Com armas sonolentas

Com armas sonolentas Carola Saavedra




Resenhas - Com Armas Sonolentas


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Bela 20/03/2024

Com Armas Sonolentas
Com Armas Sonolentas começa manso, nos apresentando a história da Anna, uma atriz em ascensão que está disposta a qualquer coisa pelo sucesso. Ela encontra um homem que acredita ser sua passagem para o estrelato, mas acaba em uma cidade do interior da Alemanha sem perspectiva de futuro.

Logo o livro torna-se forte, com o capítulo de apresentação da Maike sendo uma excelente provocação que nos faz pensar Quem somos quando não pertencemos? Como existimos interna e externamente à nossa percepção? E logo somos conduzidas a uma adolescência conturbada da personagem que está se descobrindo a cada página.

Em seguida, conhecemos Avó, uma criança que é retirada de casa por sua própria mãe e enviada para servir de empregada doméstica em outra cidade, morando na casa dos patrões. Não chegamos a saber seu nome nem sua origem, vemos apenas a companhia da figura de sua avó, presente em seus pensamentos e sonhos.

Já no capítulo da Anna, vemos que ela possui uma relação difícil com a maternidade, evidenciada pela sua recusa em falar da mãe. Esse tema reaparece assim que adentramos o capítulo da Maike e tornará a aparecer no capítulo da Avó, onde vemos dois extremos opostos de comportamento maternal.

O livro torna-se espetacular quando entendemos as conexões que entrelaçam as histórias das 3 mulheres, ao mesmo tempo em que torna-se ainda mais doloroso. A escrita da Carola é precisa em descrever todas as emoções e angústias de cada personagem.

No fim, sinto que o livro vai muito além do tema maternidade, ele nos mostra as dualidades de viver em família x viver longe da família; de buscar sucesso a qualquer custo x de contentar-se com o que tem; tudo sobre a lente de aumento de ser mulher. Além disso, um detalhe interessantíssimo é que em nenhum momento sabemos o nome verdadeiro de cada personagem, o que consolida para mim uma das questões centrais da narrativa: quem somos quando não dependemos de ninguém? quem somos para nós, quem somos para os outros?

Tornou-se um dos meus favoritos e recomendo para quem quer um livro viciante, misterioso e emocionante. Fora que a capa é lindíssima!
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Xico 17/03/2024

Neste polfônico romance de formação, a autora entrelaça as trajetórias de três mulheres em um tecido complexo de exílio e abandono. Anna, a sonhadora de origem humilde, desbrava a distância entre suas aspirações e a realidade alemã, cegada pela promessa de fama. Maike, envolta em melancolia, busca no estudo do português uma conexão inesperada com o Brasil e consigo mesma, enquanto enfrenta as expectativas dos pais. Enquanto isso, uma terceira figura, sem nome, enfrenta os desafios da domesticação no Rio de Janeiro, revelando relações intrincadas. São vidas entrelaçadas em busca da identidade perdida, num emaranhado de línguas e destinos. Carola é uma das vozes mais intigantes da atual literatura brasileira.
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Monaliza12 21/02/2024

Você nunca saberá o nome verdadeiro das personagens.
?Há um nome secreto, todos temos um nome secreto, que só deve ser pronunciado em ocasiões especiais, esse é o nosso verdadeiro nome?
?Então não sei, não sei o meu nome verdadeiro?
-
Eu senti na escrita da autora uma grande identidade de realismo mágico. Em alguns momentos você pensa ?o que está acontecendo?? ?que loucura?? ?é real ou a personagem está louca???
Temas como feminino, maternidade, exílio e até sexualidade estão presente no livro. E os sentimentos de confusão e abandono fortemente presente nas personagens, trazem um quê de confusão e mistério para o leitor.
O livro conta a história de três mulheres: Anna, Maike e Avó. As três são muito diferentes mas há algo que as ligam.
Eu estou digerindo tudo o que aconteceu, mas sem dúvidas é um livro 5 estrelas e daqueles que a gente pensa ?por que esse livro não é mais conhecido??
Linha tênue entre loucura e fantasia.
Muitas, muitas pontas soltas. Uma personagem desse livro fala muito sobre o destino. E talvez o destino queria que o final fosse como foi mesmo; muito parecido com a vida real.
Lembrarei dessa grande história com muito carinho, principalmente da personagem avó, que infelizmente, teve uma vida limitada e interrompida.
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Priscila.Mastranto 17/02/2024

