Mariana Dal Chico 06/11/2023
Faz uns anos que esse livro habita minha estante, a única coisa que me lembrava dele é que se passava na região dos Bálcãs e que comprei por indicação da @isavichi
“Kyra Kyralina - As narrativas de Adrien Zograffi” do autor romeno Panaït Istrati foi publicado no Brasil pela @carambaia com tradução de Erika Nogueira. Meu exemplar com formato de caderneta de viagem tem um belíssimo projeto gráfico baseado “nas idas e vindas do personagem principal em seu périplo pelo Oriente (…), em busca da irmã” com letras impressas em vinho.
Stravo conta sua história a Adrien, sua infância com a mãe e irmã Kyra que o mimavam e aproveitam ao máximo os prazeres da vida, em contraste com seu pai e irmão mais velho que condenavam aquele tipo de vida. Depois de uma noite terrivelmente violenta, os irmãos foram separados e Stravo passou a viver uma sequência de eventos trágicos, mas sem nunca deixar de procurar por sua querida irmã.
“Toda felicidade tem seu revés; até a vida nós pagamos com a morte. É por isso que devemos vivê-la. Vivam a vida, meus filhos, de acordo com suas preferências, de modo que não se arrependam de nada no dia do Juízo Final.” p.62
A narrativa do autor é concisa com um toque poético, apesar do teor hediondo e atroz.
De certa forma, a brutalidade da leitura me surpreendeu de forma positiva porque o autor não usa isso como artifício superficial para chocar, tudo o que é colocado em pauta, traz reflexões e questionamentos importantes, não só para a época em que ele foi escrito, como também para a atualidade.
“(…) a bondade de um homem só é mais potente do que a maldade de mil; o mal morre junto com aquele que o exerceu; o bem continua a raiar depois do desaparecimento do justo.” p.148
Gostei muito da leitura que dificilmente será esquecida por aqui.
site:
https://www.instagram.com/p/CyoZMM-uOEc/