NathAlia.Kiper 07/05/2024
Vidas secas
O nome do livro trás diversos significados, sendo eles vidas secas, em relação as chuvas, mas também em relação ao afeto da família, e como era a vida naquela situação.
Sobre o autor, ele tem como forma de escrita um modo bem direto. O alagoano quer denunciar a realidade de forma dura, explicita, com a intenção de deixar o leitor sempre desconfortável com os acontecimentos. Segundo o mesmo, a palavra não foi feita para enfeitar, foi feita para se dizer.
O livro retrata muito uma vida sem complexidade, baseada na necessidade, sem perspectiva de futuro, causada pela insegurança em que viviam. Para Fabiano, a intelectualidade se distinguia da força bruta, que era necessária na realidade dele, não percebendo que os estudos são tão necessários para se defender quanto a força. Para ele, quando a seca chegasse as pessoas estudadas sofreriam tanto como as que não são. A historia retrata muito esse cenário de desumanização que Fabiano sobre, não se considerando gente por não ter terras ou gado, também por não ter uma linha de pensamento desenvolvida, se aproximando mais dos bichos. A opressão social é um outro ponto muito latente na escrita, ocasionada por vários personagens na trama, como pelo soldado amarelo, que o prendeu injustamente e Fabiano não tinha como se defender. Ou pelo patrão, quando recebia pagamentos injustos. O fiscal e o soldado amarelo representam a opressão institucional, mostrando também uma falsa idealização do governo.
Em relação aos filhos, se mostra muita falta de identidade, uma generalização, visto que os meninos se chamam como menino mais velho(que era muito interessado em aprender, e na intelectualidade) e menino mais novo (se inspirava em Fabiano, força bruta). Entre eles, não se vê muita conversa, nem afeto.