alexsandernsantos 15/11/2020
Uma obra singular
Este livro é um tesouro para todos que buscam uma vida intelectual. É uma obra essencial para estudantes, professores, autodidatas e afins. A busca pelo conhecimento é árdua e, muitas vezes, solitária. Confesso que a leitura para mim foi um tanto cansativa, mas foi excelente para aprimorar meu entendimento. Mais do que isso, foi um alimento para a alma. Ele entrou no meu rol de livros que precisam ser relidos. E certamente ele será em breve!
CITAÇÕES
"Ora, contabilizando as horas disponíveis de um dia normal, e se pusermos de lado o sono, os cuidados higiênicos, os deslocamentos, os deveres, apercebamo-nos de que muito pouco tempo resta para o trabalho do espírito, mesmo para quem é consagrado a ele, tendo em vista o trabalho radical, que mobiliza as nossas forças mais profundas." (p. 36).
"O valor de um espírito não está na sua ciência (há os dicionários ao alcance da mão), mas na posse de hábitos perfeitos que lhe permitam adaptar o seu saber e os seus princípios à singularidade de casos sempre novos e, inversamente, julgar o proveito que pode tirar do que lhe é oferecido pelo acaso." (p. 36).
"Certamente aos estudantes não falta talento ou gênio. O infortúnio é que eles têm demasiadas ideias, que não sabem escolher uma só e desenvolvê-la: é como se a natureza quisesse compor uma árvore que fosse simultaneamente fais, carvalho e bétula, e não pudesse resignar-se com as espécies." (p. 71).
"Os livros que convém termos sempre à cabeceira são aqueles que, a qualquer momento, podem nos proporcionar um conselho ou um movimento favorável; aqueles que nos elevam, pela descrição de uma vida exemplar; aqueles que nos contam a existência de um homem semelhante a nós e que, por isso, nos resgata [...] esses livros fazem com que participemos de outras existências, de outros ambientes e de outras épocas; os livros que resumem tudo; os que são como cânticos." (p. 89).
"O livro mais belo é talvez aquele que não foi escrito para ser lido, que não é publicado senão depois da morte de seu autor, que não foi manchado por nenhum desejo de agradar, que possui a qualidade de um testamento. É bom que um livro seja antigo o suficiente para que ele não se ligue de qualquer modo aos nossos pensamentos sobre o presente e nos faça sentir que aquilo que, nesse momento, nos emociona é provisório." (p. 90).