LT 21/10/2018
Preparados para o chá desta tarde? Então, sentem-se e experimentem os nossos novos biscoitos enquanto tagarelamos sobre Condes e os seus amores, pois o grupo de Devon continua aprontando. Vem comigo!
“Um amor para Lady Ruth” tem um enredo simples e delicioso, encantador. Traz-nos um Lorde romântico e carinhoso e uma Dama que vai se libertando das amarras da sociedade, acompanhamos ao desenrolar de cada página a construção de um amor sincero e verdadeiro, daqueles que a gente deseja para vida.
Conhecemos Lady Ruth em “Uma dama imperfeita” – o segundo volume da série – e nele nos deparamos com o flerte e o surgimento de um romance que “encalha” por conta de um beijo, diga-se de passagem, o primeiro beijo da nossa jovem e adorável Dama. Ruth sempre foi superprotegida pelo pai, o Conde de Fawler, desde o falecimento de sua mãe, fazendo com que ela se submetesse as vontades do pai e também deixasse de viver as experiências pelas quais as Damas da sua classe e idade passavam. Depois de um bom tempo, seu pai entra em novo matrimonio e a madrasta – que de má nada tem – decidiu que era sua função ajudar a mocinha a encontrar um futuro, com um bom casamento e foi assim que Ruth se envolveu com o escandaloso grupo de Devon, formado por Lydia, Bertha e claro, o belo Conde de Huntley – o jovem e belo Graham.
Graham tornou-se o Conde de Huntley muito cedo, com apenas 13 anos, devido a perda precoce de seu pai. O jovem e belo homem é um dos mais cobiçados dentre os bailes onde matriarcas e suas filhas buscam por bons casamentos, mas ele ainda não estava disposto a desposar alguém, até se deparar com Ruth.
Em um evento proporcionado pela madrasta de Ruth, uma caça ao tesouro ao ar livre para que jovens damas e bons partidos possam se divertir, acontece o primeiro beijo de Ruth e Huntley e é assim que a confusão da história começa. Já em seu primeiro beijo o casal é flagrado pela madrasta de Ruth e também por alguns – poucos e confiáveis – amigos de ambos, aliás, amigos esses que lhes tiram da encrenca com toda confiança e descrição do mundo.
Huntley está muito interessado e encantado por Ruth, e já que foram flagrados, está disposto a reparar a honra da jovem casando-se com ela – como manda o figurino. Já Ruth acredita que, se aceitar casar-se com ele por conta daquele beijo, ele a odiará e casar-se-á apenas para não manchar a sua reputação. A verdade é que os sentimentos mais diversos e as interpretações mais errôneas podem causar uma confusão e tanto na vida de alguém.
O grupo de Devon é visto de modo diferente da sociedade, apesar de achá-los escandalosos, vários dos partidos solteiros mais desejados nas temporadas estão no grupo, controverso e encantados, lhes garanto. Os apelidos que surgiram no livro anterior se mantém e apesar de neste livro termos um foco maior nos protagonistas, é gostoso ver, ainda que pouco, os nomes dos nossos bagunceiros adoráveis sendo mencionados aqui e acolá.
O Conde Milo, pai da nossa mocinha, não gosta nada de tomar conhecimento das ações da filha pela temporada, e assim decide retomar as rédeas da vida de Ruth novamente e dar um jeito nela, fazendo-a noivar com um “primo” distante. Primo esse que não vale nada – leia para entender melhor.
Bem, depois do beijo e de resolverem toda a confusão possível, por lerem um ao outro de modo errôneo, Ruth e Huntley se afastam e tornam a se reaproximar dois anos depois. Ele, ainda não lida muito bem com o afastamento dela, e quando fica sabendo do matrimonio ao qual o pai dela a destinou, não descansa até separar aquele “casal” e libertar a jovem da maior enrascada da vida dela, no entanto, com isso, a reputação de Ruth fica manchada, ainda que ela tenha feito a escolha certa em romper um noivado, isso era um absurdo para um jovem de sua época.
Bem, vamos parar de falar do enredo e nos atermos um pouquinho nas sensações que a leitura desperta. “Um amor para Lady Ruth” é aquele tipo de amor que se desenvolve e fortalece dia-a-dia, é delicioso de se acompanhar, se desenvolve com calma e de um modo plausível. Faz a gente flutuar junto aos personagens e praticamente conseguir sentir o sabor dos biscoitos servidos na casa de campo de certa dama. É o tipo de enredo leve, mas que prende e deleita qualquer pessoa que seja encantada por romances de época. Um livro curtinho e delicioso, sem grandes pretensões, mas que conquista corações.
É prazeroso acompanhar Ruth amadurecendo e se soltando das amarras da sociedade e das garras afiadas de um pai que pensa que prendê-la a um homem que tem uma amante com filho é aceitável, mas que ter um grupo de amigos escandalosos super divertidos, não.
Costumo dizer que conhecemos o desfecho dos romances de época, no entanto, que o que me encanta neles é a forma com que a autora conduzirá seus personagens até lá, é isso que me prende e me encanta. Lucy Vargas sabe conduzir os personagens, faz com que a gente torça por eles e nos fascina com sua escrita leve, deliciosa e bem fluída. Durante a leitura é fácil perceber que a autora estuda bastante a época para embasar seu enredo, o que só faz com que sua história ganhe ainda mais pontos com os leitores.
O Conde de Huntley e Lady Ruth tem tudo para ser um passatempo delicioso e encantados, permita-se degustar novos sabores de biscoitos ou bolinhos na companhia destes dois. O livro é curtinho e você lê em um “tapa”. A escrita da autora facilita muito para devorarmos as páginas, e vale lembrar que, ainda que não pertençam a mesma série, para quem lê os demais livros de época da autora, existe sempre algo para “liga-los” sem que você precise ler um para compreender o outro, mas para quem busca ler todos, você sorri com os vislumbres de personagens que adora.
Sobre como o casal chega ao seu desfecho final e se tudo dá certo? Oras, leia! No mais, recomendo essa série para quem curte um delicioso romance de época e ou para quem quer se aventurar por terras e épocas remotas.
É isso. Sentem-se e sirvam-se das mais belas palavras.
Até mais!
Resenhista: Ana Luz.
site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/