Paraíso Perdido

Paraíso Perdido




Resenhas - Paraíso Perdido


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Raphs 07/07/2018

Obra de Arte
Desde a encadernação até o papel utilizado tudo foi perfeitamente pensado. A arte utilizada no livro é muito bonita e faz você parar em cada página por bastante tempo só contemplando os belíssimos desenhos.
A história é clássica e essa edição conseguiu um algo a mais.
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Tom 07/07/2018

Um dos melhores lançamentos de 2018!
PARAÍSO PERDIDO é uma das obras mais influentes da literatura mundial. O épico poema escrito por John Milton, narra a rebelião do outrora Lúcifer contra o exército do Criador, a expulsão que transformou o anjo de luz em Satanás, e a queda de Adão e Eva, que consequentemente fez nascer o pecado e a morte.
Pablo Auladell foi o responsável pela adaptação dos cantos de Milton para as páginas dos quadrinhos que ilustram essa graphic novel. A arte é linda e totalmente imersiva com imagens memoráveis. Acertaram em cheio na escolha do papel que deixou a arte em geral muito estilosa, toda a edição ficou espetacular. Você percebe que está segurando algo de qualidade superior.
A leitura é viciante, e prende o leitor com uma história tão forte, que você fica com pena quando está acabando.
Paraíso Perdido é o melhor quadrinho do selo Graphic Novel da DarkSide Books, assim como entrou para o meu top 10 de melhores títulos da editora e além de ser um dos melhores lançamentos do ano!
Recomendo demais!
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Paraíso das Ideias 17/07/2018

Uma arte perfeita, de tirar o fôlego e arrancar suspiros
Olá!!!
Nana Garces aqui para mais uma resenha de uma HQ, mas não um quadrinho qualquer porque aqui é DARKSIDE! E HQ da Darkside é uma obra prima! Nem preciso falar que a obra prima a qual me refiro é Paraíso Perdido de John Milton, desenhado por Pablo Auladell. E posso adiantar que se John Milton escreveu um lindo e grandioso poema, Pablo Auladell conseguiu transformar as palavras em pura arte.

Paraíso Perdido aborda a história bíblica da queda de Satã até o momento que Adão e Eva são expulsos do Paraíso. Por isso, Paraíso perdido. Por se tratar de uma história corriqueira, que aprendemos com nossos pais, tios, tias, avós, avôs, igreja, colégios (no meu caso foi um colégio religioso hehe) não vejo problema com spoilers nessa resenha.

melhor reinar no inferno que servir no céu

Inclusive acredito que o forte dessa HQ não seja a história contada, mas o poema e a arte que foi usada para expressar as palavras do autor.

Os livros da Darkside tem um ponto muito interessante, especialmente para mim, enquanto leitora de clássicos, que é abordar o que aconteceu por trás dos bastidores, como o autor, ou desenhista, ou roteirista, e a nota do autor dessa HQ trás um ponto muito interessante sobre como Pablo Auladell se interessou e por quanto tempo ele ficou em torno desse trabalho, isso eu vou guardar como um spoiler, por que, mesmo sendo um texto curto, é algo que merece atenção por todo o trabalho desenvolvido de maneira impecável desse desenhista.

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Em 318 páginas de belas artes ricas em vida, ódio, culpa, o leitor pode se sentir sendo julgado por olhares obtusos do próprio anjo Gabriel, ou mergulhar num medo inexplicável ao ser observado diretamente pelo olhar de víbora do próprio Satã, e ainda assim julgar os próprios atos de Deus, Satã, seus anjos e os inocentes Adão e Eva.

[...] ele que não pede
De nós serviço algum a não ser este,
Esta fácil tarefa, de entre as árvores
No Paraíso que atam frutos doces
Tão vários, não provar conhecimento de uma só


Nas palavras de Andrew Pyper: “Todos que leem o Paraíso Perdido de Milton enxergam a obra de modo particular. Mas você nunca mais vai vê-lo da mesma maneira após ler a comovente, essencial e horripilante adaptação de Pablo Auladell. Satã aqui é um anjo de pura hipocrisia, igualmente sedutor e nefasto. Uma figura própria do nosso tempo.”

Esse é aquele livro que se deve ter na estante para ler e colecionar, e de tempos em tempos se deleitar com tamanha qualidade de arte que foi usada para adaptar um poema clássico como Paraíso Perdido, que, assim como é possuidor de um poema rebuscado, é de uma arte lindamente e agradavelmente teatral, adaptando perfeitamente sua bela história.

