Formas Reais de Amar

Formas Reais de Amar Olívia Pilar
Solaine Chioro
Lia Rocha




Resenhas - Formas Reais de Amar


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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 20/12/2018

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
Como devem lembrar, em maio a atriz Meghan Markle se casou com o príncipe Harry, um casamento que quebrou tradições da realeza britânica, como o fato de Meghan não ser de origem branca. E "Formas reais de amar" é uma coletânea que vem com a proposta de trazer princesas que fogem dos padrões. Em comum, todas as protagonistas tem o fato de serem de ascendência negra. Um pouquinho sobre cada história:

"Catarina, do Reino Unificado" da Val Alves, é narrado pela Catarina, que queria aproveitar o lanche de um evento da ONU mas foi obrigada pela amiga Manu a ir pra frente da Abadia por causa do casamento do príncipe com uma plebeia. Lá, elas se envolveriam numa confusão com uma garotinha perdida, um membro da família real (um reptiliano, talvez?) e um crush da faculdade que é a cara do Chris Evans (amo!) com covinhas! Esse é o conto mais engraçado do livro! A escrita da Val é super bem humorada! A história tem muitas semelhanças com a da Meghan e do Harry, então quem acompanhou o casamento deles e conhece um pouco da realeza britânica, certamente vai entender as referências.
"Como dizem por aí, nem toda heroína usa capa, não é mesmo?"
O segundo conto é "Kayla, do Reino de Sídera", escrito pela Solaine Chioro. A princesa Kayla volta para o seu reino depois de concluir a faculdade, e novamente tem que aturar os pais jogando-a para cima do príncipe Thando. Mas será que se não houvesse essa pressão dos pais, Kayla resistiria tando à ideia de formar um casal apaixonado com Thando? Quais são os verdadeiros sentimentos dos dois? Achei super interessante nesse conto as referências às culturas africanas, especialmente a cultura zulu.
"Ser princesa nunca mudou o fato de eu ser gorda e disso permitir que todos se sentissem livres para opinar sobre o meu corpo."
"Eu estava cansada das pessoas tentando decidir a minha vida amorosa. Não aguentava mais a pressão, mesmo que indireta, que todos pareciam colocar sobre mim e Thando. Eu era dona da minha vida e encontraria o amor do jeito que eu queria, não como meus pais e todo o reino esperavam."
"Às vezes eu me esqueço de que mulheres negras são chamadas de agressivas sempre que deixam de sorrir por dois segundos."

