O Ditador Honesto

O Ditador Honesto Matheus Peleteiro




Resenhas - O Ditador Honesto


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Alexandre 01/03/2019

Narrada em primeira pessoa, na voz de um advogado que assiste ao seu chefe, inconformado com a posição social que lhe pertence e em meio ao caos coletivo estabelecido, ser consumido pelo ardente desejo de alterar as estruturas sociais do seu país, o Ditador Honesto é uma narrativa distópica que nos provoca muitos incômodos.

Perplexos somos apresentados a Gutemberg que ora mocinho ora vilão, acaba sendo eleito presidente do seu país numa campanha baseada principalmente em post nas redes sociais e realiza mudanças estruturais em diversos setores daquela sociedade a começar pela segurança pública e pela educação.
Escrito em 2016 e publicado em 2018, o livro é uma sátira sobre o modo atual de se fazer política em nosso país, em que esquerda e direita se confundem, em que o judiciário interpreta com parcialidade a constituição e com um executivo ocupado por evangélicos, banqueiros e latifundiários.
Peleteiro 01/03/2019minha estante
Muito obrigado pela resenha, Alexandre! ??


Alexandre 01/03/2019minha estante
?




Ranniel 11/01/2019

Livro perfeito
"Os fascistas do futuro não vão ter aquele estereótipo de Hitler ou Mussolini. Não vão ter aquele jeito de militar durão. Vão ser homens falando tudo aquilo que a maioria quer ouvir. Sobre bondade, família, bons costumes, religião e ética. Nessa hora vai surgir o novo demônio, e tão poucos vão perceber a história se repetindo." Autor Desconhecido
Igor Almeida 06/03/2019minha estante
"Bondade, família, bons costumas, ética e religião". Curiosamente essa descrição se mescla com o conservadorismo. Eu também fico me perguntando sobre o posicionamento ideológico de quem escreveu isso. Mais interessante ainda é o perfil das pessoas que gostam dessa frase, tende a se repetir. Já vi outras definições totalmente contrárias. Nada do que rotulam hoje de fascista tem sequer o cheiro do fascismo tal qual idealizado. No fim das contas, cada um escuta o que quer ouvir e vê no oposto tudo aquilo que se entende por ruim.




Gramatura Alta 22/07/2018

http://www.gettub.com.br/2018/07/o-ditador-honesto-e-pro-inferno-com-isso.html
Para você ler O DITADOR HONESTO, é preciso realizar, primeiro, uma limpeza na sua mente quanto a ciências políticas ou preferências de direita ou de esquerda. Encare a leitura como aquilo que ela é: uma utopia sobre a governança de um ditador no Brasil. Neste ponto, você pode pensar que a história remete a acontecimentos da época militar dos anos de 1964 a 1985, mas é um ledo engano. A narrativa é quase alegórica, com passagens que chegam a beirar a ingenuidade, o que permite que a imaginação do leitor vague livre por onde quiser.

Como o próprio autor faz questão de ressaltar no prefácio: “...esta produção não possui pretensão alguma, senão a de protestar e emitir uma triste gargalhada em desrespeito à hipocrisia popular e à nauseante política nos tempos em que vivemos. (...) Este livro é um conto de fadas. Não por se tratar de uma fantasia, mas porque em contos de fadas as coisas simplesmente acontecem, assim como na vida.”

O livro é narrado em primeira pessoa por Antônio, um personagem que se torna secundário diante da verdadeira estrela da história, Gutemberg, o tal ditador honesto do título. Acompanhamos sua ascensão através de atos que, como o autor disse, apenas são o que são, sem qualquer necessidade de credulidade ou de análise lógica. As coisas vão se sucedendo em uma velocidade vertiginosa, até culminar no total domínio do Brasil por Gutemberg.

Nesse ponto, o ditador chega onde não há mais para onde ir, bem como a população, e igual o rebobinar de uma fita, as coisas começam a andar para trás, e Gutemberg tem um destino tão pragmático quanto sua política. E esse final, por mais absurdo que possa parecer, reflete como é o pensamento da turba, da multidão, e reforça aquela máxima de que a coletividade é burra, ou mesmo inconsequente.

O DITADOR HONESTO é um exercício de imaginação sobre o que poderia e o que não poderia ser o Brasil. O autor, apesar de utilizar e abusar da descrença do leitor, da total liberdade de sua prosa, consegue transmitir o que é essencial para a história: a vontade do pensar sobre como vivemos e como somos governados. E em um ano de eleições, onde um dos principais candidatos é tão esdrúxulo quanto um vilão de quadrinhos, e que consegue convencer uma grande fatia dos eleitores a se comportarem como acéfalos, O DITADOR HONESTO pode trazer aquela coceira do pensar, do raciocínio. Amém!

