Memórias Póstumas de Brás Cubas

Memórias Póstumas de Brás Cubas Machado de Assis...




Resenhas - Memórias Póstumas de Brás Cubas


4132 encontrados | exibindo 286 a 301
20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 |


gabriela tintin 13/07/2024

Primeiro romance brasileiro? está mais para primeira COMEDIA
Machado de assis um gênio atemporal, traz humor, drama, contexto históricos, um pouco de absurdo e sem perder o ritmo, a fluência e a atenção do leitor.

foi incrível revisitar o livro depois de mais velha e sem o peso da escola nas costas, me diverti muito mais e aproveitei a história (que eu já gostava) de um jeito diferente.

um beijo pro machado e um beijo pro brás (meu irmão gêmeo separado por 192 anos).
comentários(0)comente



Isabela.Pretto 12/07/2024

"Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, é uma obra-prima da literatura brasileira, publicada originalmente em 1881. O livro é narrado pelo próprio Brás Cubas, que conta sua história após sua morte, proporcionando uma perspectiva única e inovadora para a época.

A narrativa é marcada pelo tom irônico e sarcástico, característico de Machado de Assis. Brás Cubas, um defunto-autor, revisita os principais eventos de sua vida, desde a infância até a morte, sem as limitações de um narrador vivo. Essa liberdade permite a ele expor as hipocrisias e contradições da sociedade brasileira do século XIX.

Os personagens são ricamente desenvolvidos e refletem as diferentes camadas sociais e suas complexidades. Virgília, seu grande amor, é um exemplo de personagem que ilustra os conflitos entre desejo e moralidade. Outros personagens, como o filósofo Quincas Borba, trazem reflexões profundas sobre a existência e a condição humana.

A estrutura do livro é fragmentada, composta por capítulos curtos e muitas vezes desconexos, o que reflete o estilo experimental de Machado. Essa abordagem confere dinamismo à leitura e permite ao autor explorar diferentes aspectos da vida e da morte com liberdade.

"Memórias Póstumas de Brás Cubas" é uma obra que transcende seu tempo, oferecendo uma crítica mordaz e bem-humorada da sociedade e das fraquezas humanas. É um livro que continua relevante, convidando o leitor a refletir sobre a vida, a morte e tudo o que há entre elas.
comentários(0)comente



Pereira 12/07/2024

"O pior é o despropósito"
Otto Maria Carpeaux afirma que Machado de Assis é um autor que nasceu duas vezes. "Memórias Póstumas de Brás Cubas" inaugura esse segundo nascimento. Certamente, não lembraríamos de Machado de Assis até os dias de hoje sem a publicação desse livro.

A escrita da obra é simples, com uma linguagem clara, considerando o vocabulário e as expressões comuns do século XIX. Além disso, é importante levar em conta as referências literárias utilizadas, que evidenciam Machado como um leitor ávido. Afinal, ler é uma forma de escrever com os olhos e escrever é colocar no papel a memória das leituras, como disse o professor João Cezar de Castro Rocha. Essa compreensão, atingida na maturidade de Machado, o levou a decidir não mais guiar o leitor com todas as informações, como quem ampara uma criança (o que fazia em seus romances anteriores). “A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus.”

“A gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente frívola não achará nele o seu romance usual; ei-lo aí fica privado da estima dos graves e do amor dos frívolos.” A história narrada tem como lei máxima carnavalizar a vida de forma tal que só pode ser alcançada pela pena de um personagem já falecido, descompromissado das vaidades do mundo terreno. Talvez já existam aí os traços da “tinta da galhofa” mencionados nas notas ao leitor.

Os anos 60 do século XIX marcam a chegada ao Brasil dos livros de Allan Kardec e a moda crescente das psicografias, que incluíam livros supostamente escritos por pessoas já falecidas, considerados portadores de algum valor e sabedoria por aqueles que teriam feito a passagem da vida ao post mortem. Assim, a cultura brasileira de não falar mal dos mortos é colocada à prova neste romance.

Brás Cubas tem uma trajetória de vida frívola e egoísta, vendo as pessoas apenas como meios para satisfazer suas próprias vontades. O narrador carrancudo, arrogante e com uma vida aparentemente enfadonha e desinteressante pode (ou não) explicar os atuais 4.587 abandonos de leitura desta obra. E há ciência disso: “o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem…”

Mas se a galhofa é o que dá forma ao romance, ela também carrega a “tinta da melancolia”, que atualmente poderia ser associada a um quadro de depressão. Esses sinais se manifestam com a primeira desilusão amorosa, um amor que durou “quinze meses e onze contos de réis”, em que Brás preferiu “dormir, que é o modo interino de morrer”, agravado pela morte da mãe e presente em diversos outros momentos ao longo da obra. Acredito (além de interesses escusos) que esta experiência leva Brás a uma “ideia fixa” que acaba por ser a razão de sua morte. Um dia, estando em casa com uma “ideia no trapézio que tinha no cérebro”, abriu a janela e foi atingido por um vento que levou ao desenvolvimento de uma pneumonia, uma condição praticamente fatal na ausência de antibióticos na época.