Histórias que se entrelaçam
Gostei da escrita da autora, contanto histórias que se entrelaçam entre si, tratando temas como sociedade, preconceito, violência, maternidade, sexualidade. Achei confuso o final, apesar de ter entendido a ideia principal, achei que faltou alguma coisa para seguir o mesmo ritmo do restante do livro. Talvez o encontro entre as personagens envolvidas tivesse preenchido essa falta de desfecho que senti na leitura. Mas de qualquer forma indico a leitura.
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Emilly 16/02/2024

Veja quanto custa renegar o sítio natal
Com armas sonolentas foi um livro difícil de ler, nele Carola Saavedra mostra as opressões e violências que as mulheres sofrem, são obrigadas a superar e seguir com a vida apesar das feridas abertas.
Com armas sonolentas, as armas que nós temos para nos proteger, mesmo longe do nosso sítio natal. Durante toda a narrativa as três protagonistas passam pela vida sobrevivendo graças às essas armas.
Recomendo muito a leitura, mas recomendo dar uma olhada nos gatilhos antes de lê-lo, foram esses gatilhos que me fizeram ler esse livro mais devagar.
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Mateus.Siqueira 03/01/2024

Tão sonolento que quase adormeci
Ansiei muito pelo momento em que finalmente conseguiria pegar esse livro para ler. Criei uma expectativa altíssima. Achei o resumo da obra interessantíssimo, mas o meu encontro com a narrativa não foi nada do que eu esperava. Carola Saavedra é uma ótima escritora, habilidosa, inteligente, sabe concatenar suas ideias e cria mesmo personagens autênticos, reais. Dá para enxergar essas mulheres descritas na sua literatura no cotidiano, na vida real. Aqui, há uma história que interliga mulheres e seus intermináveis sofrimentos. O destino incontornável, a maternidade compulsória, a rejeição, o trauma, o deslocamento, o sentimento de desenraizamento e a busca por uma identidade, tudo pulsa de uma vez só. Mas, por algum motivo, não consegui me conectar com a história desde o início. Quis abandonar o livro muitas vezes. Contudo, insisti e fui até o final. O que me incomoda é a recorrência cansativa do uso da fantasia, como uma forma de imaginação delirante em um romance que se propõe contar uma história palpável, mais concreta e mais próxima da realidade. Não me convence essa comunicação que anda em círculos e pouco avança, com pitadas exageradas de realismo mágico abrasileirado. E aí, entendemos o recurso da magia, que tudo explica mesmo sem explicar nada. Os arcos narrativos vão se abrindo de tal maneira, ganhando fôlego e proporções, que Saavedra não parece conseguir fechá-los completamente. É uma história que tem um bom início, um meio conturbado, mas não tem final (ou, pelo menos para mim, não teve um final satisfatório). No cinema, funcionaria muito bem. E até imaginei que essa poderia se tornar uma obra adaptada por Karim Aïnouz. Ele faria um trabalho fantástico, como fez com o romance de Martha Batalha, A vida invisível de Eurídice Gusmão. Espero reencontrar a escrita de Saavedra outras vezes, talvez um outro livro dela me conquiste mais.
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Lele 30/12/2023

Leitura necessária
Um livro nada fácil de ler, por mais que a escrita seja perfeita as histórias dessas três mulheres não são fáceis. Aqui temos três mulheres, três histórias, três vidas nada fáceis. Um livro para se sentir e não entender.
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Esdras 23/12/2023

Que livro es-pe-ta-cular, de tirar o fôlego. Um entrelaçamento de histórias de três mulheres em diferentes tempos e espaços, mas que depois se reúnem. Tô embasbacado com a escrita/narrativa de Saavedra.
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J^! 16/12/2023

Boa leitura
Interessante a costura entre as histórias. É como se estivéssemos passando uns dias com cada uma das personagens.
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Diego Vertu @outro_livro_lido 12/10/2023

3 histórias
O livro apresenta 3 histórias cujas protagonistas são mulheres.

