Ayslla 06/02/2024
Definitivamente devia ter acabado em ?espada de vidro?
Esse livro é um desperdício, o tipo de livro que faz você repensar a sua capacidade de fazer escolhas.
Eu não tenho palavras para expressar o quanto eu me decepcionei com essa série. Eu ganhei o primeiro livro de presente, e eu fiquei tão, mas tão empolgada para ler. Assisti entrevistas com a autora sobre o processo de escrita, assisti vídeos sobre o livro no youtube, que eu só falava disso por dias. Gostei bastante do primeiro livro, mas não o suficiente para aceitar a tortura que foi ler o resto da série.
E isso é porque todos os outros três livros são iguais. Todos. Três mil palavras de um plot previsível, que anda em círculos e desperdiça todo potencial de um contexto político que a princípio era muito interessante para o leitor.
Mare é uma personagem que não cresce. Quatro livros dos mais diferentes infortúnios que uma pessoa pode passar, e ela ainda é extremamente autocentrada, infantil e claramente aquele tipo de pessoa que acha que é o centro do mundo e se faz de coitadinha ao mesmo tempo.
Cal é tão chato que nem vale a pena falar dele, e é particularmente irritante como a autora faz questão de deixar claro que ele é o interesse romântico, mas não faz questão de colocar isso no enredo de modo a convencer o leitor. O vai e volta deles me deu nos nervos de uma forma que eu nem sei explicar.
O Maven é o melhor personagem dessa série, resta aos demais fãs aceitarem isso, ele é incrível e profundo, ver todo o potencial da personagem desperdiçado em um pano de fundo, que só aparece pra reclamar "a mamãe não ficaria orgulhosa" me dá raiva. E a coisa principal, e mais óbvia com esses contos patéticos, é que a autora simplesmente tenta arrastar e prolongar uma história já quebrada e que não foi bem finalizada.
Farley, simplesmente se tornou uma piada. A existência da Iris é desnecessária.
O Kilorn que preguiça. A família da Mare inteira nem sei o que estava fazendo ali.
Só quero enfatizar um detalhe:
A presença do Jon e de curandeiras tiraram o peso da própria história. Ambos aparecem somente quando convém ao roteiro.
No caso do Jon, ele virou uma muleta para o enredo e ditou os caminhos da história, porque a autora não conseguiu criar uma narrativa que evoluísse por si só. Ele representa a interferência do autor ex machina dentro do livro, que precisa inserir novas informações e não sabe como, aí lança mão desse recurso e tã dã.
Ele aparece do nada, solta uma verdade orácula e vai embora, porque é óbvio que não deveria ter alguém como ele na história, porque né... É ÓBVIO! Então, ele aparece e some somente quando a autora precisa dessa desculpa.
Sobre as curandeiras. Serve a mesma lógica que apresentei para o Jon, é quase a presença física da autora dentro do livro. Você tá lendo, e a história está te conduzindo para a morte de um personagem, aí é como se autora gritasse "CORTA" no meu ouvido, e "sim, tá quase morto, mas não vai morrer não, sabe por quê, meu bem? Porque eu tenho a carta mágica das curandeiras em modo defesa. CURANDEEEIRAS, curem esse aqui. Pronto. Viveu".
Acho que no final das contas a culpa é minha. Eu coloquei expectativa demais. Pelo menos acabou e eu posso começar a esquecer essa série em paz e nunca mais pensar nesses livros de novo.