Resenhas - A Odisséia de Penélope

BellPolveres 23/09/2023

Penelopéia? Penelopiada?
Acho um crime que o título tenha sido traduzido como "A Odisseia de Penélope" quando o título original Penelopiad é tão inteligente. Na minha mente esse livro se chama Penelopéia, mas enfim...

Eu esperava de um reconto com foco nela uma Penelope mais... "superior", a frente de seu tempo em ideias sociais, mas ela descreve a Penelope como uma mulher comum, sujeita a ódios e egoismos, como com comentários odiosos contra Helena e a forma como se refere as servas algumas vezes. É interessante essa forma como ela não "eleva" nenhum seus personagens, tornando a protagonista não necessariamente uma personagem para der gostada ou odiada, para torcermos a favor ou contra, apenas uma pessoa com falhas dignas da época e uma narradora nem tão confiável.

Falando sobre isso, essas partes de "Coro" das escravas mortas é um conceito que achei muito interessante, não liguei para a maioria no começo, mas depois de um tempo comecei a apreciar eles e o valor que traziam para a narrativa em seu humor satírico ou trazendo a tona a realização de que os relatos da Penelope são a versão DELA, e portanto, talvez não completamente honestos. Também achei interessante como o uso do coro das escravas foi uma referência ao modo que as histórias gregas eram contadas, com suas peças e canções.

Outro ponto é que achei bastante legal a visão de uma Penelope já morta contando sua vida do reino dos mortos e citando coisas modernas aqui e ali. É engraçado, como as partes do tribunal e outras referências modernas como "Quem é Marilyn? Ou esse tal de Adolf?".

No final não acabou sendo um livro que me marcou, para bem ou para o mal.

biiaaa_nunesss 20/09/2023

É um ótimo livro, que conta o ponto de vista da Penélope sobre várias situações relacionadas a Odisseia e Ilíada.

Alcir1 27/08/2023

Excelente!
Primeiro registrar o simbolismo e a beleza da capa. O autor da edição brasileira foi muito feliz. Na sequência, temos a autora recriando, com muita imaginação, um personagem marcante da literatura universal, Penélope, exemplo ímpar de paciência, lealdade e coragem. É sabido que a Odisseia se limitou a narrar as peripécias do herói, finda a Guerra de Troia, em demanda da sua Ítaca, onde Penélope o esperava. Mas nada se sabe da heroína, além do artifício de tecer durante o dia e desfazer à noite para, assim, adiar indefinidamente o dia do novo casamento.
Pois bem, o dito acima é história conhecida. Atwood resolveu, após algumas pesquisas, contar a história pelo lado da heroína esquecida, sem deixar de lado especulações sobre as razões que levaram o herói grego a matar sumariamente doze das escravas que, fiéis, permaneceram ao lado de Penélope.
Leitura agradável, envolvente e, melhor ainda, capaz de passar a impressão de que a lenda tem aspectos de verossimilhança.

otxjunior 25/08/2023

A Odisséia de Penélope, Margaret Atwood
Li com uma curiosidade inédita para recontos, e quase que de uma vez só, ainda mais quando a obra principal referenciada é A Odisseia de Homero. A de Penelope, ou Penelopeia, é revigorante e inteligente, se tornando meu favorito da autora. O capítulo do julgamento é digno de nota.

Cris.Aguiar 22/08/2023

Okey.
Então....

é um livro curtinho em que a Atwood baseada em várias versões da história de Odisseu e Penélope, utiliza a heroína e suas 12 escravas como voz para uma manifestação feminista... algo já da identidade da autora.
Eu achei um pouco monótono e também um pouco forçado porque ela traz Penélope lá do Hades para o século XXI ... enfim, foi interessante, mas não foi Uau.

Leia por curiosidade.

Bruna Peixoto 10/08/2023

É um livro ok, mas confesso que esperava um pouco mais. A parte em que ela propõe que a questão do assassinato das escravas seja uma alegoria de uma mudança de culto achei interessante.

Bea Medeiros 01/08/2023

Razão 6386 q n consigo ler nada q fale bem do Odisseu
?Doze moças. Doze traseiros arrebitados, doze bocas úmidas, vinte e quatro seios macios, e, melhor ainda, vinte e quatro pés no ar?