Na primeira história somos apresentados a Anna, uma mulher aspirante a atriz que faz de tudo para "achar seu lugar no mundo" para isso ela acaba se casando com um cineasta alemão que a leva a morar na Alemanha. Logo depois, Anna começa a enfrentar a solidão e a dificuldade com a língua alemã e as desavenças com seu marido.

A Segunda história é de Maike, uma garota alemã que sem querer se matricula em um curso de português, Maike leva um trauma de infância que não consegue apagar e não entende o porquê o Brasil lhe chama tanto a atenção.

Na terceira parte, denominada apenas "Avó", conta a história que uma garota que morava no interior do Brasil, a mãe a manda para o Rio de Janeiro para trabalhar de empregada numa família rica. Ela acaba engravidando e sua vida vira de cabeça para baixo e ela começa a ter visões de sua falecida avó.

Adorei a leitura desse livro, é um livro cru e real com grandes reviravoltas, aborda temas como a maternidade, o abandono adulto e infantil, a violência entre outros temas. Adorei a conexão das três histórias e a escrita da autora, sem falar a parte mística que agrega muito a história. Esperava um pouco mais do final, mas não tira todo o charme dessa leitura.
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Ge Ribeiro 26/09/2023

Poético
Peguei esse livro pra ler emprestado, recomendação de uma querida amiga e amei muito.
Um livro que conta sobre uma geração de mulheres, sobre as dores de ser mulher, de gerar um filho, de um casamento, porém tudo com um tom único e poético que chega a ser difícil colocar em palavras.
Tem o toque de realismo mágico que só nós latimos entendemos e amamos.
Vale a pena, porém prepare os lencinhos para se emocionar.
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Michele 09/09/2023

Autêntico e com muitas camadas
É um livro meio confuso, mas que ainda assim é muito bom!

Eu devorei esse romance, adorei todas as suas personagens e senti junto delas suas angústias e frustrações.. E é tudo tão real, e bonito, e cruel, e delirante ao mesmo tempo, que até o que não faz muito sentido, aqui se encaixa perfeitamente. Valeu muito a leitura!
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Mari 04/08/2023

Diferentão
Mostrando a visão de 3 mulheres da mesma família, de forma intercalada, a autora narra como suas vidas, apesar de distantes geográfica e culturalmente, estão intrinsecamente interligadas, tal qual uma fita de Mobius.
As misturas entre sonhos, delírios, inocências e experiências se mesclam, e pra mim o livro teve um sabor sui generis porque aprendi recentemente em um curso sobre a relação da fita de Mobius nos laços freudianos.
Um livro diferente do que costumo ler, escrito de maneira peculiar, com uma narrativa principal simples, sem sobressaltos, mas ao mesmo tempo cheia de camadas de complexidade para quem estiver disposto a explorá-las.
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Victoria.Olzany 23/07/2023