"Lorena, do Reino de Minas" da Lavínia Rocha foi o meu conto favorito! Na história, não existe Minas Gerais, e sim dois reinos: Minas e Gerais. A situação no reino de Minas não é das melhores. Uma aproximação política e econômica com o reino de Gerais poderia ser de grande ajuda. O problema é a inimizade entre os dois povos por causa de antigos conflitos. Para aumentar o índice de aprovação da reaproximação dos reinos, é sugerido um relacionamento entre a princesa Lavínia de Minas e o príncipe Raul de Gerais. Será que isso vai dar certo, ainda mais quando temos alguém tentando sabotar essa reaproximação?
"— Agora percebo que talvez não tenha nada contra Gerais. — Ah, sobre isso não posso concordar. — Ele parou o que estava fazendo e me encarou, sério. — Não cultivo muita simpatia pela princesa de Minas. Raul imediatamente deixou escapar um sorrisinho. Percebi que ele era péssimo para fazer brincadeiras teatrais: nunca conseguia se manter sério o bastante para causar um efeito."
A premissa lembra um pouquinho "A Seleção": casamento real para mudar a opinião pública, mas a semelhança fica só aí. Amei a escrita da Lavínia. Ela conseguiu criar uma trama na medida certa para ficar crível, acreditável. Além de personagens bem construídos, pelos quais sentimos empatia logo de cara, especialmente pela princesa e pelo príncipe em sua determinação de fazer o melhor para o reino. Obviamente, amei também a ambientação no meu estado.
"Não me importava se no pacote de criação de meninas estava a lição 'ser sempre doce, não interessa o que façam com você', o que falei sobre príncipes inconvenientes era verdade."
Mas o que mais gostei foi a atitude da mãe da Lorena, que disse para a filha que ela não precisava abrir mão de si mesma, embarcando num relacionamento que poderia não lhe fazer bem, só por ser uma princesa e ter deveres com o reino, afinal, estamos no século vinte e um e mulheres são bem mais do que "mercadoria" para ser usada em casamentos.
"— Lorena, eu sei por que você concordou com o casamento, sei dos motivos e imagino tudo o que passou pela sua cabeça. Também sei que te criei a vida inteira para pensar no povo antes de si mesma. Eu sei de tudo. — Ela apertou um pouco mais minhas mãos e assentiu. — Mas quero que saiba que sempre pode negar. Mesmo depois que oficializarem, se casarem, unirem os reinos… não importa! Você precisa saber que se esse relacionamento estiver te fazendo mal, você pode e deve sair dele."
"Amara, do Reino das Marés" da escritora Olívia Pilar fecha a obra, nos apresentando Amara, que precisará se casar em pouquíssimo tempo para subir ao trono do Reino das Marés, um pequeno reino onde só mulheres podem governar. Antes de assumir suas obrigações, Amara consegue algumas semanas para viajar ao Brasil, onde conhece Izabela, que trabalha no hotel onde se hospeda. A relação das duas começa com uma amizade e se torna algo mais. Além da boa escrita da Olívia, da ambientação num resort brasileiro, o diferencial desse conto é trazer uma protagonista lésbica de um reino onde uniões de pessoas do mesmo sexo são aceitas. Acho que esse conto só não empatou com o conto da Lavínia como favorito pelo final, que eu queria que fosse diferente, embora tenha sido compreensível.

Falei pouquíssimo sobre cada conto, ainda que cada um merecesse uma resenha só para si. "Formas reais de amar" foi o meu primeiro contato com a escrita das quatro autoras, além de ter sido o primeiro e-book que li no Kindle Unlimited. E foi uma ótima experiência de leitura. Recomendo muito que vocês também o leiam, principalmente por ser uma obra que traz a diversidade e a representatividade tão necessárias na nossa literatura. Além disso, é fascinante como cada autora conseguiu criar o seu reino e inseri-lo nos dias de hoje, trazendo protagonistas que enfrentam os velhos dilemas do coração, mas com muito bom humor e força feminina.

A capa é um encanto, condizente com nossas protagonistas. Por ser e-book, não há muito o que falar sobre a diagramação, quanto à revisão, encontrei pouquíssimos erros.

site: https://petalasdeliberdade.blogspot.com/2018/06/resenha-livro-formas-reais-de-amar-val.html
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Luísa 12/12/2018

Muitos clichês reunidos
A proposta do livro é interessante. A ideia é trazer histórias de princesas, porém princesas "fora do padrão". Todas elas são negras, e uma delas é gorda. Até aí, tudo bem. O problema é que, tirando as características físicas das princesas, as histórias são recheadas de todos os clichês possíveis, o que me deixou um pouco cansada da leitura, por ser tudo tão previsível.

A história da Val é divertida, a personagem Catarina é super engraçada, e a narrativa foge um pouco da proposta do livro pois a protagonista não é a princesa da história. No entanto, a história de amor dela é previsível e, por vezes, escrita de forma um pouco inadequada, a linguagem é muito infanto-juvenil, mas, de repente, o casal se beija e se agarra de forma mais intensa, contrastando um pouco com o restante da narrativa.

A história de Solaine, a meu ver, foi a mais fraca. Ela não se distancia em nada dos clichês padrões. Um garoto e uma garota que se "odeiam" e se provocam desde a infância mas que, no fundo, nutrem um grande amor.

Lavínia Rocha traz uma proposta interessante em relação aos reinos de Minas e de Gerais, mas a construção do relacionamento do príncipe com a princesa também deixa a desejar, ela é muito pautada na beleza física e em provocações, de forma semelhante ao que Solaine traz em seu conto.

