Com armas sonolentas

Com armas sonolentas Carola Saavedra




Resenhas - Com Armas Sonolentas


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asaquebrada 16/06/2021

Rasgando o real
"O corpo sabia coisas que não contava a ninguém." Uau! Carola Saavedra rasga o real de um jeito tão genial! Ela vai nos oferecendo imagens fortíssimas com uma linguagem deveras poética. O romance é cheio de referências, algumas peguei de cara, outras quero correr atrás, porque me senti convidada a saber mais para mergulhar mais fundo na obra.

A leitura foi, para mim, um tanto labiríntica, de um jeito muito bom, como uma criança brincando nesse espaço cheio de passagens e caminhos entrelaçados, mas sem pressa de achar a saída, só querendo seguir com curiosidade e imaginação.

O livro conta a história de Anna, Maike e (Avó). Primeiro a partir de um olhar do lado de fora, depois do lado de dentro. O que as liga? Onde elas se encontram? Uma travessia, o corpo, uma capivara. A ancestralidade: um ponto de origem, um ponto de encontro.

Importantíssima para o entrame do romance é a fita de Moebius (vale pesquisar a performance Caminhando de Lygia Clark). Esta fita é um objeto não orientável, onde não é possível saber qual é a parte de cima e qual é a parte de baixo, qual é a parte de dentro e qual é a de fora.

Tive várias surpresas ao longo da leitura, vezes pela intensidade de algumas situações, vezes pela ruptura com o real. Fiquei pensando sobre pertencimento, origem, tempo, maternidade, abuso e desamparo. Certeza que "Com armas sonolentas" vai ficar reverberando sem fim em mim.
Alê | @alexandrejjr 11/02/2022minha estante
Excelente resenha, Aline!




Julia Romão 27/12/2022

Desde o início não me conectei com a história, mas resolvi insistir e li até o final (além das histórias das três mulheres me deixarem um pouco curiosa). Achei um livro com pegada filosófica com sonhos e loucura que conversam entre si. Fala sobre maternidade e suas diferentes nuances e perspectivas com uma pitada de literatura fantástica (posso estar errada, mas me remeteu a isso).



(Leitura: junho, 2021)
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carol 30/08/2022

o onírico e o fantástico
?[?] representação do ato invocando o próprio ato, feito palavras mágicas, ou um mundo mais primitivo ainda, no qual as coisas ainda não tinham nome e se misturavam umas com as outras, ela continuou pensando, e se o início fosse uma palavra?, o surgimento do mundo a partir de uma única palavra, alguém pronuncia "mundo" e o outro que ouve "mundo" e ambos comungam desse significado, e se envolvem nele, e o vestem como quem veste uma capa que recobre o vazio [?]?

QUE livro. nossa, sinto que tô digerindo ainda, e vou seguir digerindo por muito tempo. a mistura do onírico e do fantástico pra falar de temas tão difíceis de colocar em palavras caiu como uma luva. amo livros que me fazem sentir, e esse aqui meu deus? me fez sentir muita coisa. simplesmente maravilhoso
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Flavinha 11/06/2020

Um livro cheio de sentimentos e de encontros. Que lhe faz estar atento a leitura e deseja realmente conhecê-las. Vale a leitura!!
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Victoria Vendemiatti 03/05/2021

Uma surpresa maravilhosa
Uma narrativa forte que me colocou frente a perspectivas muito diferente da minha. Gostei muito de conhecer a história de cada uma das mulheres

Talvez o realismo mágico e os pontos em aberto tenham me confundido um pouco e feito com que eu não avaliasse o livro com cinco estrelas
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Lusia.Nicolino 11/09/2022

Uma cadeia truncada de destinos
De Carola havia lido O inventário das coisas ausentes, título incrível, mas não gostei. E, como não se pode avaliar um autor por uma única obra, foi com agradável surpresa que finalizei Com armas sonolentas. Fugindo do óbvio para nos contar coisas do cotidiano, descobrimos que há cotidianos mais duros que outros e, quem somos nós, nessa cadeia truncada de destinos? São três mulheres – Anne, Maike e a Avó – que em seus capítulos e histórias particulares nos contam a história toda. Entre os mistérios e as dores que vão surgindo da relação entre elas e entre todos os que as circundam, ser atriz, ser empregada doméstica, ter sonhos, ver o sonho se diluir e ressurgir como fênix a foto vai se revelando e é um dó finalizar o livro. Deixe-se conduzir pela avó, ela parece saber que a leitura nos salva em muitos momentos.

Quote: "...eu continuei sem entender, insisti, é o problema do livre-arbítrio, gostamos de imaginar que somos livres, completamente livres, mas isso não passa de uma ilusão, somos a nossa herança, uma herança gravada nas palavras de nossos ancestrais, pensemos num bicho qualquer, disse a avó, disse a capivara, um tamanduá, por exemplo, um tamanduá é um tamanduá e continuará sendo um tamanduá, assim como seus filhos, seus netos e tataranetos, numa cadeia infinita..."


site: https://www.facebook.com/lunicolinole https://www.instagram.com/lu_nicolino_le
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Pri 23/10/2022

Adorei o livro, o modo como a autora leva a narrativa, as surpresas das histórias, o elemento fantástico, as histórias de não pertencimento, abandono, negligência do eu e tudo perpassando por elementos que parecem fantásticos ou só o inconsciente trabalhando.
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Gláucia 11/09/2022

Com Armas Sonolentas - Carola Saavedra
Livro do mês de agosto de 2022 da Tag, indicado pelo escritor e historiador Carlos Eduardo Pereira da brasileira nascida no Chile Carola Saavedra.
Narra as histórias da vida de três mulheres: a avó, Maike e Anna, cujas vidas aparentemente não se relacionam. Abandono, trabalho escravo, descoberta da sexualidade, maternidade, violência, estupro são alguns dos temas abordados.
No início não sabemos que rumo essas histórias vão tomar, ou se haverá conexão entre elas. Comecei gostando mas alguns acontecimentos beirando o fantástico me incomodaram um pouco, especialmente por ter culminado num final muito aberto, terminei a leitura com cara de ponto de interrogação. Gosto de toque fantástico quando tem um propósito, quando nos leva a compreender a trajetória das personagens.

