Candiani 17/05/2013
Blitzkrieg
Franz Hasel, é um alemão de 40 anos de idade, que trabalha na Casa Publicadora de Hamburgo como colportor - vendedor de livros de porta em porta -, Casado com Helene e pai de três filhos: Gerhard, Kurt e Lotte. Numa manhã de sábado recebe uma carta de convocação para se unir as tropas na Segunda Guerra Mundial. Não simpatizava com os ideias nazistas, foi designado para a Companhia 699, Pioneiros do Parque - guardem esse nome -, que tinham como principal função construir pontes.
Em síntese o livro é isso, a passagem de uma família pela guerra. As dificuldades encontradas e como foi possível superá-las através da fé. O livro é escrito sobre a sombra da Igreja Adventista dos Últimos Dias, que tem como costume guardar os sábados, o que se tornou o maior problema deles durante a guerra, já que os judeus também o guardavam. O livro é dividido em duas frentes, a primeira conta a trajetória do marido longe da família e dos perigos de se ter inimigos internos e externos na guerra; a segunda aborda a problemática interna de perseguição e que mesmo na sua pátria mãe os alemães ainda podiam ser mesquinhos e hostis. Em infinitas partes você tem referências de como o Partido Nazista manipulava as informações para passar um ar de perseverança durante as campanhas, de como Hitler "tinha uma personalidade demoníaca de sugestão" , de que acreditavam que a guerra duraria apenas um ano e de como usavam as escolas para fazerem lavagem cerebral nas crianças.
Isso, pra mim, que sou aficionado pelo período de guerra é incrível - claro, bonito não é -, mas tem seu papel histórico, O livro contem relatos dos abusos cometidos pela SS (Schutzstaffel) e Gestapo, a primeira por matar judeus dentro e fora do país e a segunda por intimidar os alemães e judeus na Alemanha, dos ataques da Luftwaffle - famosa pelos bolsões, ou Blitzkrieg -, dos abusos de poder cometidos pelo Partido Nacional Socialista do Trabalhadores Alemães (vulgo, Partido Nazista) e pela Liga Feminina Nazista, ambas eram responsáveis pelas provisões das famílias dos soldados e quando alguma mulher se recusava a fazer parte do partido ou da liga lhe era racionada a comida além do necessário e a segunda ainda era responsável por levar crianças para os campos de concentração... E assim vai, tem que ler pra saber dessas coisas, amigo.
No meio da guerra Franz arruma tempo para engravidar Helene, que é de onde surge a nossa escritora, filha mais nova do casal, Susi.
Entre fugas constantes da parte de Helene e proezas da parte de Hasel o fundo religioso sobressai sobre a história dando um ar de sobrenatural aos acontecimentos, não gosto desse tipo de escrita, mas devido ao cenário do livro deixei-me ser levado. Em alguns trechos ele cita a Bíblia, o próprio nome do livro é parte de uma passagem: Salmos 91:5-11 (além desse ele cita Salmos 18:117, Amós 5:13 e se não me engano 2 Pedro e 2 Tiago)
Lembra da Companhia 699, então, durante a pesquisa não encontrei nenhuma referência sobre ela, e prefiro não questionar o porque disso.
Não que eu seja cético, mas "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;" Mateus 5:6.