Por fim, Olívia Pilar pra mim foi a que se saiu melhor na coletânea. Sua história é original e consegue fugir dos clichês. Por ser a última do livro, eu já estava prevendo o final de acordo com os três outros contos lidos, porém a autora conseguiu me surpreender, construindo uma história mais real e sensível, que aborda questões importantes de autoconhecimento e vivência jovem.

Val Alves: 3 estrelas
Solaine Chioro: 2.5 estrelas
Lavínia Rocha: 3 estrelas
Olívia Pilar: 4 estrelas
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Jess 03/08/2018

Lindo demais
Gente que livro fofo. Sério. Eu me apaixonei pela capa quando vi no Kindle Unlimeted e peguei para ler por serem contos, algo que gosto sempre de ter a mão para um leitura mais rápida.
Mas qual não foi minha surpresa ao me deparar com um livro SUPER bem escrito, lindo, fofo e transbordando representatividade de todas as formas. Me apaixonei perdidamente por todos os contos. TODOS. Isso é algo quase impossível de acontecer comigo em um livro assim, sempre tem algum que não agrada. Mas nesse amei todos. A partir de hoje vou enaltecer esse livro sempre
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Aninha de Tróia 17/07/2018

Que livro lindo e maravilhoso!!! Os contos são muito bem escritos e cheios de representatividade. É difícil escolher um preferido, então não vou nem tentar hahaha. Li pelo Kindle unlimited, mas vou ter que comprar pra poder ler e reler. Pretendo ler tudo o que encontrar das quatro autoras.
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Paraíso das Ideias 17/07/2018

A diversidade muito bem representada
Não me entenda mal! Eu estou emocionadíssima com este livro que traz 4 - QUATRO - protagonistas negras, mas não é por isso que dei 5 estrelas, favoritei e considero meu mais novo queridinho. É porque este livro é TÃO BEM ESCRITO que renovou minhas esperanças na literatura nacional - vou quebrar a cara mais lá na frente? Óbvio, mas me deixa me iludir por enquanto.

Além das quatro - QUATRO!
Q
U
A
T
R
O
!!!!!
protagonistas negras, os contos respiram negritude para tudo quanto é lado. E TEM MAIS! Tem personagem japonês, tem romance lésbico, tem princesa gorda, tem princesa bissexual. EU ESTOU NAS NUVENS.

Sério, não consigo acreditar na qualidade deste livro. Contos maravilhosamente escritos, representativos, personagens cativantes, princesas excelentes... Tudo na dose certa. Tudo inserido com naturalidade.

Eu já conhecia a Lavínia Rocha, Olívia Pilar, Solaine Chioro e Val Alves pelas redes sociais e seus posicionamentos no feminismo e movimento negro, mas nunca tive oportunidade de ler seus contos e livros anteriores e como tive MUITA experiência ruim com autores nacionais, estava com medo de encarar esse. E depois de Formas Reais de Amar, eu com certeza lerei tudo o que elas já publicaram na vida.

Em meus 27 anos de vida, sabe quando eu li um livro com tantos personagens negros? NUNCA!!!! Eu estou feliz demais. Eu estava esperando que alguém com competência e de saco cheio das mesmas histórias de princesas ou não, mas com muitos personagens padrão botasse a mão na massa e me entregasse um enredo cativante, bem escrito, bem criado. Formas Reais de Amar mostra que você, escritor, não é representativo simplesmente porque NÃO QUER. Porque funciona uma história girar em torno de uma protagonista LGBTIQA+, POC, gorda, com deficiência e suas histórias devem incluir todo tipo de ser humano que exista.

Amei a enorme quantidade de personagens negros. Amei que havia princesa gorda e que todos os herdeiros do trono tinham mais de 19 anos. Amei a presença de personagem asiático e homossexual. E nenhuma inclusão tinha aquele ar de didatismo.

