar-Goshen, é uma obra que me encantou do início ao fim. O livro apresenta uma narrativa envolvente e cativante, com personagens marcantes e uma trama repleta de desamores e tragédias, mas que, paradoxalmente, consegue transmitir uma sensação de leveza, descontração e felicidade à sua maneira.

A história se passa em Israel, na década de 1940, e tem como ponto central a figura de Zeev Feinberg, um homem comum e despretensioso, que se encontra envolvido em uma série de eventos extraordinários. O protagonista embarca em uma viagem com seus amigos para escapar dos horrores da guerra, numa missão aparentemente simples: casar-se com uma jovem mulher para garantir sua imigração para a Terra Prometida. No entanto, a partir desse momento, a trama se desenrola de forma surpreendente, apresentando reviravoltas inesperadas e consequências imprevistas.

Gundar-Goshen demonstra um talento notável ao construir personagens complexos e multifacetados. Cada um dos indivíduos que compõem a trama possui suas próprias motivações, medos e desejos, o que contribui para a riqueza da narrativa. Zeev, em particular, é retratado de forma genuína e cativante, com suas hesitações, anseios e transformações ao longo da história. A autora nos faz refletir sobre a natureza humana e as escolhas que somos capazes de fazer, mesmo diante das circunstâncias mais desafiadoras.

Apesar de abordar alguns temas pesados, o livro mantém uma atmosfera peculiarmente leve e descontraída. A escrita de Gundar-Goshen é fluida e envolvente, capaz de capturar a atenção do leitor desde as primeiras páginas. A autora consegue inserir momentos de humor e ironia na narrativa, trazendo alívio cômico e respiro emocional em meio às adversidades enfrentadas pelos personagens.

Além disso, a maneira como a autora retrata o contexto histórico e social de Israel na época é bastante interessante. Ela incorpora elementos da cultura e da sociedade israelense de forma sutil e perspicaz, adicionando profundidade à trama e enriquecendo a experiência de leitura.

Enfim, Uma Noite, Markovitch é um livro que me conquistou completamente. Recomendo.
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Vilamarc 23/03/2020

Uma noite existindo na eternidade
Difícil fazer uma resenha desse livro, dar conta de seu enredo de forma que você leitor se sinta motivado a lê-lo. Mas leia, é muito lindo e sensível.
A sinopse já adianta mas eu complemento que é uma história, não de dois casais mas de dois triângulos amorosos, vividos *antes*, *durante*, *depois* e *depois de depois* da Segunda guerra mundial.
É um enredo denso de muitas idas e vindas em que as paixões são vividas intensamente ou latentes, primeiro por dois jovens amigos Iaakov e Zeev que resgatam pelo matrimônio jovens judias nascidas na Alemanha.
Iaakov Markovitch no entanto foge a regra e recusa o divórcio em terras de Israel, desencadeando toda uma história de ódio por parte da esposa.
A imagem de três homens no deserto salvando três criancas, seus filhos, não necessariamente seus filhos biológicos, foi pra mim, o melhor do livro:
Um grito pelas crianças no meio das guerras e como refugiadas.
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Jader 02/06/2020

Markovitch, um coadjuvante de sua própria história, ?veio ao mundo por um engano? e sonhou por ?uma noite?. Bonito, triste, melancólico, humano...
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Jaguatirica 29/05/2020

Lindo lindo lindo ??
Sem exagero algum esse é um dos melhores livros que já li na vida e foi o melhor do ano até então. Sabe que ainda tento achar um defeito mas não tem! Ele é bem escrito do começo ao fim, não falha, não tem meio termo, não existe um momento "morno". Eu podia estar com toda a preguiça do mundo mas era só abrir o livro que a leitura já me tirava o fôlego de imediato.
E os personagens! Que bem feitos! Todos eles!! Sinto que se Ayelet fosse transformar uma porta num personagem ela faria isso com tanta maestria e beleza que nos apaixonariamos por essa porta. Nenhum, nenhum personagem é pouco desenvolvido. Um é mais querido que o outro. Todos me tocam.
E Iaakov Markovitch!! Gente que personagem especial, com os diálogos mais sensíveis, delicados. Me identifiquei profundamente com sua solidão, dor, abandono. Aprisionar uma mulher foi um ato babaca, cruel, e em nenhum momento a narrativa legitima isso mas o livro trata do profundo de cada personagem de modo que nem mesmo Iaakov consigo odiar. Pelo contrário, ele me comove em tudo!!! Me lembrou muito o personagem desprezado de Eric (o fantasma da ópera) só que Ayelet o desenvolve melhor! O seu toque de realismo mágico me lembra um pouquinho o Gabo (sutilmente), aquela coisa que torna a narrativa gostosa, faz do livro um amigo eterno, dá um perfume de laranja e pêssego à leitura, sabe? O ambiente, as cores, os cheiros, tudo isso numa sinestesia envolvente chama o leitor pra dentro dos corações dos personagens. Fui tragada, esse livro é imenso em profundidade.
Começo, meio e fim impecáveis. Sublinhei tantas citações do livro que seria impossível dize-las todas, mas aí vão umas que não vi citarem nas resenhas destaques.

"Desde o dia em que nascera, Iaakov Markovitch tinha a sensação de que não era senão uma figura secundária na história dos outros, um enredo marginal, uma lua distante recebendo a luz de algum sol."

"Iaakov Markovitch ficou calado. Ao cabo de um instante disse: 'Como vou aconselha-lo, Feinberg? Um amor como o de vocês eu só posso contemplar de fora, como um homem que olha para uma vitrine'.
'De que vitrine está falando?!', urrou Zeev Feinberg. 'É isso que pensa amor?'
'Sim', respondeu Iaakov Markovitch, numa voz tranquila e segura. 'É exatamente isso que penso do amor. E, acredite em mim, um homem que vive sem amor sabe reconhecê-lo de longe.'"

"'E depois que todos os seus amigos morreram você foi percorrer o país dessa maneira? Numa comitiva de condolências de um homem só?'
'Quis ter certeza de que para cada um dos meus amigos haveria um par de olhos derramando lágrimas.'
'Por que lágrimas são importantes para eles? Eles estão mortos.'
'Elas limpam a poeira que se acumula nos seus nomes.'"
Puts, esse diálogo aqui é tão profundo pra mim porque Iaakov é um homem tão "comum" e de rosto e personalidade esquecíveis. Ele passa pelos lugares como uma coisa invisível. Assim se torna um homem que, por viver sempre tão mergulhado em solidão, consegue ter a sensibilidade de captar qualquer ruído de amor no ambiente. Entende bem as pessoas. Como quem se afoga e procura um mísero ar que seja para preencher seus pulmões. E nessa esperança de ser amado um dia, ele aprisionou Bela e a si mesmo. (Bela e a fera.... mas sem suposta "síndrome de estocolmo", pelo contrário: Bela reage em ódio, desprezo e sonhos de liberdade. Esperança e desespero, tudo o que lhes restavam. Desespero inclusive é o que move boa parte dos personagens. Amor e desespero "Uma noite, Markovitch..."
Luísa @amochileiraliteraria 29/05/2020minha estante
Fiquei louca pra ler tua resenha! Parece muito bom.


Luísa @amochileiraliteraria 29/05/2020minha estante
Tua resenha me deixou louca pra ler o livro! Parece ser muito bom.


Jaguatirica 29/05/2020minha estante
Pois creio que você vai amar cada página também *-*




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