Gahcardozo 13/06/2024
O passado é vanguarda
Recentemente, retomei essa leitura que se tornou viral após uma trend do tiktok. Reler Machado é retornar à adolescência e aos momentos iniciais da minha formação enquanto leitor e enquanto pessoa.
Nesse romance, em belíssima edição ilustrada da Antofágica, redescubro o prazer de ouvir relatos de um narrador humano, demasiado humano.
Direto do túmulo, Brás Cubas não vive nenhuma odisseia, mas reconta uma vida cheia de lados e complexidades que refletem a época, mas também o futuro.
A seu modo, Machado consegue cativar o leitor por seu caráter experimental, também presente em outros romances, como Dom Casmurro, convidando o leitor para se aventurar e ditar, junto dele, o ritmo de cada capítulo.
Aqui, vemos a inversão da biografia contada do além túmulo, a vida do protagonista não é nada extraordinária, e por isso mesmo tão preciosa.
Redescobrir a potência e criatividade de Machado é como ressignificar a bandeira do Brasil. Cada vez que olhamos, vemos um novo formato e cor.