E como amei muito, vou falar por cima de cada conto para deixar você mais curiosos ainda:

Catarina, do Reino Unificado
Catarina, do Reino Unificado Agora, se a vida de uma princesa parece ser puro glamour, Valéria Alves revela que não é bem assim com a história de Catarina, que só queria comer pão de queijo durante o coffee break de uma simulação da ONU e acaba no meio da multidão em frente à Abadia de Santa Rita de Cássia, no evento mais importante do ano, e descobre que seu príncipe está mais perto do que ela imagina.

Amei a escrita da Val Alves. Tudo parecia se encaixar bem e ter sido escrito por alguém que sabe o que está fazendo - acredite em mim, já li livros pavorosos que foram capazes de me traumatizar -. Foi minha primeira experiência com ela e isso restaurou minha fé nos escritores nacionais contemporâneos.

Também amei o jeito debochado com que a narrativa foi contada. Soltando uma indireta daqui, um comentário meio venenoso de lá. Tudo verdades - ainda mais sobre as famílias reais, seus protocolos bestas e suas tradições arcaicas.

Gostei tanto deste conto que vou fingir que não foi meio forçado. Aceito isso porque a) senão não teríamos história e b) a construção da personagem indica que ela é meio desligada da realidade. E eu poderia torcer o nariz para esse traço da personalidade dela, mas minha irmã é igualzinha, então, sim, acredito em pessoas como Catarina.

Kayla, do Reino de Sídera
Kayla, do Reino de Sídera Já Solaine Chioro conta a história da futura governante de Sídera, uma jovem que fez de tudo para fugir e esconder seus sentimentos, mas que agora tem que enfrentar não só o compromisso com seu reino, como lidar com suas inseguranças e se abrir para o amor.

Só elogios à escrita da Solaine, por que como não? Maravilhosa, precisa, natural, excelente mesmo. O que não ficou à altura assim foi a revisão. Foi o conto em que mais detectei erros de português, palavras truncadas, falta de preposição, essas coisas. Mínimas, mas se a editora pudesse rever isso, seria fantástico.

Claro que nada disso atrapalhou a história de nossa princesa Kayla, maravilhosa, segura de si. E o Thando

site: http://www.paraisodasideias.com
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zoni 21/06/2018

Eu acabei o livro me sentindo uma princesa, será?
Esse livro é uma antologia de contos da agência página 7, e reúne quatro autoras que nos contam em quatro contos diferentes a vida e as aventuras incrivelmente malucas e românticas de garotas ligadas à realeza, e é um daqueles volumes que realmente deixa nosso coração quentinho e totalmente derretido de amores.

O mais importante no livro, é o fato dele ser totalmente empoderador para a voz das mulheres negras e gordas, e ser totalmente escritos por mulheres negras, com histórias e narrações jovens, rápidas e divertidas, as autoras conseguem nos prender em suas teias curtas, mas nem um pouco rasas. Apesar de serem contos com 30 páginas cada, não sentimos que falta alguma coisa, não sentimos que a história está incompleta.

Meu conto favorito é sem dúvida o Catarina, do Reino Unificado da Valéria Alves. Esse conto é incrível, cômico, gostoso, envolvente, e tem tudo que a gente gosta quando procura boas histórias pra ler, uma protagonista encantadora e cheia de carisma que se mistura com um sarcasmo pontuado, e tiradas cômicas. Não tem como não se identificar com a personagem. Mas em contrapartida, o conto da Solaine Chioro, chamado Kayla, do Reino de Sídera não me agradou muito, confesso que a pegada Wakanda não me agradou muito... Os outros dois são envolventes e bem pontudos, fofos, e aquecem o coração, mas não são tão marcantes como os dois primeiros, apesar de Olívia Pilar nos dá um conto com uma personagem bissexual isso soa tão normal, tão natural que acaba não sendo marcante (preciso abrir parênteses pra enaltecer a autora aqui por isso, obrigado).

É um livrinho nacional, cheio de representatividade e amor, que abre espaço para discussões importantes, tem personagens gordos, LGBT, de culturas e etnias diferentes, e é totalmente maravilhoso ter um livro para o público jovem com assuntos de extrema importância tratados com tanta leveza e naturalidade.

