Anne L. 10/05/2020
Ganhou um Pulitzer, né...
Tenho algo contra livro com personagem principal escritor, admito, porque acho megalomaníaco, e também porque é sempre a mesma coisa: escritor (homem branco) fracassado, com vida amorosa fracassada, triste, infeliz, tudo é uma bosta. Aqui não é diferente, exceto talvez pelo fato de o Less ser gay. Mas isso é o que tornou tudo pior, na minha concepção. É praticamente impossível a gente se identificar com a vida e os problemas do Less, porque, como no livro fracassado dele, ironicamente (ou não, porque me parece ser proposital esse paralelo), não tem nenhuma tragédia real na vida de um homem branco de meia-idade como ele. Mesmo assim, lá está ele no meio de uma crise por conta desses problemas que ele mesmo criou ou que nem existem, e essa é a história. Acho que era para ser satírico, irreverente, sei lá, mas só achei lamentável mesmo. Sem contar que o fato de ele ser gay só serviu de pano de fundo para "mostrar" que relacionamento gay só tem dois destinos, ser feliz e terminar, ter um monte de traições no meio e terminar. E, por falar em terminar, pra um livro de menos de 300 páginas, parecia que não ia acabar nunca. Mas até que essa vibe eterna combinou com o tema, né, um monte de white people problems que, como não tem começo nem razão de ser, então também não tem fim