Resenhas - Vidas Secas

Isabella2540 15/06/2024

Fabiano, Baleia, Sinha Vitória
A comunicação é uma das coisas mais importantes para o ser humano, e no momento em que a gente percebe que o vocabulário da família é escasso, ao ponto de não reconhecerem que são injustiçados, essa é a parte mais triste. A estória é triste, retratando uma família extremamente pobre do nordeste que sofre em uma longa caminhada em busca de uma labuta árdua em troca de uma merreca de um patrão pilantra. Para ser sincera, é uma boa leitura, mas por ser um livro de fato muito regionalista, com muitas palavras regionais do nordeste, eu como paulista me vi perdida por muitos momentos? me perdi em algumas partes da história, e o final ficou um pouco subjetivo, mas a gente já imagina o final deles, da família, sabe?
De qualquer forma, livro excelente!

Leetsmary 15/06/2024

Um bicho,Fabiano
Lendo um dos clássicos da literatura brasileira e ele merece todo o hipe q recebe.O livro trabalha bem cada personagem e de como eles são vistos na sociedade injusta,a qual frequentemente continuamos ver nos dias atuais.Recomendo

MykaaMoon 15/06/2024

Havia uma grande escuridão, com certeza o sol desaparecera..
Um livro curto e memorável!!!

Vidas Secas mostra a vida de uma família que ao fugir da aridez, vivem uma vida paupérrima, e no meio da jornada deles, vamos acompanhar um trecho sobre cada um dos personagens. Com a escrita no linguajar sertanejo, vamos nos sentir sentados numa fogueira observando tudo que acontece na vida deles, e apesar do clima seco e os percalços da vida. Nossos olhos se enchem de lágrimas em meio a secura que se faz na ambientação.

Fabiano, Sinha Vitória, os dois filhos e a cachorrinha Baleia. Ambos almejando coisas e apesar de suas diferenças, alguns com desejos tão simples e que mesmo assim tão distante de ser alcançado.

O personagem que mais me cativou no livro foi a cachorrinha Baleia, que é impossível não arrancar emoções de qualquer criatura, o ser mais pensante e mais emocionante do livro. Os pensamentos da Baleia eram tão humanos quanto os dos outros personagens da estória. Baleia me arrancou risos e também lágrimas. ("era um bicho diferente dos outros")

Fiquei encantada que em poucas páginas me senti tão conectada com um livro... O estilo seco de Graciliano Ramos me fez tão pertencente na região que quando terminei o livro, fiquei na sede de mais.

Lembrei-me até da minha bisavó que me contava sobre os percalços que ela enfrentou e senti que um trecho da Sinha Vitória me lembrou tanto ela, a inteligência de ambas de contar com as sementes e foi assim que aprendi quando mais nova...Enfim, esse livro toca qualquer pessoa que ler. De uma forma ou de outra ele nos traz reflexões.

Quote
"Com certeza existiam no mundo coisas extraordinárias. Podiam viver escondidos, como bichos? Fabiano respondeu que não podiam.
-O mundo é grande.
Realmente para eles era bem pequeno, mas afirmavam que era grande..."

Juliana.PlAcido 15/06/2024

Sensibilidade com a realidade cruel
O autor nos apresenta a jornada de uma família fugindo da seca. Quase não há diálogos, mas acompanhamos as reflexões de cada personagem e nos colocamos no lugar deles. Graciliano Ramos descreve o sertanejo, o sofrimento deste com a seca ou o medo dela, a injustiça e desigualdade social, a esperança por dias melhores, tudo com muita sensibilidade e delicadeza. Preciso me recuperar dessa leitura. Lindo! Lindo! Lindo!

Dulcinea3 15/06/2024

"Aquele azul que deslumbrava e endoidecia a gente"
Vidas Secas é um romance de Graciliano Ramos que conta a história de uma família de retirantes do sertão nordestino: da seca a busca de um porto até a seca voltar de novo. Acompanhamos nessa história: Fabiano, Sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e Baleia.

O resumo acima é apenas para situar sobre o que é a história porque ela contém muito mais que isso. Fala de cada um desses arquétipos que resumem um grupo, mas também sobre o que foi - é? - ser humano nesse local inóspito, brutal e cruel.

A linguagem é seca e objetiva, um pouco de como são esses personagens. Fabiano esse homem bruto que até se enxerga como animal e trata seus filhos - que nem tem nome - com uma crueza que somente reflete como a vida dele é. Diante da desumanização desse personagem, temos a humanização de Baleia - a cadela - que tem nome, sentimentos e sonhos e se torna a personagem pela qual nos apegamos nessa trajetória.

Para um livro escrito em 1938, a linguagem é bem contemporânea, mas cheia de expressões regionais (talvez isso dificulte a leitura de alguns). Mas a leitura é simples, a narrativa escrita em capítulos, sobre um assunto facilita o entendimento do contexto.

É um romance que sobretudo denuncia o descaso social que mantém indivíduos como animais, mantendo suas vidas secas e brutais enquanto seu objetivo é somente sobreviver. Tantas reflexões. Saimos também doidos por esse azul de sol que só pode endoeidecer porque não conseguimos escapar desse destino. Perfeito.

Eliane485 15/06/2024

Um classico
Fizemos uma Leitura coletiva no VI Curso de Leitores, o que nos dá possibilidade de ver vários ângulos da história. E o livro nos trás a história da família de Fabiano e de como fizeram para sobreviver. É interessante o desejo de Sinhá Vitória por um pouco de conforto, o vocabulário limitado da família. O jeito de como tratam a cachorra Baleia, é a morte da mesma. É uma história cheia de beleza e tristeza.

Hannabianca0 15/06/2024

A leitura foi um pouco difícil para mim no começo, a linguagem não é rebuscada, muito pelo contrário, na verdade eu achei ela bastante seca, crua e objetiva. Acredito que o vocabulário pertencente ao contexto social dos personagens tenha me deixado um tanto confusa no início. Apesar de ter me impactado pela situação vivida, eu me sentia um tanto alheia à narrativa. Mas a partir do capítulo da Baleia minha visão sobre esse livro mudou. De repente eu estava tão imersa e envolvida que era como se os personagens fossem parte de mim, não sei porque, mas todos os pensamentos do Fabiano, o fato de ele se referir a si mesmo diversas vezes como um ?animal?, o medo dele de entrar em locais públicos porque as pessoas iam entendê-lo mal, o fato de ele ser um homem tão bruto, que isso se refletia no modo que ele tratava os filhos. Tudo me fez sentir muito tocada. O fato de a cachorrinha ter mais sentimentos, mais profundidade, mais pensamentos, é algo que chega a ser cômico, mas também é uma crítica a animalização sofrida por Fabiano e sua família. Quando acabei o livro, eu só conseguia pensar o quanto Graciliano Ramos era um gênio. Como tudo na obra dele fazia sentido e como cada palavrinha, tinha uma importância e um motivo de estar lá.
Em suma, é um livro muito importante, principalmente para quem vai fazer vestibular, mas não só se você for fazer algum tipo de teste didático. Eu recomendo que qualquer um leia porque traz muitas reflexões para a vida.

Duda.Vellop 15/06/2024

Realidade na sua forma crua
A seca move a história de uma família no interior do Nordeste que é obrigada a abandonar sua vida em uma fazenda na qual nem o patrão fugiu da seca mesmo com todos seus conhecimentos ele saiu de lá na mesma condição da família. Fabiano, sinha Vitória, seus dois filhos e a cachorrinha baleia encontram uma nova fazenda para morar e de lá constroem o esqueleto de uma vida afastada até a próxima seca.
A forma como os pensamentos dos integrantes da família são retratados em especial do Fabiano reflete a maneira como se vê, não um homem mas como um bicho. Sempre subordinado a outros, sem estudos e sem nunca poder falar o que pensa. Está tão condicionado a isso que a maneira como ele é sua esposa conversam tem menos haver com palavras e mais uma linguagem própria na qual se entendem. Sinha vitória é a que mais se vê como mulher questionando sua situação e querendo uma melhor vida apesar de enquanto na fazenda se considerava feliz. E dela vem a ideia ao fim de começar uma vida nova na cidade e dar um futuro diferente do deles para seus filhos. Filhos esses que nem nomes tem, até a cachorrinha baleia tem um. Mostrando mais ainda a ideia de que não se acham pessoas. As crianças tentam conversar, fazer perguntas mas sempre são caladas pelos pais até que param de tentar. A morte da Baleia foi uma tristeza muito grande e ela mesmo na morte não conseguindo sentir raiva de seu dono.
O fim trás um toque de esperança e espero que tenham chegado á vida que queriam. Desde o cenário em que se passa na seca do sertão nordestino aos personagens do Fabiano a baleia. Tudo tem uma forma crua de sermos apresentados vindo de uma forma mais próxima da realidade.
Por ter poucas páginas é uma leitura relativamente rápida e que vale a pena ser lida por todos.

CatsBR 15/06/2024

Vidas secas, tudo seco.
Realidade retratada através desses personagens cuja história doeu ler.. Graciliano Ramos, tiro o meu chapéu.

Andreza.Pontes 15/06/2024

"Animalização" do ser humano
VIDAS SECAS é a principal obra de Graciliano Ramos. Publicada em 1938; Conta a história de uma família de retirantes no sertão nordestino: Fabiano, Sinha Vitória, o menino mais novo, o menino mais velho e a cachorra Baleia.
(*obs: os meninos não têm nome)

Algumas das mazelas citadas são: analfabetismo, fome, pobreza, seca, abuso de poder, trabalho escravo entre outras.

OPINIÃO: Os personagens são bem realistas, ou seja, não foram criados para obter a simpatia do leitor. São humanos imperfeitos: normais. Por isso, eu só gostei mesmo foi das crianças e da Baleia.
Não gostei da falta de linearidade do enredo e do fato de os adultos agirem, serem descritos e também tratados como "homens das cavernas" muitas vezes no decorrer do livro. Creio que a intenção do autor foi exatamente esta; a "animalização" dos personagens.

Iasmim 14/06/2024

O livro é bem chatinho de ler por causa da linguagem antiga, mas é uma história bem triste e comovente.

sfc.miih 14/06/2024

Graciliano Ramos, você é incrível!
Ok, precisamos falar da escrita desse homem. É simplesmente incrível!

Eu me envolvi a cada página, e mesmo lendo
um capítulo por semana (por causa que líamos em um dia específico da semana, escolhido pela professora), eu posso dizer que eu não esqueci de nada! O jeito que o autor mostra a 'realidade' da seca, é o que pega mais.
E com certeza o melhor capítulo foi o nono! Sem discussão. O nono capítulo foi o melhor, em disparada, e confesso que eu chorei HORRORES.

Enfim, eu adorei, e recomendo super!

Vitor922 14/06/2024

Fenomenal.
Fenomenal, simplesmente isso.
Vidas Secas retrata a história de gente do mato, de algum local passando seca, num deserto. A vida de alguém que passa sua vivência toda num canto destruído e na beira do desague por causa de uma seca não é fácil, e nesse romance vemos Fabiano, Vitória, seus dois filhos e a cachorra Baleia vivendo neste ?inferno astral? arquitetado e demolido por Graciliano Ramos, um escritor alagoano.
Que vida é essa? Como pensam? Como vivem? Perguntas típicas do National Geographic são respondidas de forma muito dolorosa ao longo do livro.
A forma qual se retrata esta vida seca coletiva da família, usando de muitas gírias e expressões do local tornam tudo mais vívido e te engolem para dentro deste mundo de sacrilégio qual você é posto. Emoções não passam sem dizer um ?adeus? neste livro. Tenha certeza, tudo que se é possível pensar, refletir, ou bem dizer filosofar sobre este romance vai te fazer construir uma mente melhor para si.

hhiinana 14/06/2024

Não é o tipo de livro que eu gosto de ler, que me atrai, justamente por isso a leitura não me agregou muito.
é um livro importante, porém não um dos melhores nacionais para mim.

Eltinho Felicio 14/06/2024

Vidas Secas e personagens secos
Que livro maravilhoso!

Graciliano me colocou pra refletir muito .

O livro trás uma crítica social perfeita.

E como não pensar em Baleia e sua humanidade.