Fábio Justus 15/09/2018
"Só os espíritos superficiais abordam as ideias com delicadeza."
Curto e direto, o romeno vai ao âmago das questões, com breves frases que escondem profundos contextos. Aridamente inteligentes, o texto provoca certo desconforto, aborda cruamente temas como, vida, morte, solidão, tédio, angustia, insucesso, mas passa longe de ser uma apologia à melancolia, sutilmente há uma exaltação à arte, à musica, ao amor. Subversivo à existência, seu aspecto negativo roga o coro dos infelizes, ou melhor, “rancor dos solitários”, como ele mesmo o disse.
Dito isso, sigamos, um par de trechos..
“Desconfie dos que dão as costas ao amor, à ambição, à sociedade. Se vingarão por haver renunciado a isso.”
“Para nos vingar dos que são mais felizes do que nós, inoculamo-lhes - na falta de outra coisa - nossas angústias. Porque nossas dores, infelizmente, não são contagiosas.”