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Livia M. 04/09/2022

O abandono em suas muitas camadas e diversas manifestações.
Superado o incômodo do novo/diferente, uma escrita fabulosa.
Apenas ligeiramente confusa com algumas partes finais, mas a certeza da reflexão que essa leitura traz.
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Andrea170 03/09/2022

Realidade e sonhos se misturam
Romance identificado como realismo onírico pela autora confunde realidade e imaginação chamando atenção para questões sociais importantes.
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@eleeoslivros 23/11/2020

adorei o livro, mas o final me deixou com a sensação de ESTÁ FALTANDO ALGO.
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Pandora 09/07/2019

Primeira a coisa a se dizer: este não é um livro fácil. Apesar do elo da narrativa ser a maternidade, várias questões femininas e mesmo existenciais são abordadas por Carola. Com muita propriedade a autora fala sobre pertencimento, identidade, desamparo, abandono e exílio. Ela que, nascida no Chile em 1973, veio para o Brasil com os pais, que fugiam da ditadura de Pinochet, aos três anos. Morou na Alemanha, França e Espanha e hoje vive no Rio de Janeiro.

Gostaria de ter lido os livros da autora em ordem cronológica, uma vez que li numa entrevista que este “Com armas sonolentas” é, na sua opinião, uma ruptura com as obras anteriores. Aqui ela não só faz uso de diversos recursos narrativos e técnicas literárias, mas introduz elementos místicos e fantásticos. Sim, aqui se fala com os mortos, com os bichos, se sonha acordado, realidade e ficção se misturam. E há muita reflexão (adoro pôr a caixola pra funcionar!).

Para um pós doutorado, Carola iniciou uma pesquisa por romances brasileiros que retratassem relações entre mães e filhas. Segundo ela, havia muito pouco. Daí surgiu a ideia do livro. Ele é dividido em duas partes: O lado de fora e O lado de dentro; em cada um deles temos as histórias de Anna, Maike e a avó (cujo nome não sabemos). Na primeira parte conhecemos as personagens; na segunda elas conhecem a si próprias. É, porque as três estão perdidas no mundo, indefinidas. Quem eu sou? O que eu quero? De onde eu venho? Pra onde eu vou? Para Carola, o lado de dentro e o lado de fora não são duas faces de um bordado, mas sim uma Fita de Möbius.

Anna é uma aspirante a atriz que se casa por impulso com um diretor alemão, na esperança de ver sua carreira deslanchar e se muda com ele para a Alemanha. Maike é uma jovem alemã que se sente deslocada em sua própria família, em seu próprio país. A avó é uma menina de 14 anos que é mandada pela mãe de Minas Gerais pro Rio de Janeiro para ser doméstica em Copacabana. Histórias diversas? Nem tanto.

O que me faz amar livros como este é exatamente o que disse Carola Saavedra numa entrevista a Raimundo Neto (escritor e crítico literário): “Acho que o bom romance é uma experiência, um acontecimento. Algo que deixa marcas, mesmo que a gente não saiba quais são, mesmo que a gente não entenda tudo. Aliás, os livros que mais me interessam são aqueles que não se deixam destrinchar totalmente, que têm algo de enigmático, de inacessível.”

Bem este livro aqui.

Notas: “Com armas sonolentas” vem de um verso de Sóror Juana Inês de la Cruz, religiosa e poeta mexicana, considerada uma das primeiras feministas da História.
Os textos em espanhol e língua geral amazônica estão traduzidos em Notas ao fim do livro.
A Fita de Möbius ou Moebius foi criada pelo matemático e astrônomo alemão August Ferdinand Möbius, em 1858.
Sua representação mais comum e conhecida é como um símbolo do infinito.
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Carla Verçoza 20/08/2020

Um livro intenso, com muitas camadas, evoca elementos fantásticos como uma capivara falante, fantasmas, alterações entre passado e presente, se debruça sobre sentimentos de solidão, não pertencimento, condição feminina, sexualidade e tantos outros. As descrições das ruas do centro do Rio de Janeiro me trouxeram boas lembranças e saudades. O final aberto deixa muito no que pensar sobre a história.
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Rafaela Moura 12/07/2020

Muita coisa em um livro só
Livro profundo e com muitas referências. Toca em muitos temas importantes, como a condição da mulher, maternidade, ancestralidade, sexualidade, abandono, exploração, exílio, sensação de não pertencimento, entre outros. Tanta coisa que dá vontade de sair conversando sobre ele.
Gostei muito. Queria um final diferente, mas ainda sim gostei muito.
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Alessandra.Lantimant 14/08/2022

Que livro! Não é uma leitura fácil. Recomendo paradas estratégicas para digerir o que foi lido. Não é um fim ?fechado? para quem espera histórias cronológicas. Mas se você se permitir MERGULHAR na leitura?. Que livro!
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