Nem preciso falar que essa HQ virou uma das minhas favoritas de todos os tempos. E aconselho todos a comprar e experimentar uma imersão diferenciada de uma história tão conhecida.

É isso aí, espero que tenham curtido e deixem seus comentários aqui!

Beijocas e até a próxima!

site: http://www.paraisodasideias.com
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Paulo 29/07/2018

Gosto quando a DarkSide Books lança obras provocativas. Ousadia. Paraíso Perdido é uma daquelas ousadias legais que a gente aplaude e pede bis. Uma obra de um artista não tão conhecido a partir de um clássico da literatura mundial. Aposto que se fosse outra obra publicada do Auladell no Brasil, não teria tido o mesmo impacto do que esta. O legal é que isso abre espaço para outros trabalhos do artista por aqui. Paraíso Perdido é impactante, é ousado e mexe com nossas crenças ao trabalhar uma história conhecida a partir de outro ponto de vista.

Antes de mais nada é preciso elogiar a bela edição da DarkSide. Não tenho dúvidas de que a HQ vai figurar na lista de melhores do ano de muita gente. A capa possui uma ilustração belíssima do Auladell, aliado a um formato europeu que ajuda demais a destacar as ilustrações do artista. A folha de guarda dá um aspecto de livro antigo assim como o papel pólen empregado na HQ. A escolha por uma alta gramatura dá a impressão de que estamos lendo um papiro antigo. Tem um texto do Auladell logo no início em que ele explica as dificuldades que ele teve para a produção desta adaptação. Vale a pena ler para entender como foi todo o processo criativo por trás de tudo.

O ponto alto do quadrinho é o traço do Auladell. Inicialmente tenho certeza de que os leitores vão ficar chocados pelos traços exagerados e obscuros empregados pelo artista. É bem diferente do padrão além da quadrinização que dá um efeito bem distinto. Falando da quadrinização é possível perceber a opção por poucos quadros: a maioria deles é em dois quadros por páginas, mas pode chegar a mais (oito quadros) ou a menos (página inteira). A opção por dois quadros vai muito no sentido arcaico que o autor quis dar à história. É como se fossem trípticos religiosos abordando cenas bíblicas. Nesse sentido o autor foi muito feliz e conseguiu captar bem a essência do que Milton passou através de seus poemas. Já o traço tem um quê de barroco. É possível perceber no olhar dos personagens sempre melancólico ou austero, os traços exagerados aliados ao tema religioso em si. Quando eu vi a imagem de Lúcifer imaginei logo as pinturas barrocas. O emprego de uma atmosfera sombria vista nos traços do autor ressalta isso. Os dois primeiros cantos se passam no inferno, então as cenas são sempre muito claustrofóbicas, repletas de sombras e trevas por toda a parte significando a desolação do inferno. Quando passamos para as cenas no céu, a palheta de cores puxa mais para um azulado com bege que mantém o estilo barroco, mas imprime algo mais angelical. Deus tem um aspecto duro, talvez seguindo a abordagem miltoniana. Outra referência interessante tem a ver com o aspecto de Eva. Me lembrou bastante algumas pinturas de Madonnas do século XVII. Mulheres de rosto angelical pintadas por homens como Raphael e Da Vinci.

Não cabe tanto eu discutir sobre a obra em si do Milton e eu vou preferir tocar na adaptação do Auladell a partir de duas vertentes: a narrativa e o desenho. Vários críticos de quadrinhos dizem que esta é a melhor adaptação de Paraíso Perdido. Não li outras, mas posso dizer que o artista captou fielmente a ideia por trás do clássico. Ele manteve as ilustrações de Milton e trabalhou muito mais as cenas partindo das descrições dele. Mesmo assim, a narrativa consegue capturar a atenção do leitor. Isso porque Auladell faz um trabalho sensacional entre poesia e texto ilustrado. A transição é muito boa e os quadros conseguem passar a atmosfera de desolação e perdição colocadas pela obra original. Até mesmo a abordagem de Lúcifer como alguém resignado a aceitar a si mesmo como um ser maligno demonstra na obra uma ausência de maniqueísmo. Lúcifer parece arrependido em alguns momentos, mas sabendo de seu papel no universo enquanto Deus é apresentado como um ser duro e atento às regras, muito no viés do que é apresentado no Antigo Testamento. O Deus do Antigo Testamento é normativo e pune aqueles que o desobedecem. Quando Milton escreve Paraíso Perdido no século XVII a crítica é feita diretamente à dinastia Stuart que estava no poder na época. Milton escreve sua obra às vésperas da Revolução Gloriosa, quando setores da sociedade inglesa se revoltaram contra a opressão da nobreza. Governar ou servir? Uma crítica presente aqui e captada bem por Auladell é de um Lúcifer crítico do nepotismo divino e de uma série de privilégios concedido a poucos. O artista conseguiu passar essa dualidade para o seu traço.

