Bem-vindos ao paraíso

Bem-vindos ao paraíso Nicole Dennis-Benn




Resenhas - Bem-Vindos ao Paraíso


85 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


spoiler visualizar
comentários(0)comente



@retratodaleitora 24/09/2018

"Deus num gosta di feia"
Bem-Vindos ao Paraíso é o romance de estréia da autora jamaicana Nicole Dennis-Benn, ganhadora do prêmio Lambda, que celebra os títulos e autores da comunidade LGBTQ+ .

_ "Deus num gosta di feia" 🌺

Logo nas primeiras páginas o romance surpreende pela força da narrativa e o peso da trama que acompanha três mulheres da mesma família em diferentes fases da vida. Margot trabalha incansavelmente na recepção de um grande hotel (no qual também se prostitui à noite) para pagar a escola da irmã mais nova, Thandi, e sair enfim do barraco onde elas moram com a mãe abusiva. Margot também guarda um segredo:que pode acabar com o pouco que tem e do qual ela mesma tem muito medo: seu amor por outra mulher.

Thandi é uma adolescente que sonha em ser artista, mas acaba priorizando o sonho da mãe e da irmã, que querem que ela se torne médica e possa retribuir (10x) tudo o que elas fazem e sacrificam diariamente pela sua educação. Mas a menina quer outras coisas; quer ser artista, quer ser aceita e ser tão bonita quanto a irmã mais velha. Para ela, sua pele negra está impedindo isso, por isso paga, escondido, sessões de clareamento de pele.

Jamaica, 1994. Um país violento com a comunidade LGBTQ, que isola e tortura homens e mulheres que se relacionam com o mesmo sexo, punidos por "sodomia". É uma realidade dolorosa e desconcertante que Nicole aborda com uma clareza que dói o estômago e aperta o coração. Esse é um livro sobre a violência contra aqueles que são diferentes, a misoginia, a violência sexual, a prostituição no turismo, a sexualização precoce e racismo. .

É um livro muito forte, bem escrito e real. Ler sobre as favelas da Jamaica, o povo faminto, contrastando com os ricos resorts e a água límpida do mar do caribe, é lembrar das nossas próprias favelas, os mesmos contrastes e toda a violência e pobreza. É um tapa de realidade realmente bem-vindo. O paraíso de alguns é o inferno de outros, e vice-versa.

Nicole Dennis-Benn é mulher, negra, lésbica, jamaicana que fala sobre a violência contra a comunidade que ela mesma faz parte, em seu próprio país. Você precisa conhecê-la!

@umaleitoravorazblog

site: https://www.instagram.com/p/BoAd3B4A6EM/?taken-by=umaleitoravorazblog
Adrya.Ribeiro 24/09/2018minha estante
Parece maravilhoso. A editora morro branco está cada dia melhor..


@retratodaleitora 27/09/2018minha estante
É maravilhoso!


Adrya.Ribeiro 27/09/2018minha estante
Mto amor




spoiler visualizar
comentários(0)comente



Fabi | @almadeanaibaf 14/12/2020

Amargo
Eu achei que seria um livro arrastado, visto que os diálogos são em patoá jamaicano. Mas a história é tão crua e intensa, que esse detalhe só contribuiu para enriquecer a leitura.

É difícil acompanhar o desprezo, a falta de amor e a carência entre Delores, Margot e Thandi. As decisões, os caminhos tortuosos e as tentativas de justificar um erro com outro, nos levam a devorar o livro na ânsia de descobrir se uma boa alma vai salvar essa família.

Triste saber que a Jamaica está entre os países mais LGBTfóbicos do mundo e que, infelizmente, também faz parte da rota de turismo sexual. Além disso, ver o contraste do luxo com a miséria, é de partir o coração.

Terminei a leitura com um sabor amargo.

?Conteúdo sensível, sujeito a gatilhos.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



clayci 18/09/2018

Livro incrível
Bem-vindos ao Paraíso é da autora jamaicana Nicole Dennis -Benn e foi publicado pela editora Morro Branco. O livro aborda questões como prostituição, lesbofobia, racismo, estupro, opressão e misoginia.. Foi uma leitura difícil e ao mesmo tempo instigante. A autora conseguiu se destacar não só no enredo, mas também na linguagem única. Ela usou diálogos em patoá entre seus personagens e isso fez toda a diferença na leitura.

