O Anel do Nibelungo

O Anel do Nibelungo P. Craig Russell




Resenhas -


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caio.lobo. 07/09/2021

Leiam ouvindo a ópera
HQ baseada no grandioso ciclo de 4 óperas "O Anel do Nibelungo", de Richard Wagner. Assistir o ciclo de quase 16 horas já é um ato grandioso em si e Wagner foi além de seu tempo com sua obra, pois a cenografia da ópera exige muito até nos dias de hoje, com cenas de cavalos voadores, gigantes, muito fogo e a dissolução de todo o universo através de fogo e água ao mesmo tempo, além de ótimos cantores líricos que aguentem atuar por até 4 horas seguidas; todos esses requisitos são mais "fáceis" através do cinema moderno, então Wagner criou a cena cinematográfica antes do cinema. Além disso sua poderosa música foi a própria inspiração de temas musicais de cinema, colocando pequenos trechos musicais que anunciam um personagem, como uma marca, ou de uma ação (o Leitmotiv).

Essas cenas incríveis só poderiam também serem feitas, além de no cinema, na hq, e essa magia que esta obra-prima das hq traz aqui. Porém temos o prejuízo da música, que é metade de toda a obra, por isso é interessante ouvir trechos selecionados da tetralogia para compensar essa falta. Entretanto o ilustrador é um mestre e deve entender muito bem de música, pois através de figuras simbólicas, linhasde ação, cores estratégicas e formas consegue "reproduzir" pequenos trechos musicais e os leitmotivs. Além disso o texto obedece o libreto (texto) da ópera.

Mas não se engane, essa obra/ópera não é a mitologia nórdica em si, apesar de grande parte ser baseada em épicos germânicos. Wagner, que além de compositor escreveu todo o libreto da ópera, incluiu muitos elementos e referências de outras tradições. Podemos incluir aqui:
-Filosofia de Schopenhauer
-Tradição budista
-Lendas Celtas
-Cristianismo
-Referências aos Contos de fadas como A Bela Adormecida, O Gato de Botas, O Garoto que não sabia o que era o medo.

Nessa ópera temos também o Ragnarök, mas com uma concepção inovadora de Wagner. O enredo da ópera também inspirou Nietzsche. Sabemos da relação de amor e ódio entre Wagner e Nietzsche, mas a influência de Wagner no filósofo foi tão profunda que não é exagero dizer que Nietzsche sem Wagner nada seria.

Nessa saga será visto muitos personagens familiares a nós, como Wotan (Odin), Donner (Thor), Loge (Loki) e as Valquírias. Além disso há muitos heróis famosos como Siegfried, Brunhilde e Sigmund, além de seres mitológicos como os maldosos anões chamados Nibelingos, gigantes, dragões e ninfas.

A história gira em torno do ouro roubado do Rio Reno pelo Nibelungo Alberich. Ele descobre a magia desse ouro que feito em anel dá poderes infindáveis a seu dono, desde que aquele que o fabrique abandone o amor. O Nibelungo então abandona o amor por toda a vida, cria o anel através do ódio e a ganância e assim obtém o poder. Mas Wotan rouba este anel por meio de trapaças e o Nibelungo amaldiçoa esse anel e aquele que o possuir deve morrer. O deus então deixa este anel ao gigantes que irão perpetuar a maldição. Mas Wotan teme o anel e busca tentar mudar o destino criando uma a partir de seu sangue raça nobre de heróis e as Valquírias.

Claro que há muito mais enredo nesse pequeno trecho que contém, como a construção de Walhalla pelos gigantes, trapaças e segredos da deusa primordial Erda. Mas o enredo mais importante se passa com a filha Valquíria do deus: a donzela guerreia Brunhilde. Ela é na verdade a própria vontade de Wotan e fará tudo o que o deus não pode fazer, mas para isso ele terá que sacrificar sua filha (a sua vontade verdadeira) e deixá-la abandonada para agir por si mesma e cumprir sua verdadeira vontade: o fim de tudo para que o anel não cause mais desgraças e o fim dos próprios deuses gananciosos. Para isso há de surgir um herói de vontade livre que não haja sob a vontade dos deuses e nem os tema. Este é Siegfried que terá uma bela e trágica história de amor por Brünhilde. Siegfried é o que podemos chamar de übermensch (o além do homem) e Nietzsche certamente se inspirou neste herói em sua filosofia.