Notas individuais:
Catarina, do Reino Unificado- 4,5 estrelas
Kayla, do Reino de Sídera - 2,5 estrelas
Lorena, do Reino de Minas- 3 estrelas
Amara, do Reino das Marés - 3,5 estrelas

site: instagram.com/nomeiodatravessia
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Queria Estar Lendo 02/06/2018

Resenha: Formas Reais de Amar
Formas Reais de Amar é a nova antologia da Agência Página 7 que reúne quatro autoras para contar as aventuras e desventuras apaixonantes de quatro protagonistas ligadas, de alguma forma, à realeza.

A antologia segue a perspectiva "own voices", que dá espaço para os autores e autoras contarem suas próprias vivências e realidades, então o espaço dessas histórias é totalmente empoderador para a voz das mulheres negras. Com histórias jovens e divertidas, Lavínia Rocha, Olívia Pilar, Valéria Alves e Solaine Chioro ganharam minha carteirinha de fã.

Catarina, do Reino Unificado (Valéria Alves)

Catarina estava de boas no intervalo de uma simulação da ONU, ansiosa para comer um pão de queijo, quando sua melhor amiga, Manu, a arrasta em direção à multidão ansiosa pelo casamento real; um pequeno acaso do destino acaba por colocar ela no caminho de algumas situações bem inesperadas.

Eu ri tanto, mas tanto com esse conto que é até difícil de expressar. A Catarina tem uma voz única e que logo de cara já te conquista e encanta; o carisma que salta das páginas e mistura sarcasmo e tiradinhas cômicas (e referências! Muitas referências) num bom humor gostoso de ler.

"Queria poder gritar "OUVE O QUE VOCÊ TÁ FALANDO". "

Junto com a Manu, a empreitada de encontrar a família de uma garotinha perdida acaba por colocar a Catarina em umas situações absurdas que nem em seus sonhos mais insanos ela imaginou ser capaz de viver. Isso envolve, inclusive, seu big crush Frederico (um sósia do Chris Evans que eu queria muito conhecer, boa noite) e até, quem sabe, umas bandejas de pão de queijo.

"Sendo uma filha de dois mundos como ela, é difícil exprimir em palavras a minha felicidade ao vê-la se tornando princesa em um país historicamente racista."

Aviso: existe o risco de você terminar de ler este conto e querer correr na padaria comprar pão de queijo. Eu atesto esse fato.

Kayla, do Reino de Sídera (Solaine Chioro)

Na história, Kayla está de volta ao reino de Sídera, sua casa, depois de terminar a faculdade. E o retorno traz responsabilidades com as quais Kayla ainda não está pronta para lidar - inclusive questões do coração.

Se o conto da Catarina foi descontração, o da Kayla foi de um angst maravilhoso que só me fez querer rolar no chão por toda sua sequência. Divertido e jovial, também, mas em um tom mais sério e contemplador que o da primeira história. Kayla voltou para casa e para a coroa e, como toda princesa, precisa arcar com seus deveres reais. Por enquanto, ainda está livre o suficiente para aproveitar a pouca liberdade que tem e até um baile para comemorar seu retorno - e é seu coração quem dita o desenvolvimento da história.

Kayla reencontra Thando, príncipe de uma nação amiga, com quem tem um passado misterioso e uma lembrança intensa e confusa de uns anos atrás. Se eu morri shippando esses dois? Ah, mas com certeza.

"— Agora eu sou viciada no Thando?
— Você sempre tem dificuldade em parar de falar nele, por mais que tente, então eu acho é que sim."

Kayla não entende as próprias emoções em relação ao príncipe, ainda que estejam bastante claras para nós, leitores, então é aquele angst gostosinho de acompanhar enquanto os dois interagem e a química salta das páginas e você só quer gritar FIQUEM JUNTOS LOGO! Ela é uma garota sonhadora, que gosta da sua liberdade e poder de escolha. Eu adorei acompanhar sua história e suas interações com os pais, a melhor amiga e os personagens secundários.

E o Thando, que homão da porra. Sensível, divertido e com um coração de ouro, virou crush literário (todos os homens desse livro roubaram meu coração).