Por outro lado, o desenho consegue fazer a passagem do texto para o desenho. Teria sido muito mais complicado encher o quadrinho de textos, apenas repetindo os poemas de Milton. E temos trechos inteiros dos cantos 1 e 2 sem qualquer diálogo. Apenas as cenas são reproduzidas sequencialmente. Aliás, Auladell consegue empregar muito bem o sistema de ângulos de visão em que ele passa a visão das cenas para outros personagens presentes no cenário. Outro elemento digno de destaque é o combate campal entre as forças de Lúcifer e as tropas de Deus. Que combate é aquele??? Quando Deus envia o Cordeiro para abater os seus opositores, a batalha se torna uma carnificina. Algumas cenas são épicas como a do quadro acima. Depois o trecho da tentação da serpente à Eva é apresentada de forma magistral. Com bastante sutileza vemos como a personagem cai na lábia da serpente e acaba mordendo o fruto proibido.

Quadrinho sensacional, Paraíso Perdido é algo divino, fazendo um trocadilho. Uma transposição muito eficiente de um texto clássico e difícil para uma outra mídia que é a do quadrinho. A DarkSide presenteia seus leitores com uma linda edição e que vai estar na lista de melhores do ano de muita gente.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Sílvia 23/08/2018

Estou cometendo o pecado literário do anacronismo
A arte gráfica é linda mas o livro FEDE. Literalmente. Tive que fazer a leitura com um pano cobrindo a boca.
Na primeira parte até tive vontade de ler a obra original do Milton, mas confesso que do meio para o final eu desanimei. Milton devia ser puritano e machista ao extremo. Sei que estou sendo anacrônica mas é difícil evitar.
Em resumo, a grafic novel é linda muito cara pesada e fedida.
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Leitor Noturno 01/09/2018

Resenha @leitor_noturno
Autores: John Milton e @pabloauladell
Editora: @darksidebooks
Estilo: Grafic Novel
Resumo: Já passou pela sua cabeça como teria sido a verdadeira história de Adão e Eva? Todos os desafios que o casal teria enfrentado por serem os responsáveis por criar o nosso mundo? Mas e se houvessem monstros que não quisessem que Deus tivesse sucesso com sua mais nova experiência? John Milton pensou em tudo isso ainda no século XVII e escreveu uma poesia maravilhosa e cheia de terror, agora adaptada com incríveis ilustrações de Pablo Auladell, chega às nossas livrarias com uma edição maravilhosa da DarkSide, com ilustrações obscuras, tenebrosas e cheias de escuridão e monstros. Infelizmente não é meu estilo de ilustração favorito, prefiro desenhos mais claros e fáceis de entender, mas ainda assim essa edição é incrível e vale a pena ser lida.
Capa: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Edição: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Originalidade: ⭐️⭐️⭐️
Ação: ⭐️⭐️
Enredo: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Fantasia: ⭐️⭐️⭐️
Terror: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Monstros: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Adão e Eva: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Claridade das Ilustrações: ⭐️⭐️
Ilustrações Obscuras: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Perturbação das Ilustrações: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Diálogos: ⭐️⭐️⭐️
Estilo dos Desenhos: ⭐️⭐️⭐️
Qualidade da Adaptação: ⭐️⭐️⭐️
Facilidade em Interpretar os desenhos: ⭐️⭐️
Qualidade de História: ⭐️⭐️⭐️
Conclusão: ⭐️⭐️⭐️
Quem Pode Gostar: Fãs de Grafic Novels, Quem gosta de adaptações literárias, leitores de histórias de terror, quem gosta de ilustrações carregadas de escuridão e bem perturbadoras.
Nota Final: ⭐️⭐️⭐️

site: https://www.instagram.com/leitor_noturno/
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Ricardo.Prado 20/09/2019

A arte é perfeita
Arte perfeita, mas como a maioria da mitologia ocidental é extremamente machista,virando essa parte é ok
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Marcelo Lobo 09/02/2019

POEMA ÉPICO EM FORMATO OBRA DE ARTE
Você pode não saber, mas o impacto que Paraíso Perdido exerce sobre o imaginário coletivo ocidental só é comparável à Comédia, de Dante, onde o inferno foi retratado com tamanha nitidez que o autor ganhou ares de profeta.

