Mateus295 30/12/2018
Histórico
2018 foi um ano bem atípico para mim, assim como imagino que tenha sido para tantas pessoas. Posso elencar facilmente as eleições como um dos motivos para isso. Com a ascensão ou só a grande identificação de pessoas com os ideais de extrema direita, me vi encurralado – como uma pessoa que acumula muitas ‘minorias’ nas costas – a entender o contexto político ao meu redor. E esse livro foi essencial para buscar esse conhecimento, mesmo que lido posteriormente a tantos acontecimentos chave deste ano.
Antes de comentar sobre o livro é importante salientar algumas coisas: 1) sim, eu me identifico com o posicionamento de esquerda, principalmente devido ao histórico de lutas sociais para garantias e asseguramento de direitos humanos para toda a nossa diversidade; 2) vivo em um antro que as pessoas sempre falaram bem sobre os governos do PT, essencialmente do Lula, mas nunca fui de me interessar por política – até esse ano -, então não sabia falar com propriedade o que eu achava dele ou de seu governo. Acredito que ao juntar esses dois pontos e o contexto do ano deu-se minha motivação para ler “A verdade vencerá”.
Encontrei o livro sendo vendido no térreo do Centro em que estudo na Universidade. Na época as eleições já tinham sido finalizadas, já tinha me recomposto, estava todo mundo naquela ‘vibe’ de buscar se unir e formar uma resistência, no sentido de ficar atentos com os passos do novo eleito. Quando vi o livro, folheei, encarei as diversas fotos que estão inclusas nas páginas, pensei que seria uma oportunidade inicial de conhecer um pouco mais sobre o Lula, até mesmo para embasar minha resistência.
“A verdade vencerá” me passou ser um ótimo registro histórico da atuação do ex-presidente como o metalúrgico de décadas atrás até o condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro agora em 2018. Como uma grande entrevista com Lula, o que mais me chamou atenção ao ler o livro é perceber como o mesmo parece entender muito bem do que está falando, como conseguiu transpassar sua forma operante no Sindicato para atuar também como Presidente da República por oito anos.
E não só isso, mas por estar por trás do governo Dilma também. A visão que ele tinha de como o Brasil poderia ter se encaminhado no governo dela, mas que ainda assim não se meteu porque não era seu papel. Enfim, acho que é incontestável sua importância no desenvolvimento socioeconômico atual do Brasil e, devido a isso, é compreensível que exista esse fanatismo por sua imagem, por mais que seja problemático.
Assim como acredito, e gostaria que fosse senso comum, que houve uma perseguição clara para que a prisão de Lula acontecesse, ainda mais antes das eleições. No livro tudo isso é comentado não apenas por Lula como também por escritores/pensadores/jornalistas que escreveram capítulos que abriram e fecharam a entrevista. O livro é histórico, abrange temas contundentes para entender não só os governos do PT, como também o contexto que nos levou para o que vivemos atualmente. É um livro que preciso reler mais para frente, quando pretendo ter uma cabeça mais madura quanto a nossa política. Inclusive, acredito que é possível aprender muita coisa com ele, independentemente de seu interesse ou conhecimento por política.