Seguindo a mesma linha de forçar o cérebro do leitor, PRO INFERNO COM ISSO traz uma sequência de contos dos mais variados tipos que conseguem entreter, surpreender e causar aquela sensação de familiaridade, de algo que você poderia perfeitamente ouvir em uma conversa de bar, do seu vizinho, na escola ou faculdade.

O autor viaja entre o medo, através de um conto sobre uma doença; sobre a vontade de se viver para sempre; sobre a inveja e a vingança entre irmãos; sobre o abuso emotivo, a subserviência pelo amor; as diferentes visões entre pais e filhos; sobre a realidade da amizade, ou da inimizade; ou até mesmo em um conto mais existencialista, introspectivo. São mais de vinte e dois contos curtos, de duas ou três páginas cada um, em um total de pouco mais de cem páginas. Não há lugar para enrolação, tudo é tratado de forma direta, com mensagens diretas, mas nem por isso displicentes.

Outro detalhe que vale destacar em PRO INFERNO COM ISSO, é a confirmação da originalidade e da necessidade do autor fazer o leitor questionar seu próprio estilo de vida, seu comportamento e o seu círculo de convivência. Isso é uma das coisas mais importantes em um livro: causar movimento no leitor.

O DITADOR HONESTO e PRO INFERNO COM ISSO não são, de forma alguma, livros que você fecha e se esquece em seguida. Você será obrigado a pensar sobre o que leu e a forma como o que leu se encaixa dentro de você e na sociedade. Tem coisa melhor?

site: http://www.gettub.com.br/2018/07/o-ditador-honesto-e-pro-inferno-com-isso.html
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douglaseralldo 02/08/2018

HOME DIVULGUE SEU LIVROMEUS LIVROSLEITURA CRÍTICALEITURASSOBRE OLHE NOS MEUS OLHOS E VEJA AS 10 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DITADOR HONESTO, DE MATHEUS PELETEIRO
1 - Verborrágico, intenso e de uma visceralidade de superfície, O Ditador Honesto segundo o autor ,"não possui pretensão alguma, senão a de protestar e emitir uma triste gargalhada em desrespeito à hipocrisia popular e à nauseante política nos tempos em que vivemos" e partem daí todas as virtudes e defeitos de uma obra nascida para polemizar (vide inclusive suas escolhas de epígrafes, pois tudo na obra surge para reforçar a ambientação confusa da política contemporânea ao mesmo tempo que nos aproxima de elementos estéticos talvez há muito devessem estar superados, no caso, certa presença constante de ideais um tanto futuristas, isto de um futurismo de um início de século passado e que parece estarmos forçando revivê-lo) e que buscaremos nestas reflexões em lista abordar sob diferentes perspectivas;

2 - Antes de mais nada, penso eu, esta é uma obra que como inclusive apontada pelo autor, é fruto de nossos tempos, portanto, imersa numa série de condicionantes sociais, que, claro, não passam despercebidas. Por isso, neste sentido é interessante termos em mente algumas questões geracionais, que imbicam inclusive nas escolhas lexicais, como o caso do própria expressão "ditador" que surge aqui com todas as nuances do tempo. Vejamos que não trata-se apenas do paradoxo título, creio que no caso da obra alguns elementos são importantes de serem observados nesta avaliação. Do próprio leitor, no caso, eu, filho de uma geração que viu o princípio da redemocratização, no início dos anos oitenta, o autor já de uma geração seguinte, cuja juventude dá-se já num país estável, e da própria obra, cuja ideologia salta de maneira confusa e polarizada como os tempos de hoje, mas, da mesma forma, impactadas pela estética do início do Século XX, ou seja, florescida na intensidade recente mas marcada pelo passado. Tais fatores tem relação direta, não só com esta crítica, mas também com os exageros e ingenuidades que às vezes intercalam-se numa narrativa, que embora pensada como sátira, acaba se afastando dela, não só pela ausência do riso, mas especialmente pelo olhar desesperançado, distópico e não menos desolador como o fato de que já não mais rimos de nossas hipocrisias;