O poema épico de Milton é obra de estatura similar, redefinindo com força quase bíblica a queda dos anjos e dos homens.

Com o selo Darkside de qualidade, essa epopeia vem a público em forma de arte visual, a todos acessível [já que o original não é uma leitura simples].

Samuel Johnson, um dos escritores mais notáveis de língua inglesa, certa vez afirmou que Paraíso Perdido tem "o poder de exibir a vastidão, de iluminar o esplêndido, de reforçar o horrível, de escurecer o sombrio e agravar o terrível".

As pinturas de Pablo Auladell conseguiram captar todo esse poder e força.

Viagem imperdível, para saborear com os olhos e a alma.
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Cah_Censi 10/02/2019

Uau! Que adaptação!
Como mencionada na nota do autor, se torna visível em seus quatro artísticos capítulos "os progresso e fracassos em uma empreitada de anos", o que tornou essa leitura mais real e digna de admiração.

Essa edição é uma adaptação do clássico da literatura inglesa de John Milton de 1667, que foi escrito em forma de poema em "versos brancos" (sem rimas) e agora, ao longo de um arduo processo, adaptado para HQ / quadrinhos.

Com um tom no estilo darkness, o autor nos traz esse poema ilustrado divinamente com a história da vingança de Lucifer - o anjo caído - que culmina na tentação de Adão e Eva, resultando em sua expulsão do paraíso.

O que você pode esperar dessa edição?

- Uma leitura carregada de versos com emoções densas.

- Quotes incríveis.

- Uma certa identificação e empatia com cada personagem (afinal, ser humano é ser , pelo menos por um momento, tudo a que fomos "condenados" ao ser expurgados do Eden.

- Arte em forma de quadrinhos.
Permaneço admirada com os olhares expressivos ilustrados.

O que não esperar?

- Como toda HQ, não espere ler 100% do original.

- Não espere uma ilustração única para cada fala.

- Não espere um final feliz para essa parte da história.

Resumo da resenha: Uau!

Obs: De leitura mesmo é pouco, resume-se mais a admirar a intensa história transformada para incríveis quadros.

RECOMENDO!
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Dhiego Morais 05/03/2019

