guii_corsino 06/02/2023
Nem chove, nem molha
Esse livro conseguiu ser tanto maçante e arrastado quanto ter a sensação de estar "incompleto" e perdido, tudo ao mesmo tempo. E no fim, me encontrei em um misto de sensações negativas e positivas... Vishe!
Okay, os pontos positivos foram que encarei a história como uma metáfora, e não como algo "factual", o que me permitiu conectar o livro às sensações de primeiro amor e afins. Aquele "mergulho no desconhecido", juntos. Onde nem tudo pode fazer sentido, mas em que tudo é mágico. Além disso, ambos os protagonistas são cativantes (apesar de um desenvolvimento pessoal bem raso deles).
Agora, o que me pegou de jeito foi o fato de que o autor pareceu ter o queijo e a faca na mão, com uma premissa, conceitos, tensão e possibilidades infinitos e empolgantes, só que... Não entregou nada disso. O que me pareceu ter acontecido foi que ele se perdeu entre construir a mitologia da "Casa" e focar na tal da (ou nas tais das) "metáfora"(s) em questão. Por isso o título daqui, "nem chove, nem molha" [um trocadilho também hehehe].
Sinto que poderia ter continuado ou apenas que isso teria funcionado melhor como um conto, e não como um livro que evoca a sensação de "acabar no meio do caminho". O final acentua ainda mais esse sentimento conflitoso, pois ao flertar com um resolução sólida e madura, apresenta DO NADA ainda mais perguntas. E tipo, pra quê? Enfim, não é uma leitura que eu considero inútil e nem uma que é necessária. É algo. Algo que pode ou não fazer sentido de pessoa para pessoa.
Comigo, entendi que o autor tentou dar uma de "nossa, sou um gênio", mas não se dando conta de que estava trabalhando encima de um conceito inacabado e/ou não amadurecido o suficiente. Ou seja, foi um perda de potencial bem lamentável.