EddMnezes 02/04/2024
É sempre bom reler um clássico
Um tempinho atrás quando eu li "Vidas Secas" pela primeira vez, acabei por não me identificar com a leitura e com a linguagem.
Essa linguagem muito peculiar é um dos destaques da obra, por sinal. Aqui, os capítulos são narrados pelos seguintes personagens: Fabiano, o pai da família; Sinha Vitória, a mãe da família; O menino mais velho, filho mais velho do casal; O menino mais novo, filho mais novo do casal; Baleia, a fofissima cachorrinha que sempre que comentando sobre as ações imprudentes dos personagens e julgando tudo muito silenciosamente enquanto se esparrama sob o sol escaldante do sertão.
O livro retrata os dilemas dessa família que vivem numa fazenda do nordeste onde a seca intensa é um problema que assusta essas pessoas a cada dia.
Eu amo como o autor conduz as críticas sociais e até meio políticas existentes aqui. A ignorância do homem, o senso de superioridade e arrogância inerente na vida das pessoas e a corrupção são alguns temas que pude ver presente na história com base na minha interpretação da obra.
E o autor conduz isso tudo de um jeito tão fluído e com um ritmo tão gostoso em uma história tão curta que consegue nos fazer rir, ficar tristes, com raiva e indignação em um ambiente frio apesar de todo o calor presente e intensamente mórbido em muitas vezes.
Enfim, fico feliz que, da segunda vez que li, me acustumei muito mais com a linguagem e pude aproveitar muito mais a letura.