Paraíso Perdido
Pois que do céu insurge um clarão ainda mais resplandecente, e aquele que um dia já fora o mais belo, agora corrompido, frente a um estandarte de rebelião e junto a sua própria legião, enfrenta as armas divinas. Ininterruptamente o céu se rasga, não há mais compreensão, mas há certa tristeza e revolta. A abóbada celeste sangra e um a um, espírito rebelde a espírito rebelde é expulso, lançado às profundezas do abismo para a sua penitência eterna. Entre eles está a própria Serpente, arremessada em chamas à privação do Inferno. Nasce o Pecado; nasce a Morte. Abraçado ao seu orgulho, ergue-se Satã.
Não é impossível que alguns leitores reconheçam o título, Paraíso Perdido, de alguma de suas incursões pela literatura. Particularmente, no meu caso há certo sabor mais recente devido às minhas aventuras pelas obras de Andrew Pyper, de maneira mais especial devido ao Demonologista, também lançado pela editora Darkside Books. Para quem já leu essa obra deve se lembrar de que o poema de John Milton funcionava como engrenagem principal do romance, estabelecendo um vínculo bem próximo entre a personagem principal e todo o resto. Talvez assim, desde então, tenha havido certa curiosidade em descobrir o porquê de Paraíso Perdido ser um clássico tão atemporal e influente.
“Mais vale reinar no inferno do que servir no céu.”
Paraíso Perdido, lançado sob o selo Darkside Graphic Novel é uma adaptação da obra homônima de John Milton, desta vez para o universo dos quadrinhos, agraciado com as artes de Pablo Auladell, ilustrador e quadrinista espanhol detentor de obras premiadas, tais como La Torre Blanca e Peiter.
Nessa adaptação, os leitores encontrarão a reconstrução da história da rebelião e queda de Satã, que corrompido pelo seu próprio orgulho, por sua inveja, insatisfação e ostensivo questionamento — a promoção da germinação da dúvida e do desejo —, fora atirado para o castigo eterno, expulso de sua terra natal, junto de todos os que se rebelaram. É bastante interessante salientar o enfoque no momento da queda, no resultado da rebelião — mortífero e inclemente —, e no choque pelo resultado, sua incompreensão pelos condenados. A arte de Auladell é primorosamente impactante e expressiva, dotada de um senso de adequação certeiro — ainda que veleje notoriamente pelas inspirações impressionistas.
Como era de se esperar, a apresentação do Paraíso segue pelo Canto II: um jardim de delícias. Satã, alimentado pela malícia e pelo desejo de superar o próprio Criador e tomar parte da criação como seu reino, viaja por paragens inóspitas, buscando as frestas para adentrar o Paraíso e seus jardins, onde então se encontrava a mais nova criatura do Pai, aquele que chamavam de homem. Afinal, que vingança seria melhor do que mostrar que até o mais novo joguete divino poderia ser corrompido frente às escolhas e à ambição, ante ao próprio sabor do conhecimento?
Embora a temática de Paraíso Perdido dispare o alerta para um dos mais batidos clichês da literatura, é muito importante lembrar duas coisas ao leitor indeciso: a primeira, que entre tantos clichês já saboreados, a obra de John Milton é justamente aquela que deveria não ser rotulada desta maneira, pelo menos não se considerarmos sua importância intrínseca para a literatura mundial e a época em que foi originalmente publicada, em 1667, como poema épico. Enquanto que a segunda, trata-se justamente de que agora o poema renasce adaptado brilhantemente por Pablo Auladell para os quadrinhos, fato que pode agradar os leitores que costumam fugir dos clássicos pela linguagem arcaica e pela dificuldade de compreensão do texto, de suas entrelinhas e metáforas; as ilustrações tornam tudo isso mais acessível e visual.
Os cantos seguintes, III e IV, narram a história já conhecida da tentação de Eva pelas palavras da Serpente e das consequências de seus atos. Entretanto, o mais interessante nesse bloco é a reconstrução da história de como a rebelião celeste se sucedeu, bem como o declínio de Lucífer e os dias das batalhas entre as forças Divinas e Rebeldes. A forma como tudo é contado — sob a ótica de um dos arcanjos para Adão e Eva —, com a inserção de todas as classes celestiais, de Hosana, atribui toda a ação que o resto do livro não teve. As impressões de Auladell sobre o momento são ao mesmo tempo esquisitas, divertidas e expressivas.
“Que pressupõem o amor e a virtude quando não são postos à prova?”
John Milton foi um importante militante político para a sua época. Protestante, avesso à monarquia e à tirania, se inspirou em Gênese para construir uma obra rica e metafórica. Graças aos traços de Pablo Auladell, Paraíso Perdido pode ser resgatado de maneira mais visual, com a manutenção de todo o clima sombrio, pela arte que abusa dos cenários escuros; bem como de uma caracterização que intriga, a princípio, pelos rostos desproporcionais, ora humanizados, ora bestializados, e com corpos que frequentemente tem traços que se borram e se fundem com o cenário. O impressionismo da arte de Auladell entrega de maneira surpreendente uma capacidade quase irônica da assimilação das expressões angelicais, demoníacas e humanas. É uma obra de arte em quadrinhos.
Embora Auladell tenha cogitado jogar tudo fora e redesenhar a HQ, entre alguns motivos, devido à diferença de traços que caracterizavam as personagens — Paraíso Perdido foi interrompido e produzido entre uma série de outros trabalhos —, é justamente essa assimetria que proporciona um frescor à adaptação, que, tal como a obra homônima, acompanha um período longo de tempo. Assim, por meio dessa parceria atemporal entre escritor e quadrinista, o leitor é capaz de vivenciar por meio do universo dos quadrinhos, o céu se rasgando em luto e o homem se rendendo ao pecado.


site: http://skullgeek.com.br/resenhas/resenha-paraiso-perdido-john-milton-pablo-auladell/
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Renato Klisman 22/03/2019

Bom, mas poderia ser melhor
A parte final do livro é a melhor. Algumas das ilustrações são realmente obras primas, a caracterização dos personagens também. Mas em alguns momentos a narrativa se perde e fica meio rasa.
O trabalho da Darkside, como sempre, impecável.
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Cláudia - @diariodeduasleitoras 10/04/2019

Paraíso Perdido
"Mais vale reinar no Inferno do que servir no Céu."