3 - Dito tais comprometimentos e postura desta avaliação, pode-se ainda dizer que a faço tendo em vista a aproximação com outra obra, esta sim do século passado, Não Vai Acontecer Aqui, de Sinclair Lewis. Em ambas as narrativas temos a abordagem da chegada ao poder de um tirano via possibilidades democráticas, separadas estas por quase cem anos, e, claro, suas nacionalidades, a de Peleteiro impactada pelo cenário brasileiro e a de Lewis com seu temor em relação aos Estados Unidos. Enquanto a de Lewis surge em uma narrativa em terceira pessoa dando conta da chegada de Windrip à presidência americana (a obra ganhou nova relevância após chegada de Trump), o jovem autor Matheus Peleteiro escreve sua obra, que aliás, bem poderia ser um conto longo ou uma novela rápida, a partir de uma voz em primeira pessoa, Antônio, secretário de seu ditador "Gutemberg Luz" num Brasil de futuro próximo. E precisamos tratar uma série de elementos no narrador desta obra;

site: http://www.listasliterarias.com/2018/08/olhe-nos-meus-olhos-e-veja-as-10.html
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O Colador de Resenhas 20/08/2018

Um presidente para um tempo de egoístas humanitários
por Alexandre Rabelo*

O Ditador Honesto é o quarto livro de Matheus Peleteiro, autor jovem, prolífico, cheio de gás, apaixonado. Neste livro, Matheus volta a publicar de forma totalmente independente, talvez porque seja o mais polêmico de todos.
Ele nos mostra a imagem de um ditador honesto, um advogado que pensa ter a solução para todo o Brasil, cheio de carisma, entusiasmo, ingenuidade, bons ideais, e inteligência para agregar em sua figura todas pautas mais importantes das minorias e da maioria pobre, sendo exaltado tanto pela esquerda dividida e arrasada, quanto por uma direita que se entrega ao movimento de crescimento econômico trazido pelas novas leis de impostos que o novo líder, Gutemberg Farias, apresenta, o tornando um ícone e mártir internacional.
Quem nos conta sua trajetória é um homem muito simples que sempre havia sido seu secretário, desde os tempos das firmas de advocacia. Este narrador apenas recebe as tarefas de seus superiores, intercede em poucos casos e, anos depois dos fatos, num futuro quem sabe ainda mais sombrio, nos conta sua história de encanto pelo chefe e líder da nação. Gutemberg é extremamente sedutor, tem lábia e fé no resgate dos ideais de justiça dos grandes democratas românticos e vindos de família pobre. Não deixa de ser uma figura egoísta em sua paixão cega, mas sua ambição não parece tamanha como veremos. Ele não tem a força totalitária de um Grande Inquisidor, personagem célebre do último romance de Dostoievski, que aprisiona Cristo por julgar que este não poderá oferecer liberdade, igualdade e fraternidade senão para uma pequena minoria de alguns milhares. Estabelece a dialética do pão e da pedra. O grande inquisidor nos diz: se eles do povo se organizarem por si mesmos, nas mãos deles o pão do trabalho se transformará em pedra de guerra, enquanto que, organizados por nossa hierarquia, e por nossas mãos, dos totalitários, as pedras se transformarão em pão em nome de seus valores humanitários, pois o ser humano só é capaz de ser regido pela autoridade, pelo mistério e pelo milagre. O Ditador Honesto do romance de Peleteiro precisa mistificar a si mesmo, tanto como Cristo quanto como Inquisidor.
A população brasileira não dá conta do milagre quando Gutemberg ascende ao poder e faz todas as conquistas impossíveis. Ele é um anti-herói trágico como o Gatsby de Fitzgerald e, como neste clássico americano sobre o poder, é narrado por seu amigo e admirador que o vê como o próprio mistério. O jovem nos narra uma trajetória política e familiar angustiada, de um líder tentando entender seu próprio limite e que, após todas as conquistas, perde a sede de mudança, chegando a desistir de uma reeleição. Entretanto, o que nos interessa em sua ascensão é como, no mecanismo do poder, o idealismo coopera ou não com a corrupção.
A história se passa num futuro próximo, não há alusões a inovações tecnológicas, não há discussão com políticos administradores ou cabeças importantes do mercado financeiro de capital mundial. O livro é focado no Brasil em tom de fábula. Vemos quase um rei das antigas criando leis e revisando impostos, como se isto só fosse possível num governo centralizado e forte como a monarquia. Sua trajetória é a do diabo vaidoso e compassivo aos homens, como o Dr. Fausto de Tomas Mann. Numa eleição milagrosa, cresce nas redes sociais e num partido novo, fantasma como todos os outros. Ganha base parlamentar suficiente para não ser incomodado por nenhum grupo radical. Nesta fábula, o foco está em chamar a responsabilidade para o leitor-eleitor, ao invés de apenas culpar os políticos e focar em suas artimanhas corruptas. A pergunta é para nós: o quanto conseguiríamos suportar um sistema de igualdade e livre circulação?
Matheus Peleteiro tem aprendido com fabulistas modernos como Saramago, Camus e Hilda, de leve. Os três trazem como foco a ambiguidade do homem em situação de poder, os três trazem a sombra do mais humilde e do mais poderoso como lição. Ao redor do ditador honesto é revelado um teatro de máscaras, como nos descreve Artaud em seu texto O teatro e a peste, o qual se casa com a narrativa fantástica La peste, de Camus, onde uma sociedade acometida pela corrupção e doença, deixa cair suas máscaras, e membros de cada instituição importante que rege a sociedade, invertem seus valores para sobreviver à urgência do caos.
Gutemberg poderia ser definido como um ufanista egoísta, segundo o próprio Matheus, e quer mudar a própria realidade. Neste sentido, a crítica caberia a muitos de nossos atuais governantes, não só a um ou outro. Este livro iguala todos os rivais. Não se resume a uma intriga policial de nível governamental como no romance Agosto, de Rubem Fonseca, mas numa metáfora fabulesca da relação deste líder com seus assessores idealistas imediatos e a população civil brasileira.
É um acerto de contas para nossas consciências, vindo de um jovem escritor e pesquisador das leis, egresso de uma faculdade de Direito, como grandes nomes do nosso romantismo literário mais rebelde, um Álvares de Azevedo, um Castro Alves, um Gonçalves Dias, e até um Fagundes Varella. No mundo de hoje, temos que ter mais armas contra o cinismo, as quais Peleteiro não deixa de buscar num Bukowski, sempre que necessário. Fico feliz que um rapaz tão jovem tenha dedicado a escritura do seu quarto livro a trazer a questão mais urgente do nosso país com ironia tão fina, tentativa só alcançada com o mesmo porte por Ricardo Lísias, no livro sobre Eduardo Cunha.
Li O Ditador Honesto em apenas dois dias. Embora nos traga tantas questões, tem a urgência dos nossos tempos, e imagino que conquistará muitos leitores interessados em reconhecer as próprias ambiguidades neste momento tão sombrio para a política brasileira. Este livro se coloca na mistura entre um romance histórico e uma ficção distópica, assumindo o extremo da fábula de um passado que já nos condena a um futuro cada vez mais fechado. Quem substituirá nosso ditador honesto?, nos resume.
Este potente neófito das letras de Salvador, Matheus Peleteiro, joga a resposta para todos nós, trabalhadores de um país ainda amador. E salve Jorge Amado, seu conterrâneo mais célebre, que sempre foi direto em suas críticas políticas, com a verdadeira vocação satirizante de um brasileiro terno e sábio que conhece sua gente.

Alexandre Rabelo é autor dos romances Nicotina Zero, Hoo Editora, 2015, Itinerários para o fim do mundo, Editora Patuá, 2018, e tem sua base em São Paulo.
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Rosana Vinguenbah 21/08/2018

Se você vivesse sob um regime totalitário que conseguisse estabilidade econômica, saúde e educação de qualidade e segurança pública que praticamente extinguisse a violência e a criminalidade, você seria feliz?
Esse é um dos questionamentos que me fiz ao ler "O ditador honesto" do autor baiano Matheus Peleteiro @_matheuspeleteiro.
Gutemberg é um advogado muito inteligente que resolve se candidatar a Presidência da República por um partido falido que não lhe daria chances de vitória. Com a sua inteligência e poder de persuasão, Gutemberg não só lidera as pesquisas, como ganha as eleições juntamente com dois amigos que disputaram uma vaga de Senador e Deputado.
Quem narra a história é Antônio, secretário de Gutemberg desde o escritório de advocacia e trabalha para o Presidente após a sua vitória.
Situações impostas a população que são vistas inicialmente como arbitrariedade começam a alavancar o país e trazer melhorias para a sociedade. O enredo se passa no ano de 2026 e diferente de uma distopia, considero esse livro como uma narrativa utópica que satiriza o nosso sistema político.
É um livro leve, mas, ao mesmo tempo conduz a reflexão.
Gostei muito dessa história e recomendo a todos aqueles que estão descontentes com a "democracia" na qual estamos inseridos, além de ser um livro prazeroso de ler.
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MILA 22/08/2018

Um livro que nos faz pensar..
Devo começar esta resenha dizendo que eu não gosto de política, não me envolvo, não discuto e não leio e vejo nada sobre isso.

Conheço Matheus Peleteiro desde que li um dos seus primeiros livros, Tudo que arde em minha garganta sem voz, foi uma leitura maravilhosa porque Matheus tem uma narrativa vibrante e eis que o autor entra em contato falando de seu novo livro, eu claro que prontamente aceitei, o problema é que eu não sabia que o tema seria uma critica a nossa política hoje ou a qualquer política, eu aceitei e quando eu fui pegar o livro, travei no primeiro capítulo, quase ao ponto de abandonar a leitura e pedir lógico, desculpas ao autor.


Mais eis que sou uma pessoa insistente e claro que coloquei na minha cabeça que o melhor seria naquele momento tentar novamente, ler mais um capítulo e foi aí que o livro me ganhou, depois disso eu li 60% do livro num só dia e o restante no outro dia.



"Bem, não era lá um bom período aquele em que nos situávamos, mas, ainda assim, posso garantir que conseguíamos suportar tudo o que se passava. Afinal de contas, não à toa, apesar dos pesares, sempre fomos tidos como um povo risonho, com essa característica marcante e cômica de sorrir quando mais motivos se têm para chorar."




Neste livro conhecemos Antônio, o nosso narrador, que nos conta tudo o que aconteceu, desde quando as coisas já não iam tão bem assim, também conhecemos aquele povo brasileiro, forte como é e que continua seguindo em frente, porém neste cenário também existe aqueles que não aguentam mais, que se sentem oprimidos e com um desejo enorme de mudar, de fazer diferente.


E é aí que conhecemos Gutemberg e seus comparsas, amigos mais próximos Juca Ferreira e Rubens Costa, que embarcaram juntos nesta nova empreitada em busca de mudança, custe o que custar, doa a quem doer.

Claro que Gutemberg já tinha tudo esquematizado em sua cabeça.


"Um grande homem para arquitetar o plano e convencer os egos mais intangíveis, um professor de boa índole para convencer a juventude, e um rapaz bonito e inocente para encher os olhos daqueles que são facilmente seduzidos por imagens. Parecia o trio perfeito para estampar as matérias virtuais e televisivas. E por que não seria? O plano estava iniciado."


O jovem Guto ascendeu ao poder e colocou tudo em prática, aos poucos ele foi mudando o que achava necessário, não importando as consequências.


"Foram tempos de guerra, protestos e muitas mortes, que advieram tanto do lado dos criminosos, quanto das ditas “pessoas de bem”, porém, não demorou mais do que três meses para que fosse alcançada a calmaria. Carros pipas passeavam lavando as ruas manchadas de sangue, ao tempo em que o vermelho passava a dominar os bueiros da cidade. Se ratos e baratas fossem vampiros, estariam estupefatos."


"E quando tudo se acalmou, o povo pôde enfim viver em avença. Com o decorrer do tempo, as pessoas passaram a constituir um conjunto uniforme. Aqueles que perderam familiares, em busca de consolo, se apegaram ao ditado popular que dizia: “tudo tem seu preço”, e se forçaram a acreditar, por mera conveniência, de que tudo fora apenas um plano de Deus para trazer a felicidade e a paz para todos."


Enfim, eu adorei demais este livro, e claro que terminada a leitura eu corri para comentar com Matheus o que achei daquilo tudo, também expliquei minha relutância em seguir adiante com a leitura, e de como foi legal a maneira como Matheus consegue seduzir até a mais apolítica de todas, aversa a esse meio que por vezes é corrupto e por vezes se vê uma luz no fim do túnel. E não me julguem por isso, é apenas a minha opinião.


Mais será que existe mesmo uma luz no fim do túnel?

O que eu mais gostei neste livro é que ele nos faz pensar..



Termino esta resenha com as palavras de Matheus...