A ideia: criação de um medicamento anti-hipocondríaco capaz de curar os males da melancólica humanidade (mesmo sem ser capaz disso), sob o pretexto de alcançar a fama. Contudo, pessoalmente tenho sérias dúvidas se foi apenas o puro egoísmo agindo ou um desejo inconsciente de se livrar da própria condição.

Ao fim, Brás foi medíocre em tudo o que se propôs ou lhe propuseram para sua vida. Morreu amargurado, sem filhos (apesar de os querer) e sem fama (mesmo sendo sua pretensão). Seu consolo em morte: nunca na vida ter precisado trabalhar, sendo herdeiro de um provável traficante de escravizados. Brás mente e trai, inclusive a nós, seus leitores. E, para Machado, resta a lucidez. Nem amor nem ódio, perdoa a todos como na ópera, mas não sem antes rir de tudo e todos.

A primeira vez que li essa obra era apenas um adolescente e fui afortunado por uma excelente professora fazendo a mediação. Hoje, já adulto, parece um outro livro, pois eu também já sou outro. “Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva que o editor dá de graça aos vermes.”

Existem muitos elementos a serem apreendidos sobre a vida, o universo e tudo mais neste livro, mas acredito que o imediato pode ser resumido assim:

"(...) Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta (...)
Sem ti correrá tudo sem ti
(...)
Só és lembrado em duas datas...
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada."
(...)

— Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
Jane Lane 13/07/2024minha estante
Que perfeição de resenha. Você abordou de forma maravilhosa as passagens do livro é ao mesmo tempo relacionando com a vida real. Eu já tinha lido Machado de Assis, mas um romance, uma escrita totalmente diferente, me surpreendi com essa forma rabugenta de escrita e adorei. Adorei o personagem, adorei seu humor e o seu futuro (a morte) retrata que muitas pessoas morrem sem de fato serem bem sucedidas, sem ter seus sonhos realizados?Para mim ficou a melhor das impressões, tanto que quero ler outros livros do autor. Uma pena que autores tão ricos ficaram no passado, mas que bom que podemos sempre mergulhar nesse passado e se aventurar com o que ficou escrito.


Pereira 14/07/2024minha estante
E Dom Casmurro vem ai


Pereira 14/07/2024minha estante
Até agora não superei Dona Plácida. Que vida triste, meu Deus.




letAcia1104 12/07/2024

O legado da nossa miséria
Por meio de uma forma que satiriza o próprio ?autor-narrador? das memórias de Brás Cubas, somos apresentados ao quadro da realidade brasileira do século XIX. Ouso dizer que as personagens mulheres, Eugenia, Marcela, Dona Plácida e Virgilia, apesar de submetidas a percepção de Bras Cubas (esta ridicularizada com uma sutileza que apenas um grande escritor pode fazer), escaparam a sua visão. Livro com capítulos mais variados, uma brincadeira com o romance.
Esse personagem da elite e que tem convenientemente essa visao pessimista da humanidade (assim ele continua no poder!) está extinto? Permaneceu no segundo reinado? Ou esta tao presente como nunca?
Machado de Assis, um mestre da literatura!
comentários(0)comente



andrr0 12/07/2024

Uma obra prima
A história contada no livro é a da vida de Brás Cubas, narrada por ele mesmo, com várias reflexões sobre suas ações durante a história.
Sua vida começa em uma família rica, onde basicamente não tem limites, e isso contribui bastante para a construção do seu caráter, que na minha opinião, não é dos melhores. Ele vive sua juventude em várias aventuras e paixões, com muitos arrependimentos e felicidades.
O que é bom nesse livro é a habilidade do autor em escrever sobre a morte, sobre o envelhecimento, sobre as paixões humanas, os sentimentos, e ver como os personagens mudam, ou continuam os mesmos em alguns aspectos.
Simplesmente um dos melhores livros que eu já li.
comentários(0)comente



theokk 12/07/2024

Chaaato ? o tanto que ele fala das suas namoradas e só pensa nisso me deixou de saco cheio. Sei que é um livro importante na escola por conta da literatura, nunca mais lerei KKK

Nota 2 estrelas
comentários(0)comente



clarita 12/07/2024

Primeiro livro lido de Machado de Assis
?A primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor?