Lorena, do Reino de Minas (Lavínia Rocha)

Outra princesa com grandes responsabilidades; desta vez, uma garota com a missão de possivelmente unir dois reinos separados por desavenças antigas. Lorena é herdeira de Minas e está prestes a se reunir com os reis e o príncipe de Gerais para acordos a fim de quebrar a rixa que existe entre as duas nações; ela não contava, no entanto, com a atração e a simpatia que sentiria pelo herdeiro do trono "inimigo", Raul, e o que era inimizade pode acabar se tornando algo bem mais interessante.

Com um tom fácil e uma premissa interessante, quase um Romeu e Julieta da terra do pão de queijo, Lavínia Rocha desenvolve sua protagonista através de decisões políticas e do coração; Raul é um doce de rapaz e eu gostei muito de ver como ele e a Lorena não se refrearam ao entender que existia alguma coisa bem intensa entre eles.

"— Se eu pudesse tornar real um estereótipo de princesas, seria a vida tranquila."

Meu coração de shipper agradece. Amo um slow burn mas também amo um casal que já sai nos flertes e sorrisinhos cheios de segundas intenções.

O pano de fundo da história envolve essa rivalidade entre os reinos e a busca dos comandantes de criar uma aliança. Como se trata de um conto, achei bom como a autora explicou a situação e as soluções sem se enrolar ou se apressar demais. É um tom bom para a rapidez que a história pede, mas não sai atropelando informações.

Amara, do Reino das Marés (Olívia Pilar)

Amara precisa se casar. É seu dever de acordo com as leis do reino e, como princesa, precisa cumpri-lo. A mãe dá a ela um período para decidir quem escolherá como pretendente e, até lá, Amara decide tirar alguns meses de férias para esfriar a cabeça e pensar com calma - o destino escolhido é o Brasil. E aqui ela conhece Iza. Uma paixonite inesperada que pode trazer ao seu coração tudo que Amara precisava naquelas semanas distante de tudo; um escape da vida como princesa, onde seu coração é tudo que importa.

"Minha posição me privava de muitas coisas, mas era através dela que tinha a chance de mudar situações."

Eu gostaria de um momento para apreciar o fato de que este é um reino que aceita que seus governantes se casem com pessoas do mesmo gênero que eles e que respeita e ama independente da orientação sexual e eu gostaria muito de viver neste lugar. De verdade. Parece a Disney só que melhor.

Amara é uma personagem cativante. Iza, um amor de pessoa. Quando ela apareceu e a Amara crushou nela meu coração já ficou mais leve porque deus abençoe uma princesa bissexual. A representação é muito fofa e adorável e você acompanha a aproximação das duas torcendo para que tudo dê certo, ainda que o futuro seja de uma incerteza sem fim. No momento, tudo que importa é a felicidade delas e o fato de funcionarem tão bem uma com a outra.

O conto é, tal como os outros, muito gostoso de ler. A narrativa é fácil, tem personagens incríveis e dá espaço para falar sobre o amor em todas as suas formas; eu amei e me diverti à beça - e o final foi inesperado e me deixou pulando de alegria.

Todos esses contos foram meus favoritos e eu quero abraçar esses personagens pra sempre.

Tal como é premissa da antologia, todos os contos dão espaço e voz para um leque de personagens ricos e de uma representação importante, distante daquilo que o mainstream sempre entrega para os leitores. Protagonistas negras, gordas, protagonistas e coadjuvantes LGBT+, de ascendência asiática, enfim. É maravilhoso pegar um livro para o público jovem e ver tamanha gama de personagens dos mais variados.

A presença da representatividade quase como um personagem - principalmente nas quatro protagonistas, princesas negras empoderadas, donas de si e que guiam suas histórias com coragem -, é importantíssima para que outras garotas se vejam como elas, com espaço e muitas histórias para contar.