"Encare estas linhas como um relato para se escutar num banco de praça, numa cadeira de praia, numa mesa de bar... Mas não as subestime. Há muito mais por trás das páginas que virão.
Há quem diga que este livro é um delírio, mas eu te pergunto: será?"



site: http://dailyofbooks.blogspot.com/2018/08/o-ditador-honesto-matheus-peleteiro.html
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Tarsila.Ribeiro 24/08/2018

Recomendado
#ODitadorHonesto de @_matheuspeleteiro conta a história de Gutemberg Luz, um advogado que decide entrar para a política e guiar o destino político do Brasil após muito se entristecer com a situação atual que o país enfrenta. Depois de vencer as eleições e se tornar presidente do Brasil, Gutemberg passa a tomar medidas administrativas que agradam a população porque de fato mostram uma grande melhora social no que diz respeito à saúde, à segurança, à educação, mas será que os meios pelos quais ele consegue alcançar essas mudanças são realmente bons? ? é bastante interessante a proposta do livro e poder ler uma distopia sobre a situação brasileira é MUITO legal! Finalmente chega até nós uma literatura brasileira contemporânea de qualidade, que pode se comparar a qualquer literatura americana para público adulto, mas agora ela é feita por nós e para nós! ?
? as reflexões que o livro suscita são interessantes e fazem o leitor se posicionar diante do enredo o tempo todo. A leitura vai causar incômodo, vai causar revolta, mas esse é o objetivo: despertar o leitor para as questões atuais em relação às quais já estamos indiferentes. ? leitura altamente recomendada!
? projeto gráfico excelente! Amei a capa e a diagramação
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Neylane Naually 14/03/2019

Indico muito
Obra interessantíssima e criativa, com uma narrativa leve e ao mesmo tempo instigante. Indico principalmente para aqueles que querem pensar e analisar os contextos políticos e as reações, emoções e desejos humanos.

Uma sátira eficaz, a história traz uma ditadura branca, democraticamente estabelecida. O presidente eleito consegue convencer o povo de que são necessárias mudanças radicais (constituição? o que é isso? legislativo? já não funciona mesmo...) no país para que as coisas enfim mudem.
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Anienne 23/01/2020

O Ditador Honesto
Esse livro é uma produção independente e é um colosso. Muito lindo mesmo. A capa é maravilhosa. As folhas são amarelas e grossas.

A escrita de Matheus Peleteiro é simples, clara e sem rodeios.

Confesso que alimentei a expectativa de rir bastante durante a leitura, mas isso não aconteceu. A leitura foi desconfortável para mim.

Uma sátira ao nosso sistema político e ele faz uma misturada meio ilógica que une os extremos e, dessa forma, retrata situações reais (ai de nós).

Dentro de um grande caldeirão, percebemos coisas loucas, reais e irreais. Vemos ainda umas frases... (de efeito? será?) que tocam em nossas feridas. E dói.

Minha impressão é que ele vai mexendo esse caldeirão para lá e para cá e depois... entrega para a gente experimentar o que está posto. E aí, meu, dá um revestrés no estômago, uma vontade de vomitar...

Ironia e sarcasmo seguem envoltos no tom de brincadeira. Matheus traz ainda referências filosóficas, literárias e cinematográficas que conversam com aquela mistura caldalosa no fundo do caldeirão. Ele traz Hemingway, Maquiavel, Karl Marx, Wood Allen e outros.

O narrador é Antônio, secretário e amigo de Gutemberg, que se torna presidente do dia para a noite, com a ajuda das redes sociais. Guto consegue promover mudanças estruturais reais no país, começando pela segurança pública em que, praticamente, extingue a violência e a criminalidade. Além disso, alcança a estabilidade econômica e saúde e educação públicas de qualidade.

Então, vem umas perguntinhas fatais: é isso o que vc quer? é isso o que todos desejam? Mas vc sabe o preço a pagar?

Um regime totalitário. Sem liberdade. Todos são obrigados a acatar as decisões de uma só pessoa: o presidente.

Será que aquela sociedade estava pronta para isso? E nós? Estamos?

O texto nos conduz a sérias reflexões. Eu fiquei mau humorada, irritada, deprimida...

"...levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima".
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fev 13/01/2021

Fui com muita sede ao pote e não tinha nenhum líquido para que eu pudesse beber.

Esse livro é uma sátira ruim do suposto período político que estamos vivenciando. Genérico e raso até o último fio de cabelo ao tentar fazer críticas ao momento. O livro parecia mais uma citação de pensadores do qualquer outras coisa. Perdi as contas de quantos foram citados nesse livro sem muito propósito.

Eu queria muito ter gostado, mas foi fraco e ruim. Mesmo sendo uma sátira as críticas poderiam ter sido mais profundas que os tweets que escrevemos. Não foi.

Não recomendo. Mas pode ser que você goste e eu não tenha entendido a ironia da obra. rs
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