Foi puxado ler esse livro, mas eu acho que valeu a pena e eu sempre me sentia surpresa com o jeito que o autor era genial para o tempo dele e torna o livro totalmente atemporal, sarcástico e idealista, acho que são duas palavras que podem exemplificar a trama, um defunto autor que tenta passar sua miséria para os filhos que nunca teve, para a vida que nunca viveu e ambições que nunca conquistou.
comentários(0)comente



cressidadoaudiovisual 12/07/2024

Clássicos são clássicos
Acredito que essa obra dispensa apresentações, mas falando um pouco da particularidade da minha leitura, foi uma delícia ter o autor quase que lendo meus pensamentos e reafirmando conforme as páginas iam passando.

É uma leitura leve, engraçada e que te deixa entusiasmada, mesmo para aqueles que não são tão familiarizados com narrações mais "barrocas" (como eu), vale muito a pena largar o medo de palavras diferentes e ler a maior farofa clássica da nossa literatura. ?
comentários(0)comente



azevedogs 11/07/2024

Show do Jão
Imagine: Você foi convidado a assistir um show com seus amigos. Mesmo não conhecendo o artista, você aceita ir por conta da boa companhia. Acaba que o espetáculo era um saco e você não via a hora de acabar... O show era " Memórias Póstumas de Brás Cubas" e a companhia eram as ótimas avaliações.

Reconheço que o livro é muito bem escrito e consigo entender o motivo do livro ser tão aclamado, mas acho que não estava na mesma vibe dele.
comentários(0)comente



a___normal 11/07/2024

"Ao verme
que primeiro roeu as feias carnes do meu cadáver
dedico como saudosa lembrança
estas Memórias Póstumas".
comentários(0)comente



Moya2 11/07/2024

Qualquer palavra é pouca para esta obra-prima
O livro em si é de uma primazia estupenda. Machado consegue demonstrar sua eloquência de um modo tão natural e sucinto que nos dá uma pista de quão extraordinário ele foi.
As notas de rodapé desta edição são fundamentais para o entendimento do leitor, além de demonstrar o profundo conhecimento de Machado nos mais diversos campos, com uma ênfase absurda nos variados clássicos que ele menciona como que en passant, com uma ?subtileza? única.
Destaco as pitadas de personagens de suas outras obras.
comentários(0)comente



EUPIERRE 11/07/2024

Machado de Assis é único
"Memórias Póstumas de Brás Cubas" é uma obra-prima da literatura brasileira escrita por Machado de Assis, considerado um dos principais representantes do Realismo no Brasil. Publicado em 1881, o livro é narrado pelo defunto autor, Brás Cubas, que relata sua vida após a morte e comenta de maneira irônica e sarcástica as memórias de sua existência terrena.

A narrativa apresenta uma estrutura não linear, com o protagonista contando suas experiências de forma fragmentada, indo e vindo no tempo e abordando episódios marcantes de sua vida. Brás Cubas é um personagem complexo, egoísta e desiludido, que reflete a visão de mundo do autor sobre a sociedade da época.

Machado de Assis utiliza a figura de Brás Cubas para fazer uma crítica ácida aos valores morais e sociais da aristocracia brasileira, revelando as contradições e hipocrisias presentes na sociedade da época. A obra também apresenta uma reflexão profunda sobre a mortalidade, a fugacidade da vida e a busca pelo sentido da existência.

Além disso, a escrita de Machado de Assis é marcada pela ironia, pelo humor peculiar e pela maestria na construção de personagens e diálogos. A obra é um retrato fiel da sociedade brasileira do século XIX, abordando questões universais que permanecem relevantes até os dias atuais.

"Memórias Póstumas de Brás Cubas" é uma leitura essencial para aqueles que buscam entender a complexidade da condição humana e desejam apreciar a genialidade literária de Machado de Assis. A obra continua a influenciar escritores e leitores, permanecendo como um marco da literatura brasileira e mundial.
comentários(0)comente



Giulia.Goncalves 10/07/2024

Um clássico é um clássico por uma razão
Não vou mentir, pensei em desistir pois o Brás Cubas é um narrador insuportável em alguns momentos, mas depois que tu entende que o Machado colocou tudo milimetricamente por um motivo ali, só vai.
comentários(0)comente



Emilly 10/07/2024

Simplesmente? MACHADO!!
O que falar de Machado? Não tenho palavras pra descrever o que é esse livro e essa escrita!! Sigo apaixonada pela sua literatura e pela crítica em suas palavras!! Sábio Machado!
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



4132 encontrados | exibindo 286 a 301
20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR