@apilhadathay 03/08/2021
Clássico atemporal
Importante romance do escritor alagoano Graciliano Ramos, lançado em 1938, VIDAS SECAS é considerado o maior livro do autor. Narrado em 3ª pessoa, VIDAS SECAS apresenta uma família de retirantes nordestinos que enfrentam condições subumanas de vida, opressão social seca, miséria, fome, desigualdade social, lutas de classes, uma ferramenta de relevância política, social e histórica. Premiado, em 1962, nos Estados Unidos, pela Fundação William Faulkner como livro representativo da Literatura Brasileira!
Conhecemos o contexto histórico de escrita e publicação desta obra: as constantes tensões políticas da década de 1930, o autoritarismo reinante, as revoluções. Mas sua alma reside na trajetória de Fabiano e sua família: sinhá Vitória, os dois filhos e a cadela Baleia, e os sacrifícios necessários à sua sobrevivência, os problemas de comunicação entre pai e filhos. É muito curioso que a cadela da família tenha sido batizada, mas os filhos do vaqueiro são chamados apenas de Menino mais velho e Menino mais novo. Em diversos momentos, podemos sentir como o autor humaniza Baleia, expõe para os leitores o que ela estava sentindo, pensando e como ela tinha consciência de tudo ao seu redor.
Outra curiosidade é como o personagem Tomás da Bolandeira faz parte intrínseca da vida de Sinhá Vitória e da família, mesmo sem nunca aparecer na história, de fato. A cama dele parece uma obsessão de Vitória. Tomás se torna a figura da pessoa bem-sucedida, estudada, que alcançou um patamar desejado por muitos.
Nesta edição linda, da Ed. Record, celebrativa de 80 anos do romance, temos um Prefácio, escrito por Benjamin Abdala Junior, seguido do livro VIDAS SECAS (13 capítulos), mais um Posfácio de Hermenegildo Barros e uma cronologia da Vida e obra do autor.
Lamento não ter lido antes. Que livro!
site: www.instagram.com/apilhadathay