Nihil

Nihil Carolina Mancini




Resenhas - Nihil


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Aelita Lear 29/06/2020

Intenso e horripilante.
Chega até ser difícil escrever uma resenha para esse livro. Eu poderia resumir em apenas uma palavra: LEIA! É um terror e uma distopia de arrepiar, muito intenso e bem escrito, você fica submerso neste livro.
Já fazia um tempo que eu rodeava esse livro, mas ainda bem que não li antes e nem depois. Li durante essa fase terrível que estamos passando, e fiquei ainda mais absorta nele por causa disso.
A leitura é muito fluída e rápida, mas é aquele tipo de livro que vai me acompanhar por muito tempo, tamanho o horror dos seus acontecimentos. Embora o fim fique bem aberto e inúmeras questões fiquem inexplicáveis, eu amei ele demais justamente por causa disso.
É de cair o queixo. Leiam essa obra prima.
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Luíza 06/05/2020

Diferente
O livro me prendeu desde o início, não conseguia largar porque queria saber mais e ele é super curto então dá pra ler tudo de uma vez. Gostei muito da escrita da autora e da maneira que ela conduz a história. Ficaram coisas que eu não entendi direito mas nesse caso isso não me incomodou, acho que o objetivo do livro não era deixar tudo explicado mesmo. Não li muitos livros na vida mas achei diferente de todos que já li e gostei bastante.

Tô querendo ler mais livros nacionais e esse com certeza foi uma boa escolha.
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 25/03/2019

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
Na obra, uma espessa neblina dominou o mundo, a névoa não permitia ver nada pelas janelas. Quem tentava sair de casa ou não voltava, ou voltava sem partes do corpo. Dentro das casas, as pessoas viam a comida acabar dia após dia, viam a vida se esvaindo.

"Não posso dizer em que parte do mundo isto começou, aparentemente a energia emitida causa algum tipo de 'pane' nos nossos aparelhos eletroeletrônicos, e interferências em linhas telefônicas e ondas de rádio, deixando cada região afetada incomunicável com o mundo." (página 35)

No livro temos relatos de sobreviventes apresentados de diversas formas. Já que as telecomunicações pararam de funcionar, alguns escrevem cartas para os entes queridos que estavam do lado de fora e não voltaram para casa. Outros conversam consigo mesmo, escrevem diários e poemas. Alguns continuam o trabalho que faziam antes da neblina surgir: fazem relatórios sobre o que sabem ou imaginam. Uns têm certeza de que não vão aguentar mais e deixam suas últimas palavras. Outros ainda tem esperança e acreditam que alguma hora a neblina se dissipará ou que alguém vai aparecer para resgatá-los.

"Preciso fazer um diário. Um registro de como acredito que podemos ser uma esperança. Uma luz que está pulsando dentro de nós, dentro de cada um, dentro de mim." (página 140)


Em abril do ano passado, li os primeiros capítulos do livro para fazer um post de primeiras impressões para a campanha de lançamento da obra. Aquelas páginas inicias me encheram de teorias sobre o que teria causado a neblina. Talvez fosse o resultado das bombas que caíram na época, parte de uma guerra entre países com o uso de armas nucleares, talvez fosse o apocalipse, ou culpa da poluição, talvez houvessem monstros sobrenaturais que aproveitavam a neblina para se aproximar?

Esse ano, retomei a leitura de "Nihil" temendo que a Carolina não fosse nos dar as respostas para tantas questões levantadas pelos primeiros capítulos e continuasse trazendo apenas os relatos angustiantes dos que sobreviviam até aquele momento. Felizmente, esse meu temor não se concretizou. Temos sim uma explicação para o que a névoa causa nas pessoas, além de informações sobre como a sociedade chegou naquele estado, e mais do que isso, os autores dos relatos que me pareciam não ter ligação nenhuma uns com os outros, vão sim se interligar em alguns momentos, fazendo com que "Nihil" não seja um compilado de depoimentos soltos, mas uma história com começo, meio e fim, ainda que nublados pela névoa.

"Mas eram bombas, não? Então acreditei que seríamos salvos em algum momento. Haveria uma resistência, pois sempre há. Mas faz tempo demais que as bombas cessaram e ninguém apareceu. E agora somos só nós três. Sim. Três.
Sinto muito, querida, mas Gustavo e Gabriela se foram cedo demais. Sucumbiram a inanição, à loucura, ao sufocamento talvez. O que eu vi, Lígia, foi mais febril que o inferno. Vi fumaça, ou seja lá que inferno é isto, por debaixo da porta dos meninos. Tapei a boca e o nariz e entrei. Eu deveria ter pregado a janela, e o fiz. Mas nossos filhos sempre foram crianças espertas. Os pregos foram retirados um a um, talvez por dias, sem que percebêssemos.
Na minha frente seus bracinhos e perninhas explodiram." (página 46)

A Carolina conseguiu dar vozes distintas aos seus personagens, desde o homem que precisa tomar uma difícil decisão pela sobrevivência da esposa, passando pela avó que se espanta com o fato de os netos ainda conseguirem encontrar carne, até a mãe que vê a filha voltar para casa e isso não dá fim à sua preocupação. E é interessante como podemos nos identificar um pouquinho com cada um desses personagens e seus dilemas.