E quando digo que senti dificuldade na leitura, foi por conta dos temas abordados na trama. Houve momentos que eu tive que pausar porque achei a descrição forte a ponto de mexer com o meu psicológico. E mesmo sendo estranho dizer isso, foi bom sentir esse incômodo. Há várias críticas feitas pela a autora, mas a principal é sobre a exploração turística da região de Montego Bay. As condições apresentadas são precárias, as pessoas sobrevivem como podem e dependem de abastecimento e fornecimento de energia irregulares.

Outra coisa interessante e que faz sentido pra época em que estamos vivendo, é a discussão sobre opressão. Na história, conseguimos entender que os oprimidos se tornam opressores com facilidade, pois acreditam ser a única forma de se sentirem no controle da situação. Sem dúvidas foi una das melhores leituras que fiz esse ano.

site: https://saidaminhalente.com/bem-vindos-ao-paraiso-nicole/
comentários(0)comente



Michelle Trevisani 10/10/2018

Um drama impactante!
Bom dia gente! Tudo bem? Pela primeira vez fiquei com muita dificuldade de escrever uma resenha. Esse livro me impactou tanto, que eu nem sei por onde começar. "Bem-vindos ao paraíso", traz um título delicado e atrativo, assim como os resorts luxuosos espalhados por toda a extensão de praias na Jamaica. Mas seu conteúdo é carregado de dor, preconceito, pobreza e drama, assim como também os barracos das pessoas pobres que vivem na mesma Jamaica, mendigando atenção, mendigando emprego.

Situado no ano de 1994, esse livro vai nos transportar para uma Jamaica enraizada no preconceito - de negros contra os próprios negros, de brancos contra negros, de ódio aos que amam pessoas do mesmo sexo e de uma ilegalidade por todos os lados, sem precedentes.

Trazendo três personagens principais: Thandi, Dolores e Margot, esse livro vai te arremessar na realidade que está ao nosso redor do jeito mais doloroso possível.

Thandi é uma garota negra de quase dezesseis anos, que estuda em uma das melhores escolas da região. Ela não gosta da sua cor, e paga sessões de clareamento de pele às escondidas, da mãe e da irmã. Ela sabe que uma pessoa da sua cor, por mais que tenha a oportunidade de estudar, não vai longe com o tom escuro de pele que tem. Se ela pelo menos fosse mais clara, seria melhor aceita. Thandi também sonha em ser artista - ela faz desenhos maravilhosos, mas sua família depositou nela um outro futuro, o de ser médica, para poder tirar as três daquele barraco no fim de mundo que é a cidade onde vivem.

Por esse motivo, Margot trabalha tanto. Ela sabe que a irmã Thandi é capaz de tirar ela e Dolores daquela vida de inferno. Ela trabalha no atendimento de um luxuoso resort e faz horas extras à noite, como prostituta dentro do próprio hotel, para poder pagar a educação da irmã. Margot teve uma vida sofrida e conforme a leitura vai avançando, fui sentindo uma faca sendo encravada em meu peito, mediante cada relato e cada escolha que ela precisou fazer e as escolhas que também fizeram por ela.

Dolores teve Margot muito cedo e Thandi é a sua esperança de mudar de vida. Ela entende que seus atos, são o que há de melhor para as duas filhas, mas não entende a palavra afeto. Ela cresceu em meio à pobreza extrema, e só o que sabe fazer é sobreviver, mesmo que para isso ela tenha que usar de sua autoridade como mãe para exigir coisas absurdas de Margot e Thandi. Dolores foi a personagem que mexeu mais comigo, pelas suas atitudes, pela sua ignorância, pelas coisas horríveis que fez.

Outra personagem importante na trama e que não aparece com tanta frequência é Verdene. Ela tem uma vida um pouco mais estável do que o restante das pessoas que vivem ali na região de River Bank. Sua mãe faleceu e deixou a casa onde Verdene agora vive como herança. Ela tentou a vida em Londres, mas quando se separou do marido por conta de um casamento falido, voltou para sua cidade natal. A cidade toda sabe porque o casamento de Verdene não deu certo. Ela não gosta de homens, ela gosta de mulheres. E isso é motivo para que toda a região a repudie, a chame de bruxa e de demônio, que escreva palavras com sangue de cachorro morto nas janelas de sua casa, pedindo para ela ir embora. Mas Verdene não vai desistir assim tão fácil. Mesmo porque ela ama Margot. E Margot também a ama. Juntas elas guardam esse segredo de toda a cidade.

Leia o restante da resenha no meu blog >> LIVRO DOCE LIVRO.

site: https://meulivrodocelivro.blogspot.com/2018/10/resenha-bem-vindos-ao-paraiso-de-nicole.html
comentários(0)comente



Hellen @Sobreumlivro 27/01/2019

Bem-vindos ao paraíso! Onde as águas são mais azuis e exóticas e as pessoas são mais sorridentes.

Na superfície, tudo pode ser lindo, mas por trás dos resorts cinco estrelas e do mar azul turquesa, há a história de uma povo. Um povo que teve suas terras invadidas por brancos que, mesmo não conhecendo suas terras, declarou-as como suas; que teve suas casas invadidas; que recebeu promessas distantes de um futuro melhor, mas que foi marginalizado e esquecido. Um povo que, embora sejam considerados nativos, não tem poder sobre as terras.

Nesse paraíso, nem todas as histórias condizem com a paisagem. Nem sempre é tão belo e azul quanto parece. O livro de estréia da autora Jamaicana vai nos contar sobre uma população negra negligenciada e erotizada.

Dando vida a três mulheres: Margot, Thandi e Delores, a autora dá voz a uma população esquecida - cuja vida foi considerada inotória. Em um resort luxuoso na Jamaica, em 1994, Margot trabalha para manter Thandi na escola. Ensinada desde cedo a usar o corpo como moeda de troca, ela luta para proteger sua irmã do mesmo futuro.
.
Bem-vindos ao Paraíso é um livro profundo e sensível sobre um universo escondido no que consideramos como paraíso. Dando voz a esses personagens, a autora desenvolve uma Jamaica violenta para com a população LGBTQ+, que tortura, violenta, abusa e mata.

É um romance sagaz e incomodo, que aborda temas importantes, como violência sexual, comércio sexual, sexualização precoce, estigmas sociais e racismo. Embora tenha essa capa linda, o conteúdo é cheio de dor e medo. E a autora consegue transpassar isso de modo sincero e real.

Além disso, outro ponto interessante na história é a preservação da oralidade. "Deus num gosta di feia" Talvez a forma como os personagens conversam incomode um pouco. Inicialmente, é meio confuso, mas acredito que preservar a forma como a população fala torna a leitura mais pessoal, mais palpável.

Por fim, Bem-vindos ao paraíso é um drama sensível e poderoso sobre uma sociedade escondida. Dei nota 3,5, pois diferente da história, não me apeguei com facilidade aos personagens. No entanto, eu recomendo demais esse livro! É uma leitura que transforma.

site: https://www.instagram.com/sobreumlivro/
comentários(0)comente



Nathalie.Murcia 11/05/2019

Paraíso obscuro
Vencedor do Prêmio Lambda Litery Award. Apesar do nome e da capa bonita, o livro tráz a baila o lado obscuro do caribe jamaicano, que consiste num paraíso somente para os turistas. A exploração da mão de obra local, a expulsão dos nativos das suas simplórias casas, para viabilizar a construção e expansão dos resorts de luxos, a prostituição, o lesbianismo, o preconceito religioso e sexual são alguns dos temas tratados nesta obra. O enredo gira em torno de três mulheres da mesma família: Thandi, a irmã mais nova, Margot, a mais velha, e Dolores, a matriarca. As personagens são complexas. São levadas a praticar atos e escolhas questionáveis moralmente em busca da sobrevivência. Dolores, mulher religiosa, vende a virgindade da filha Margot, aos 13 anos, a um estrangeiro, por 600 dólares. Ao mesmo tempo, é homofóbica e hostiliza sua vizinha lésbica. Margot, por sua vez, possui um bom cargo num dos resorts de luxo da ilha, mas ambiciona a função de gerente. Para melhorar de vida e bancar os estudos da caçula, a quem sempre protegeu, se prostitui após o término do expediente, e se torna a maior das cafetinas de outras mulheres nascidas na ilha, em condições tão desfavoráveis quanto à dela. Apesar de ser muito desejada pelos hóspedes estrangeiros e pelos nativos, Margot gosta de mulheres e ama Verdene, sua vizinha. Thandi consegue estudar no melhor colégio da cidade, em razão dos sacrifícios da irmã, que deseja que ela se torne uma médica. Sem embargo, Thandi, no seu íntimo, almeja ser pintora e renega a própria negritude, se valendo de expedientes como cremes clareadores na tentativa de descolorir sua cútis e se tornar mais atraente aos olhos dos demais. O livro é composto por muitos diálogos coloquiais, expressos no patoá jamaicano. Apreciei muito a leitura. Recomendadissímo! Mais resenhas no meu Instagram.

site: http://.instagram.com/nathaliemurcia/?hl=pt-br
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Patricia YM 22/07/2022

Avassalador, profundamente triste.
A leitura do livro de estreia de Nicole Dennis-Benn foi um turbilhão de sentimentos. A escrita é incrivelmente fluida e já explicita muito do que a escritora quer deixar claro: colonialismo, desigualdades sociais, machismo.
O livro é muito difícil de digerir e está lotado de gatilhos: estupro, violência doméstica, homofobia. Cuidado se vc é de um público sensível à esses temas.
A construção dos personagens foi feita com muito cuidado pela escritora e podemos sentir a dor e o amor das realidades dessas mulheres. Por todo o cuidado que a autora teve, fiquei decepcionada com o final.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Lauren / Biblioteca de Lilith 19/05/2024

Paraíso para quem?
Historicamente, Mulheres estão sujeitas a muitas violências e exploração. Mulheres pretas mais ainda. A partir da perspectiva que temos das protagonistas nesta narrativa, o título bem vindos ao paraíso com certeza é uma grande ironia. Paraíso para quem?

Turismo sexual, exploração ambiental, racismo, LGBTfobia, desigualdades sociais, oportunismo, miséria e dores, muitas dores, em diversas camadas.

Mulheres imperfeitas e cheias de cicatrizes, cometendo falhas e fazendo escolhas ruins, mas com contextos complexos e histórias de vida difíceis que nos levam a compreender seus comportamentos, medos, traumas e feridas.

Talvez muitas de nós, ao ler a história, possamos condenar algumas personagens e decisões de cada uma delas. Porém, certamente a perspectiva e análise mudaria se estivéssemos vivenciando na pele aquela realidade.

Quando questões de raça, gênero e classe se cruzam é preciso compreender com empatia e sensibilidade a complexidade daquilo que está sendo observado.
comentários(0)comente



Foxyread 13/08/2020

O paraíso está muito longe da Jamaica.
Bem-vindos ao Paraíso retrata a vida de River Bank uma comunidade negra da Jamaica e o contraste entre essa parte podre e a área rica, da cidade, comandada por herdeiros milionários donos de hotéis e conglomerados tudo isso através da história de uma família de mulheres. Justamente, através da vida delas que conseguimos notar as nuances críticas e problemáticas de uma sociedade que esta perdendo sua terra, cultura e tradições para o grande empreendimento capitalista.
A forma como a autora discuti como o racismo estrutural se perpetua pela própria comunidade através da sessões de clareamento de pele de Tandi e a culpa por ter uma paixonite por um pescador, também na relação de poder patriarcal que permeia a vida de Margot imersa no mundo de prostituição e sua relação secreta com uma mulher, todas essas questões poem em xeque as ideias de valores e a forma como julgamos ações de personagens.
Resumindo, essa história é sobre decisões e como o racismo, a religião e o machismo são tão estruturais que levam essas personagens a atitudes e comportamentos que são reflexo de sua criação e do seu futuro. Para aqueles que observam de fora é muito fácil julgar de uma perspectiva privilegiada, mas esse livro vira essa ideia de ponta cabeça e mostra como o julga-las do seu ponto de vista é não entender todo o passado que guia essa comunidade.
Essa história não termina como você espera mas seu final é agridoce e concorda muito bem com a narrativa de Nicole ao longo de todo o livro.
comentários(0)comente



85 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR