Vitor Louredo 09/07/2011
Uma dura verdade.
Uma das grandes obras da história cristã. Pelo menos a leitura do seu primeiro capítulo é quase como uma vereda necessária no caminho de quase todo discípulo de Jesus Cristo.
O teólogo-mártir, com maestria, elimina toda e qualquer dicotomia entre graça e obras. Nos ajuda a enxergar uma graça que ele chama de preciosa, uma que não é só uma doutrina ou mais uma lei que só serve para anular outras leis, uma graça barata, mas uma graça que se vive, que se sente e que se pratica. Para pessoas que estão acostumadas com a graça barata, o meu caso antes de ler o livro, a leitura é como o recebimento de um soco no estômago. Dietrich Bonhoeffer não facilita. Em nenhum momento ele faz separação entre graça e obras. Ao invés do "evangelho da graça" citado por Paulo tantas vezes, o autor se prende à expressão "evangelho do Reino" bastante citada por Jesus.
Assim como no contexto em que o "Discipulado" foi escrito, onde a teologia liberal havia ganhado bastante força, a obra continua sendo, talvez por um outro motivo, de grande relevância hoje, onde a omissão social se tornou constante dentro das igrejas cristãs. E quando se tem um prévio conhecimento da vida de Bonhoeffer, o qual morreu na luta contra o nazismo de Hitler, a leitura se torna ainda mais chocante.