Se fosse você, sabendo que não teria como comprar mais comida ou água, abriria a porta quando alguém batesse e abreviaria o seu tempo de vida para não definhar sozinha? A decisão da personagem que passou por essa situação nem de longe é tão revoltante quando a de certas pessoas que se acharam no direito de manipular muitas outras ao invés de assumir a sua incapacidade de lidar com a questão da neblina. Fechei o livro indignada, pensando em quanta coisa poderia ter sido diferente, em quantos mais poderiam ter sobrevivido e como o sofrimento poderia ser menor se o direito à informação não tivesse sido arbitrariamente tirado. Mas terminei também encantada pela importante mensagem que a história passa, e que vocês descobrirão se fizerem essa leitura.

"- Se existisse algo tóxico lá fora, algum cientista poderia descobrir uma cura e teríamos uma chance.
- Ora, quanta estupidez. Estamos velhos! Não teríamos uma chance nem mesmo antes dessa neblina cinza devorar tudo: nossos corpos, nossas almas. A sociedade nunca gostou de velhos, nem de crianças. Crianças choram, velhos reclamam.
- Mas nós éramos jovens antes da neblina...
- Ainda éramos.
- E tudo poderia ter sido...
- Que diferença faz? O mundo também nunca gostou dos jovens. Homens e mulheres querem se manter jovens, mas odeiam a juventude, odeiam o barulho, a rebeldia, a contestação.
- Nós não éramos assim. Contestadores. Éramos assustados, cheios de desejos de consumo, cheios de tristeza, cheios de certezas conservadoras...
- Então não éramos jovens." (página 100)

A edição da Estronho está muito caprichada, com capa soft touch (textura aveludada), páginas amareladas, poucos erros de revisão, diagramação com letras, margens e espaçamento de bom tamanho e muitos detalhes de ilustrações e fontes diferentes.

Talvez alguns de vocês se lembrem de "Caixa de Pássaros" ao ler minha resenha de "Nihil", e acho que ambos os livros se encaixam nos mesmos subgêneros: drama, thriller psicológico, suspense, terror, ficção pós-apocalíptica, distopia; porém, em comum, eles têm apenas a existência de "um perigo lá fora", sendo bem diferentes quanto ao enredo. Só vi o filme de "Caixa de Pássaros", mas pelo que li sobre o livro, acredito que o final de "Nihil" vá ser mais satisfatório para os leitores por trazer mais explicações e também uma reflexão que nos é muito útil.

"Nihil" foi uma leitura rápida que me surpreendeu positivamente e da qual gostei muito. A narrativa da Carolina me cativou e me despertou emoções e me fascinou com a criação dessa neblina que parecia ser uma prisão para as pessoas. É um livro que fechei com aquela vontade de voltar à primeira página e ler tudo novamente para visualizar a trama com ainda mais clareza. Recomendo muito que leiam "Nihil", um nacional muito original, criativo e inspirador.

site: https://petalasdeliberdade.blogspot.com/2019/03/resenha-livro-nihil-carolina-mancini.html
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carolina.trigo. 02/12/2018

Resenha ABERST: Nihil
Esse mês recebemos mais um livro do sorteio de parceria com a ABERST. O livro da vez foi "Nihil", da minha xará Carolina Mancini (Ed. Estronho).
Antes de falar o que achei e sobre o que é o enredo, preciso dizer que não conhecia o livro nem a autora, e achei a sinopse, no mínimo, estranha e curiosa.
A história vai passar em um mundo pós-apocalipse (pode ser chamado assim? Me ajuda Carol!!!). Não sabemos exatamente aonde a história se passa, mas uma neblina dominou todos os países. Não se sabe como ela surgiu ou o porquê. Seria a natureza agindo? Um ataque terrorista? Um experimento científico? Uma intervenção alienígena? Ninguém sabe.
Quando a neblina encosta em alguém, para cada um, a reação é diferente. Alguns tiveram membros, como pernas ou braços, arrancados. Outros explodiram. Com outros, surge uma febre altíssima que não dá chance de sobrevivência. Enfim, com cada pessoa a neblina causa uma reação diferente. Elas têm que viver trancadas dentro de suas casas.
Um detalhe importante para ressaltar sobre a neblina é que os animais continuam vivendo normalmente, não têm nenhuma reação, a flora continua vivíssima e a água não está tóxica.
O ponto principal da história é a sobrevivência e as consequências que vem com ela. O medo, a espera, o tempo, a solidão, são questões muito presentes e importantíssimas para entrarmos na narrativa.
A construção do enredo e como a Carol faz isso é muito interessante e diferente também. Acompanhamos vários personagens, com histórias totalmente diferentes entre si. O que eu mais gostei da construção foram os vários tipos de relatos diferentes: há diálogos, cartas, poesias, canções, relatórios (além das ilustrações que a própria Carol fez, que são incríveis!).
A leitura que fiz foi algo totalmente diferente do que vinha lendo, e ao mesmo tempo em que me surpreendi bastante, também estranhei no começo, pois por vários momentos achei um pouco confuso. Achei a construção única, e só por causa disso o livro já estava ótimo. O final foi a cereja do bolo.
A escrita da Carol é muito poética e consegue alcançar muito bem o leitor. Recomendo demais!!!
O significado de nihil se encaixa perfeitamente com a história e por cauda disso, o título do livro não poderia ser outro.
Preciso também comentar sobre a edição, que é maravilhosa. Fazia tempo que não pegava um livro tão bonito. Só vendo com os próprios olhos para entender o que estou dizendo. Além de que não há nenhum erro de revisão no texto. A editora está de parabéns!
Para finalizar, queria dizer que estou muito feliz com a nossa parceria com a ABERST, pois está dando a chance de conhecermos livros nacionais que dificilmente chegariam nas nossas mãos. Além, obviamente, de poder apoiar os nossos autores.

site: http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/2018/12/resenha-aberst-nihil.html
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