Erica 30/07/2023

Esse é o segundo romance histórico de Atwood que leio. O primeiro foi Vulgo Grace. Por isso, minhas expectativas foram grandes para esse aqui. Esperava mais. Mais esperteza de Penélope, mais artimanhas da parte dela, mais licença poética pra nós apresentar uma Penélope diferente do que estamos acostumados e mais protagonista. Em um livro inteiro sobre ela e narrado por ela, ainda a senti coadjuvante.

O que me agrada é que a narradora não me parece tão confiável, o que me dá liberdade pra imaginar uma Penélope mais interessante escondida por trás da modesta princesa de Esparta.

Gisele @li_trelando 24/07/2023

Uma releitura maravilhosa
Tenho a tendência a gostar mais dos textos da Margareth que retomam obras clássicas, foi assim com Semente de bruxa e da mesma forma com A Odisséia de Penélope.

Ela fez o que me pego fazendo às vezes, imaginar personagens femininas em um contexto diferente e principalmente seu ponto de vista e faz isso brilhantemente.

@livros_no_quintal 22/07/2023

Uma voz
Gostei muito que Margaret Atwood tenha dado voz a Penélope, uma figura diminuída quando falam da famosa Helena.

Conhecer a história sob o ponto de vista de Penélope foi lindo e triste. Odisseu foi um marido extremamente egoísta e mesmo assim Penélope foi fiel a ele; Helena é detestável.

Saber sobre as 12 escravas foi a parte mais triste, sempre estiveram ao lado de Penélope e mesmo assim foram vítimas de Odisseu; nada mais justo que elas o atormentar vida após vida.

A escrita da autora é fluída e de certa forma até poética.

Julieth 19/07/2023

Quem são as mulheres por trás da guerra de Tróia?
Já faz um tempo que venho lendo sobre a guerra de Tróia, mas pela visão de mulheres ao invés dos famosos personagens Heitor, Paris, Aquiles, Odisseu e etc, a que já estamos tão acostumados.
É curioso como Margaret Atwood, apesar de ser um nome conhecido e forte quando falamos de leituras com viés feminista, tenha aparecido tão ao acaso, mas se encaixado tão bem no meu propósito de leitura.
O meu único motivo para não dar 5 estrelas é que eu gostaria que o livro fosse mais longo, pra que eu pudesse passar mais tempo degustando.
Se você se agradar dele, recomendo que procure ?o silêncio das mulheres? e ?mulheres de Tróia?, ambos da autora Pat Barker.

Camila1856 14/07/2023

A odisséia de Penélope
Margaret Atwood e sua escrita clara e direta ao ponto retornam em um ´´reconto´´ de a Odisseia de Homero, de um ponto de vista feminista contado pela Penélope em si, como uma memória póstuma. A autora também inclui um coro grego das 12 escravas enforcadas e diversos detalhes à trama, com esclarecimentos muito mais plausíveis da história. Bem curto pra ler e muito bom no que se propõe.

Fernanda Augusta 13/07/2023

Maravilhoso
Eu tive que ler Odisseia de Homero nesse meu primeiro período da faculdade Letras, mas desde o Canto I eu não gostei do Telêmaco e depois também não gostei do Ulisses. Lembro que ainda comentei isso no grupo da matéria (inclusive que a professora Mary Lafer estava kkkkkk), principalmente que eu não tinha gostado da forma que eles tratavam as mulheres, em especial o Telêmaco quando mandou a própria mãe se calar...

Mas dessa vez, lendo esse livro, eu entendi perfeitamente porque senti essa inquietação. Gostaria de conhecer a autora por ter escrito esse livro tão bom, tão bem escrito e tão tocante, que dá uma profundidade e voz para a Penélope e as 12 moças escravas. A autora conseguiu colocar no papel todo aquele meu incomodo que eu não sabia descrever bem.

BCris 13/07/2023

Um livro bom e uma personagem boba
Eu achei que a Penélope é muito idiota. Mesmo no início ela falando que ninguém deveria ser como ela foi, ela continua pensando igual. É uma imbecil que nem percebe os próprios erros com as escravas e só fala o que os outros querem ouvir. O livro em si é muito bom, adorei ver outro ponto de vista de uma história tão antiga.

llirioazul 26/04/2023

É estranho pensar em como a mitologia grega é cheia de violência e injustiça, e que figuras que faziam coisas absurdas eram retratadas heroicamente, e o seus feitos descritos de forma poética para expressar valentia e coragem