O marinheiro que perdeu as graças do mar

O marinheiro que perdeu as graças do mar Yukio Mishima




Resenhas - O Marinheiro Que Perdeu As Graças do Mar


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Rosie 10/12/2023

Sempre que leio um livro do Mishima ele consegue me surpreender com sua escrita.

Eu comecei o livro acreditando que o personagem principal aqui seria parecido com o personagem de "Declínio de um homem" do Dazai e nunca poderia estar mais errada, mas culpa do Mishima por ter escolhi esse título para a obra haha

Até um certo momento da primeira parte "Verão" eu considerei que a obra seria um romance igual o "Mar Inquieto" o que senti muita falta de ter a mesma sensação de sensualidade/romance japonês que as outras obras do Mishima não me deram, mas no momento em que Noboru está com os amigos e fazem o que fazem com o gato, percebi que a história tomaria rumos diferentes na segunda parte. O que eu não estava errada.

Quando a segunda parte "Inverno" chegou eu já estava preparada para que algo acontecesse com o Ryuji e a cada página ficava ansiosa para saber o que seria. Só não imaginaria que o final seria tão aberto como foi. Ou imaginaria, já que saí recentemente da leitura "Confissões de uma Máscara" e acabou abruptamente da mesma forma. O autor deixa faltando uma parte, ele justamente acaba a história no momento em que você está segurando o ar e deixa você imaginar o que quiser.

Aqui vai minha conclusão desse final inacabado: Ryuji realmente foi morto pelas 6 garotos...Mas não acredito que Noboru compactuava com o mesmo pensamento que o Chefe.

Mishima nos mostra novamente - e em todas as suas obras - um pouco do Japão pós-guerra, conflitos internos dos humanos, o desejo da morte e o desejo da gloria e claramente os problemas psíquicos, maldosos e perturbadores que os seres humanos guardam para si. Além da vontade do homem - digo pelo gênero masculino que é mais comum em seus romances - de obter a grandiosidade. Nosso personagem Ryuji é exatamente essa descrição e nosso menino Noboru também. O que também é um pouco do nosso autor.

Acredito que a melhor coisa que fiz foi ler "Confissões de uma máscara" antes de ler qualquer outro livro do Mishima, com aquele livro pude ver melhor o autor entre seus personagens e entender quando era ele dando sua opinião na sociedade e quando era seu criativo criando seu personagem.

É um livro muito bom e bem descritivo, o que não foi um problema para mim. Caso você não seja familiarizado com literatura japonesa, é algo que você verá muito em diferentes obras e autores. Em particular acho riquíssimo essas descrições de ambiente, sensações e sentimentos, eles são eletrizantes e te passam sinceridade; o que somente a literatura asiática - especialmente a japonesa - é capaz de transmitir.

"O que é isso afinal? O verdadeiro perigo é viver, nada mais que isso. Viver não passa do caos da existência, mas a cada segundo a existência se desmantela de volta à desordem inicial, já que o verdadeiro e insano trabalho é usar a insegurança como isca, procurando recriar a existência a cada instante. Tarefa assim arriscada não existe em lugar algum. Apesar de não haver insegurança na própria existência, a vida cria."

Obrigada por ler até aqui.
Se cuide, bjss :)
Wash2 13/03/2024minha estante
Que parágrafo lindo, esse que vc transcreveu no final. O livro já estava na minha fila de leituras mas depois da sua resenha com mais vontade de ler.


Rosie 14/03/2024minha estante
OBRIGADA! Mishima é um dos meus autores japoneses favoritos! Estou na saga de ler todo seu material traduzido para o português. Vale muito a pena, principalmente após você saber um pouco mais sobre ele. De todas as minhas resenhas das obras dele eu amo a de "Confissões de uma máscara" recomendo ler ela também para entender um pouco ?? meu livro favorito dele é "Mar Inquieto"




Our Brave New Blog 26/02/2016

RESENHA O MARINHEIRO QUE PERDEU AS GRAÇAS DO MAR - OUR BRAVE NEW BLOG
Um bom título pode facilmente atrair a atenção de qualquer pessoa e existem escritores que sabem dar ótimos nomes às suas obras. O próprio Mishima já deu títulos ótimos, como "Confissões De Uma Máscara" e "Neve De Primavera", mas "O Marinheiro que Perdeu As Graças Do Mar" deve ser um dos piores que existem no universo, senhor... Que pisada na bola em seu Mishima.

Porém, esse deve ser o único defeito do livro, porque Marinheiro está entre meus três preferidos e o Yukio está no meu top três de autores também. Conheci esse sádico safado comprando um livro dele por puro impulso em uma bienal do livro e até agora não li nada dele que não seja sensacional, no mínimo. Assim como Mo Yan, comecei pela sua autoficção (que curiosamente foi apenas o segundo livro que ele escreveu) e isso ajuda muito a não achar que o Mishima é um monstro que odeia a raça humana enquanto lê Marinheiro. Você passa a ter certeza.

Vamos para a sinopse antes de entrar com os xingamentos: Noboru é um moleque muito inteligente, mas meio perturbado, que anda com um grupo de amigos igualmente inteligentes e perturbados, e um dia ele descobre que sua mãe, que está viúva há cinco anos, está tendo um caso com um marinheiro chamado Ryuji, que a principio é uma pessoa inspiradora para Noboru, pois ele também quer se tornar um marinheiro e acha que todo homem que vive no mar é um herói de verdade. Contudo, as atitudes de Ryuji vão mudando essa situação.

As crianças têm a visão de que a humanidade tomou um rumo errado na vida e foi se conformando com a sua mesquinhez e acovardamento diante do mundo e dos seus iguais e também reservam um ódio particular em relação aos pais, que na visão deles atrapalham o desenvolvimento de sua prole e projetam neles todos os seus sonhos e frustrações, gerando diálogos extremamente incríveis e inteligentes durante suas discussões.

RESENHA COMPLETA NO SITE!!

site: http://ourbravenewblog.weebly.com/home/o-marinheiro-que-perdeu-as-gracas-do-mar-por-yukio-mishima
lui 25/05/2019minha estante
"O marinheiro que perdeu as graças do mar" é uma tradução do título da edição em inglês ("The sailor who fell from grace with the sea"), e não do título original, ?????, que, jogando no google tradutor, significa "Reboque da tarde".




Renan 24/01/2019

O livro por si só não se destaca, mas conhecendo mais sobre a interessantíssima vida do autor Yukio Mishima tudo fará sentido, e fará a leitura valer a pena.
Elizeu.Gerlach 24/12/2022minha estante
Realmente conhecer um pouco sobre o autor faz a leitura ficar muito melhor.




Cecília Bohrer 24/02/2009

pode ler...
Interessante,e como todo livro tem algo pra nos ensinar pode ler.
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Gabs 06/09/2009

Quero ler este livro , é o nome do gatinho do Amor a Minuscula :D
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Julia.Jota 15/12/2016

Dos homens que não amavam as mulheres
Belas imagens, associações poéticas (as vezes se perde um pouco nas descrições), no geral com bom ritmo e boas tensões.
Infelizmente transparece uma certa misandria e as personagem femininas são descritas rasamente, como criaturas fúteis.
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Flávia 15/07/2017

Sobre afogar-se em 156 páginas
A história começa um tanto perturbadora mas com a leitura, logo nos vemos com água até a cintura. O final é digno de um afogamento - dramático.
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Peleteiro 03/07/2020

Apesar de possuir um dos títulos que considero dos mais bonitos da literatura, o livro não me conquistou tanto quanto ele. Talvez porque a expectativa se tornou alta, rs. O eruditismo torpe das crianças é o ponto forte, mas também afeta a verossimilhança da obra. As descrições das decepções do marinheiro são poucas, porém, encantam quando aparecem. A surpresa maior ficou por conta do tom sombrio da obra. Uma atmosfera nefasta e incomoda se instala logo nas primeiras páginas.
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fantanauser 22/12/2020

não é um livro fácil de ler, apesar de simples, é muito descritivo e em diversos momentos me perguntei sobre para quem esse livro seria direcionado.
a história parte da visão de três personagens, cada um com seus pensamentos e desejos, mas eu não consegui empatizar muito com nenhum.
achei interessante, mas se fosse um pouco menos detalhista me prenderia mais.
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Matheus 23/06/2022

Permanências e partidas
O marinheiro chama-se Ryuji Tsukazaki, a quem parece estar predestinado algum tipo de glória. Ele faz parte da tripulação do Rakuyo, navio cargueiro que o transporta ao porto de Santos, aqui no Brasil, e às sombrias aspirações que o atormentam. Mas não só ondulante é Ryuji: ele também aporta e é atraído pela terra firme, onde se lhe oferece uma vida muito diferente da marítima.

Um livro cheio de contrastes e dualidades que tornam as relações entre as personagens ainda mais potentes, pois há um desejo do leitor de saber o que vai acontecer. Essa vontade de tornar o efêmero permanente é um sentimento que atravessa a narrativa dessa história e que transforma o livro em uma obra tão cativante.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 17/07/2022

Yukio Mishima - O marinheiro que perdeu as graças do mar
Editora Estação Liberdade - 176 Páginas - Tradução de Jefferson José Teixeira - Capa: Mika Matsuzake - Lançamento: 2022.

Apesar da condução da narrativa em terceira pessoa, Yukio Mishima (1925-1970) soube alternar com habilidade o ponto de vista dos três personagens principais a partir de suas diferentes perspectivas – e de como interpretam o mundo que os cerca – neste romance que lida com alguns dos temas recorrentes na extensa bibliografia do autor: paixão glória e morte. Fusako Kuroda é uma viúva, proprietária de uma refinada loja de artigos masculinos e que vive com seu filho único Noboru de 13 anos. Após cinco anos da morte do marido, Fusako conhece Ryuji Tsukazaki, oficial da marinha mercante, ao levar o filho, apaixonado por navios, em uma visita ao porto de Yokohama no cargueiro Rakuyo, no qual Ryuji estava embarcado, iniciando um relacionamento amoroso.

O livro tem início com a descoberta por Noboru de um furo no interior de uma grande cômoda, junto à parede divisória entre o seu quarto e o da mãe. Através deste furo o menino observa secretamente a intimidade do comportamento de Fusako Kuroda, inclusive durante a primeira noite que ela passa com Ryuji Tsukazaki. A perda da inocência de Noboru é compartilhada com um grupo de amigos da mesma idade que, liderados por um chefe cruel, discute ideias bizarras sobre a moral e as convenções da sociedade, a necessidade de preencher o vazio do mundo por meio de assassinatos: "Se deixarmos passar este momento, pelo resto da vida não poderemos mais roubar, matar ou praticar qualquer outro ato que testemunhe a liberdade humana."

"Tsukazaki desabotoou devagar os botões da camisa e em seguida despiu as roupas sem dificuldade. Apesar de regular em idade com a mãe de Noboru, tinha um corpo mais jovem e sólido do que um homem em terra, como se a matriz tivesse sido fundida no mar. Os ombros largos apresentavam o formato quadrangular do telhado de um templo; o peito, coberto por uma profusão de pelos, sobressaía com distinção; e por todo seu corpo surgiam músculos nodosos semelhantes à torcedura sólida das cordas de sisal, como se vestisse uma armadura de carne que pudesse despir quando quisesse. E Noboru se surpreendeu ao ver, rasgando os pelos profundos do baixo ventre, a triunfante torre lustrosa de um templo erguida, ereta. / Sob a luz débil e oblíqua, os pelos espalhavam sobre seu torso largo uma sombra delicada a cada respiração. O perigoso brilho dos olhos se encontrava fixo sobre a mulher que se despia. O reflexo da lua às suas costas imprimia uma linha áurica em seus ombros espadaúdos e dourava a veia grossa sobressaindo de seu pescoço. Era o verdadeiro ouro da carne produzido pela luminosidade do luar e do suor." (pp. 20-1)

Fusako Kuroda é uma mulher sofisticada e independente, simbolizando a associação dos padrões tradicionais japoneses de feminilidade com as influências da cultura ocidental no período de pós-guerra. No seu ponto de vista, apesar dos sentimentos, ela tem medo de comprometer a sua liberdade e posição social em um relacionamento com um marinheiro: "Sem que ela própria percebesse, sua fúria a colocava em uma posição incompatível com a repentina paixão avassaladora do final de verão do ano anterior. No fundo estava furiosa não tanto por causa de Ryuji, mas pela família sólida que criara desde a morte do marido, contituída por ela e pelo filho."

"Os dois viram-se mergulhados em sentimentos. Fusako anteviu no beijo apenas a dolorosa separação do dia subsequente. Acariciando a face, tocando as marcas acetinadas e tépidas do rosto escanhoado, aspirando o aroma de carne que exalava do selvagem peito masculino, Fusako sentiu seu coração se despedir de cada parte do corpo de Ryuji. Compreendeu que através do forte e arrebatado abraço ele procurava confirmar a real existência dela naquele momoento. / Para Ryuji, o beijo era a morte, a morte na paixão como sempre havia imaginado. A inexprimível doçura dos lábios da mulher, a infinita umidade da boca cujo vermelho podia perceber na escuridão mesmo de olhos cerrados o mar tépido de corais, a língua que se agitava sem repouso como uma alga marinha... No sombrio êxtase causado por tudo isso, havia algo subjacente ligado à morte. Estava totalmente ciente de que no dia seguinte se separariam e teve a sensação de que poderia morrer por ela. A morte o fascinava." (p. 80)

Já Ryuji Tsukazaki, o "marinheiro" do título, é um homem solitário que, antes de conhecer Fusako Kuroda, perseguia os ideais de uma morte gloriosa no mar: "Ignorava por completo o tipo de glória que desejava ou que lhe seria adequado. Sabia apenas haver um ponto luminoso na profunda escuridão do mundo que fora preparado só para ele e que um dia se aproximaria para iluminá-lo e a mais ninguém." Para Noboru, Ryuji inicialmente representava o auge da masculinidade japonesa, pois levava uma vida de aventuras. Contudo, esta perspectiva muda radicalmente quando Ryuji fica com Fusako e começa a tratar Noboru como seu filho.

Yukio Mishima é considerado, juntamente com Yasunari Kawabata (prêmio Nobel de 1968) e Junichiro Tanizaki, um dos grandes nomes da literatura japonesa moderna. O marinheiro que perdeu as graças do mar, lançado originalmente em 1963, ainda surpreende pela originalidade e complexidade, com um final surpreendente que é compatível com o estilo do autor.

"Noboru até então nunca recebera dos adultos um tratamento tão cordial, tampouco tinha visto demonstrarem diante dele tamanha hesitação. Parecia um rito particular dos adultos. Sabia o que iriam lhe dizer e isso o entediava. Do outro lado da mesa, Ryuji e a mãe constituíam uma visão espetacular, zelando por ele como se fosse um pequeno pássaro que pudesse se machucar e espantar com facilidade, vulnerável e delicado. Sobre um prato, tinham colocado esse passarinho de penugem ainda eriçada, frágil como se prestes a desmoronar, e agora pareciam pensar em uma maneira de devorar seu coração sem lhe causar mágoa. / Noboru não fazia objeção à imagem simpática de si criada por Ryuji e a mãe. Precisava se passar por vítima. [...] Noboru sabia que, ao mesmo tempo que era tratado com muito carinho, também era temido. Essa doce intimidação o inebriava. Ao dirigir a eles a frieza de seu coração, percebia-se um leve sorriso no canto de seus lábios. O sorriso minúsculo visto no rosto de um aluno que foi à aula sem ter feito o dever de casa, mas com o orgulho de alguém que se atira de um penhasco." (pp. 141-3)

Sobre o autor: Yukio Mishima (1925-1970), nascido Kimitake Hiraoka em Tóquio em 1925, estreou na literatura aos dezenove anos. Somente anos mais tarde, com Confissões de uma máscara (1949) e Cores proibidas (1951), firma-se como o grande talento artístico de sua geração. Mesclando influências ocidentais e orientais, explorando tabus temáticos, como a homossexualidade e o culto ao corpo masculino, e produzindo excessivamente, a arte é, para Mishima, indissociável de suas ações. Cada vez mais crítico da ocidentalização do país no pós-guerra, ele leva seu nacionalismo ao extremo em 1970. À frente de seu grupo paramilitar Tate no kai, invade um quartel do exército japonês em Tóquio buscando incitar um golpe de Estado que devolveria os poderes divinos ao Imperador. Sem obter a acolhida esperada, termina seu discurso e comete seppuku, o tradicional suicídio ritualístico samurai, deixando perplexos seus milhões de leitores no Japão e no mundo.
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vivi 13/10/2022

Afinal, pra quem ele foi escrito?
Me interessei por esse livro em razão do título e da fama do Mishima de ser um Ás de seu tempo, um dos maiores nomes da literatura japonesa moderna, mas confesso que fiquei decepcionada.
De certa forma, lendo sobre a história de vida do autor, essa história se torna muito característica dele e faz mais sentido do que lê-la sem saber nada sobre quem foi Mishima e o que ele acreditava. Mas ao mesmo tempo, foi também isso que tirou o brilho da leitura pra mim.
A escrita é prepotente, existe uma necessidade do Mishima de florear/elaborar cada descrição e cada sentimento pra formar uma escrita erudita que se torna cansativo pro leitor, percebe-se que não é natural, mas que ele se esforça pra parecer erudito. O linguajar e as ideias do grupo de meninos de 13 anos também é de uma inteligência forçada um pouco descolada da realidade de crianças tão jovens.

Mas principalmente, o que mais me incomodou nesse livro, e veja bem, literatura incomodar, em si, não é um defeito. Certas obras existem apenas para esse propósito. ENTRETANTO, pra quem esse livro foi escrito é que me deixa em conflito sobre minha opinião final sobre ele. Sabendo da índole do autor, não me admiraria se o propósito dele fosse na verdade algo bem mais cru e direto que as interpretações que posso fazer das relações entre os personagens com a vida. Não entendo qual a mensagem que ele quis passar com esse livro e pra ser sincera tenho medo de descobrir, sendo ele extremista como era.

Eu gostei da leitura e sei que é bem mais complexa que parece, então eu posso até mudar minha opinião com o tempo. Mas que a "mensagem" que esse livro passa é meio deturpada, ah, isso é sim. 3 estrelas.
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