Kaique.Nunes 12/02/2019
Nesse livro, Kierkegaard caracteriza o desespero como uma doença mortal, a doença da alma. Mortal não como entendemos, uma vez que não morremos dela, mas sim com ela, ou seja, se sofremos de uma doença grave e incurável podemos imaginar o fim do sofrimento por causa da doença. No desespero, estamos condenados até o fim de nossos dias, pois dele não morremos, restando, consequentemente, apenas suportá-lo.
O desespero, diz Kierkegaard, é o estado em que vive a grande maioria dos homens. Desespero é desejar estabelecer-se como um indivíduo único através dos próprios esforços e, igualmente, é o inverso: tentar com a melhor de suas habilidades para se misturar e se incluir na massa da sociedade. É não escolher ou não poder ser quem se é, e também preferir ser outro ao em vez se si mesmo.
Os seres humanos são inerentemente reflexivos e autoconscientes, porém, para se tornar um verdadeiro eu, não se deve apenas ser consciente de si mesmo, mas também estar consciente de estar ancorado na fonte do eu, o “poder que o criou”. Quando alguém nega esse eu ou o poder que cria e sustenta esse eu, entra em desespero. Não estar desesperado é ter reconciliado o finito com o infinito, necessidade e contingência. Existir na consciência do próprio eu e do poder do amor.
Em síntese, o “eu” é a relação “consigo” e com “aquele que estabeleceu toda relação”. Ignorar qualquer parte dessa equação, é desesperar-se. Pois, ser quem se é de verdade, é justamente o contrário de desespero.
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