Um pouco difícil falar desse livro, porque é um livro de muitas narrativas. Essa é uma característica importante da obra, pois reflete bem o próposito da autora de "escrever sobre mulheres e sobre o feminino" (como explicitamente declarado por ela nas entrevistas que vi sobre esse livro). De fato, abordam-se diversos temas, como maternidade, as figuras de mãe, filha, e avó e essas relações, corpo, ambição, culpa, abandono, identidade, relacionamento com o masculino, ancestralidade feminina, etc., todos esses temas intimamente relacionados ao público feminino, acredito que todas as mulheres se identifiquem com ao menos um desses.
Também nota-se um outro aspecto marcante do trabalho de Saavedra: a estrutura narrativa. A trama central gira em torno de Anna, Maike, e avó (sem nome, justamente, por representar tantas outras); e o livro se divide em duas partes ("O lado de dentro" e "O lado de fora"), cada uma delas contendo três capítulos, um para cada personagem central (e apresentam o ponto de vista diferente de cada uma das três personagens centrais sobre uma mesma história). Essa estrutura conduz o leitor a deduções sobre o desenrolar da história de uma específica linhagem de mulheres no passar das gerações. Sendo assim, a estrutura em si é integrante da trama.
A linguagem eu diria que é simples, com muitos parágrafos longos, e com momentos de muito impacto emocional, revelando sua profundidade. Mas não é um ponto tão marcante se olhado isoladamente. O que faz muito sentido nessa obra.
Anna é atriz, bonita, trabalhando pelo sucesso de sua carreira, quando conhece um diretor de cinema estrangeiro com quem se casa e se muda para Alemanha. Com Anna refletimos sobre a questão da ambição profissional (e, nesse caso, também artística); a dualide desejo/culpa em relação a gravidez (não deseja o papel de mãe, e entra em conflito ao se descobrir gestando); abandono, relações desiguais com o masculino, trauma geracional; se perder e se reencontrar. Com Maike, sobre identidade, auto-conhecimento, a busca por si mesma e por suas origens, instinto, coragem, pertencimento. E, finalmente, com a avó (que varia de acordo com a geração a que se refere): cuidado, proteção, seu papel de guia, seus sacrifícios.
Algo sobre a narrativa de Anna me tocou especialmente (talvez pelo meu próprio momento de vida atual): Anna gestou uma criança, e pariu uma peça de teatro (o capítulo de Anna no "O lado de dentro" é somente a transcrição dessa peça). Me refiro ao contraste entre as gestações (de bebê e peça), a riqueza do material da própria peça escrita e encenada por ela, de cunho autobiográfico, e o caráter central que essa peça desempenha no desfecho do romance. Foi muito emocionante acompanhar a trajetória e o desabrochar de Anna, a mulher que cria para curar.
Há um toque de fantástico na figura de uma Capivara falante que aparece algumas vezes e interage com as personagens. E também de "mistério metalinguístico" na cena do reencontro entre Maike e Max (ou Fênix, rs): Max está "escrevendo" (ou copiando, rs) um livro baseado em um manuscrito que encontrou quando chegou no quarto que passou a habitar em uma clínica psiquiátrica, e esse livro, parece ao leitor, a história oculta de Maike por conta de algumas referências às demais narrativas, como num encaixe, mas que permanece oculta para as personagens. Além disso, Max cogita adotar um pseudônimo feminino em homenagem a Miguel de Cervantes Saavedra (como a própria autora). É um diálogo bem maluco e que mexe muito com Maike, e esses recursos colocados pela autora envolvem também o leitor nessa maluquice (o que foi muito interessante).

Trecho marcante:
"(...) gritou durante horas, pensou que ia morrer, teve alucinações, a criança dentro dela abria sua barriga por dentro com uma faca e saía sozinha para o mundo lá fora, a criança dentro dela era escura e seca, feito um macaco, a criança dentro dela nascia com todos os dentes, dentes enormes que apontavam para fora e deformavam sua boca, a criança dentro dela comia a própria placenta. E quando se deu conta, horas depois, a criança dentro dela era um bebê embrulhado em seus braços. Uma menina"
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Fran Piva 01/07/2023

Sobre ancestralidade, maternidade e a eterna busca de si
Trata da história de três mulheres: Anna, Fátima e Maike. Vivendo cada uma experiências próprias de solidão, buscam, cada uma a sua maneira a busca de si. Porém, algo as ligam.
No inicio, não dá pra entender porque são trazidas histórias de mulheres tão diferentes, mas no final tudo faz sentido.
Um bom livro!
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