Formas Reais de Amar é um must read para todos que adoram acompanhar diferentes e divertidas histórias de amor. O livro está disponível para os leitores do Kindle Unlimited.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2018/06/resenha-formas-reais-de-amar.html
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PaixAo20 23/05/2018

Catarina, do Reino Unificado- 4.5 estrelas
Kayla, do Reino de Sídera - 4 estrelas
Lorena, do Reino de Minas- 4 estrelas
Amara, do Reino das Marés - 4.25 estrelas
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Carous 15/05/2018

Não me entenda mal! Eu estou emocionadíssima com este livro que traz 4 - QUATRO - protagonistas negras, mas não é por isso que dei 5 estrelas, favoritei e considero meu mais novo queridinho. É porque este livro é TÃO BEM ESCRITO que renovou minhas esperanças na literatura nacional - vou quebrar a cara mais lá na frente? Óbvio, mas me deixa me iludir por enquanto.

Além das quatro - QUATRO!
Q
U
A
T
R
O
!!!!!
protagonistas negras, os contos respiram negritude para tudo quanto é lado. E TEM MAIS! Tem personagem japonês, tem romance lésbico, tem princesa gorda, tem princesa bissexual. EU ESTOU NAS NUVENS.

Sério, não consigo acreditar na qualidade deste livro. Contos maravilhosamente escritos, representativos, personagens cativantes, princesas excelentes... Tudo na dose certa. Tudo inserido com naturalidade.

Eu já conhecia a Lavínia Rocha, Olívia Pilar, Solaine Chioro e Val Alves pelas redes sociais e seus posicionamentos no feminismo e movimento negro, mas nunca tive oportunidade de ler seus contos e livros anteriores e como tive MUITA experiência ruim com autores nacionais, estava com medo de baixar esse. E depois de Formas Reais de Amar, eu com certeza lerei tudo o que elas já publicaram na vida.

Em meus 27 anos de vida sabe quando eu li um livro com tantos personagens negros? NUNCA!!!! Eu estou feliz demais. Eu estava esperando que alguém com competência e de saco cheio das mesmas histórias de princesas ou não, mas com muitos personagens padrão botasse a mão na massa e me entregasse um enredo cativante, bem escrito, bem criado. Formas Reais de Amar mostra que você, escritor, não é representativo simplesmente porque NÃO QUER. Porque funciona uma história girar em torno de uma protagonista LGBTIQA+, POC, gorda, com deficiência e suas histórias devem incluir todo tipo de ser humano que exista.
Paula 30/07/2019minha estante
Adorei a resenha! Super me identifiquei com a questão dos personagens.




mouemily 11/05/2018

QUE LIVRO LINDOOOOOOOOOOOOOOOOO

Quando eu soube que esse livro ia sair já fiquei animada pq amo demais as história da Solaine Chioro e da Olívia Pilar e ainda não tinha lido nada da Val Alves ou da Lavínia Rocha. E, gente, quando finalmente fui ler... Não tinha nem como me decepcionar.

Eu AMEI todos os contos e várias vezes, enquanto ia lendo, meti socos na parede (como uma boa trouxa) ou parei na metade da história pra gritar porque era tudo TÃO BOM. O da Solaine, sobre a Kayla e o Thando, foi o meu favorito porque GENTE EU AMO ESSES DOIS DEMAIS AAAAAAAAAAA mas amei também o desenvolvimento do conto da Val, fiquei com o coração na mão lendo o da Lavínia (JÁ QUERO SPIN OFF DA IRMÃZINHA DA LORENA) e feliz demais com a história da Amara e da Iza que a Olívia escreveu.

Não só os romances foram fantásticos, todos bem desenvolvidos e críveis, como também os reinos que as quatro autoras escrevem foram maravilhosos. Ri da família real reptiliana do Reino Unificado, me apaixonei por Sídera, sofri por Minas e Gerais (e por todos os outros reinos de Grã-Brasil, além de ficar louca por saber mais sobre cada um deles) e adorei como o Reino das Marés era tão resolvido. Foi muito legal ver como cada autora lidou com isso e com questões importantes e pertinentes, sempre de forma muito natural.

Enfim, como dá pra ver, eu AMEI DEMAIS FORMAS REAIS DE AMAR. Com certeza, vale a leitura para todo mundo.
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