Essa é uma das frases mais célebres de Paraíso Perdido de John Milton, publicado em 1667. Há 350 anos, o conflito entre Deus e Satã virou um marco na literatura. Seus dez mil versos sobre a criação do mundo, a tentação e o desejo por redenção receberam reconhecimento instantâneo e serviram de inspiração para peças de teatro, músicas, pinturas e livros.

A Darkside® Books levou todo o capricho que tem no universo da literatura para a adaptação desse clássico inglês. Esse poema épico, considerado um dos textos mais importantes e influentes da história, foi reimaginado pelo premiado quadrinista e ilustrador espanhol Pablo Auladell. Com um traço sombrio, ele ilustrou com maestria cada trecho, parece uma obra de arte. O trabalho captura o lirismo de Milton para quem ainda não teve a oportunidade (ou coragem) - assim como nós - de enfrentar os cantos originais. Raros são os leitores que leu a obra completa. E com essa HQ é a oportunidade de imergir nesse grande clássico. Leitura fácil? Jamais! Aconselho fazer uma vasta pesquisa sobre o autor e obra original. Sua influência etc., assim, a experiência será fantástica.

O autor, Pablo Auladell, levou cerca de dois anos para concluir a obra, e a dividiu em quatro partes. A Graphic Novel narra a queda de Lúcifer e seus companheiros após a rebelião no Paraíso l, a conversa de Deus com seus filhos sobre meios de evitar uma guerra, o ardil que Satã desenvolve para fazer Adão e Eva comerem o fruto proibido da Árvore do Conhecimento, e a subsequente queda do homem.

Outra curiosidade é que a editora já havia publicado dois outros títulos que flertam com Paraíso Perdido. Sendo eles: o Demonologista e Frankenstein. Legal né?!
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Emilia Yumi 15/04/2019

Adaptação para HQ da obra de John Milton
Que obra prima!!!! Adaptação que retrata a guerra dos anjos, a queda de Satã e a sua vingança corrompendo os homens. Este livro não pode faltar na estante. Lindo, de conteúdo e qualidade dos desenhos excepcionais, só peca no cheiro... de tinta... e bastante forte... Recomendo!! Leia e depois o mantenha fechado!! rsrs XP
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Guynaciria 11/06/2019

Adaptação da obra Paraíso Perdido de John Milton, em formato de graphic novel, ilustrações feitas por nada menos que Pablo Aulladel.

A Hq fala trata da eterna luta entre o bem e o mal, iniciando-se com uma guerra entre os anjos que culminou com a queda de muito deles, história essa que todos conhecemos muito bem, não é mesmo?

A queda de satã, acabou sendo mais prejudicial do que se imaginava inicialmente, além de perder 1/3 de seus anjos, Deus ainda teve que lidar com a tentação que o demônio incutiu em sua nova criação "o homem".

John Milton nos agracia com uma nova interpretação desses fatos, nos revelando nuances que talvez tenham passado despercebidas para alguns durante a leitura da bíblia. 

Outro ponto positivo é a qualidade gráfica da Hq, a edição está de tirar o folego de tão linda e ainda vem acompanhada de um marca página em formato de maça mordida (fruto proibido). Só tenho que parabenizar mais uma vez o trabalho da @darksidebooks.
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Ane 25/06/2019

Magnífico
Imersivo e impactante, o poema por si só já é de se admirar, sou suspeita de dizer, mas Satan é realmente carismático e surpreendentemente convincente sobre seus motivos, é o personagem que de longe acredito ser o mais rico e construído, é muito fácil se colocar no lugar dele em alguns momentos, ou até mesmo deixar-se levar por seus pensamentos ou ironia. Mesmo que seu ego exacerbado cause repulsa. Os desenhos foram imensamente bem feitos, dando realismo a obra, a deixando sombria e apaixonante, nos permite imaginar cenas e com traços robustos ( e delicados ) acompanhar a trajetória de cada um.

É um livro para quem gosta de histórias e um pouco de conhecimento em geral, não se faz necessário qualquer (des)apego religioso para ler o mesmo de forma fluido.

Agora, sinceramente me sinto curiosa em saber como seria o Inferno de Dante neste mesmo formato ( além de gigantesco ). Seria perfeito.
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