O fim da ópera é o fim de tudo. Mas não sabemos exatamente o que ocorre depois do fim do mundo e dos deuses. Eu tenho 3 teorias: a pré-Nietzschiana, hindu/Nietzschiana e a budista/Schopenhaueriana.

-pré-Nietzschiana/hindu: como o ciclo começa com a origem do mundo a partir da água e termina com tudo retornando à água, então temos um eterno retorno e tudo irá se repetir eternamente como antes. Certamente Nietzsche via assim por um tempo.

-pré-Nietzschiana: depois do fim de tudo talvez só alguns humanos sobreviveram e isso gerou uma nova humanidade de super-homens (übermensche). Uma humanidade sem ódio, sem medo de deuses, pous eles mesmos são superiores aos deuses.

-budista/Schopenhaueriana: como Brünhilde representando a própria vontade e ela se extingue nas chamas que são apagadas pelas águas (Nirvana=apagar o fogo) e as águas se tornam imóveis e serenas no último acorde da música, então representaria a extinção do ser, o fim das manifestações. Como Wagner se inspirou muito em Schopenhauer acho esse pensamento mais provável.

Independente deste mistério, o desenhista da hq teve uma idéia interessante. Depois do incêndio e dilúvio universal que consome tudo só resta o amor, representado por uma bela cena amorosa e de reencontro entre Brünhilde e Siegfried, mas uma cena etérea, metafísica.

Quando Wagner escreveu toda a música, poesia, enredo, cenografia da ópera pensou na obra de arte total, ou seja, um tipo de arte que envolvesse todas: música, poesia, artes plásticas, teatro, etc. Vemos que Wagner conseguiu o seu objetivo, pois agora atingiu até o domínio das histórias em quadrinhos. O Anel do Nibelungo é realmente uma obra de Arte Total, Absoluta, seja na música, no teatro, na literatura e agora na HQ.
Adriane 13/09/2021minha estante
Gostei muito dessas interpretações diferentes do final! Bela resenha


caio.lobo. 13/09/2021minha estante
Obrigado Adriane. Nem imaginei que alguém leria essa resenha rs


Adriane 13/09/2021minha estante
Imagina, Caio. Também não esperava encontrar amantes de ópera aqui no Skoob, foi uma bela surpresa


Pablo Boto 15/03/2022minha estante
Resenha sensacional




Mayckson 08/01/2022

gostei demais
Esse HQ é muito bom! Apesar de ter uma escrita tradicional, não tão rebuscada, meio antiga para os escritos contemporâneos, tem uma história rica e histórica, já que se trata da história nórdica. E para quem gosta de o senhor dos anéis, deve ser mais que essencial a sua leitura, saber da origem do "tal precioso".
caio.lobo. 07/06/2022minha estante
Detalhe: o texto é do próprio libreto da ópera de Wagner


Mayckson 02/08/2022minha estante
????




Yuri.Ferro 15/02/2020

À altura do ciclo de Wagner
Para ser um grande quadrinista é preciso ter o olhar do fotógrafo e a imaginação do escritor. Craig demonstra ter ambos os talentos em sua adaptação do ciclo wagneriano. As quatro óperas, de forma geral, não foram um sucesso musical por sofrerem de um mal recorrente às óperas: excesso de palavra/narrativa, as quais rebaixam o poder da música. O ciclo do anel, por si só, tem uma narrativa riquíssima, com um apelo visual tão forte que ainda é estranho imaginar como Wagner realizou sua criação no âmbito da ópera. Craig consegue se aproveitar desse apelo visual e narrativo, nos entregando um quadrinho que se põe à altura das expectativas wagnerianas.
caio.lobo. 04/12/2020minha estante
De certa forma o ciclo de óperas foi um sucesso, não comercial, que não era nem o objetivo de Wagner e nem tanto era esse o foco da música erudita até o início do século XIX. Porém foi uma ópera influente; influenciou na criação do Übermensch e o eterno de Nietzsche, influenciou Verdi, Puccini, Tchaikovsky, Carlos Gomes, Grieg e outros compositores e até Dom Pedro II quis trazer Wagner ao Brasil, encantado pelo cromatismo e filosofia wagneriana. Além disso Wagner inaugura a tradição de música cinematográfica antes mesmo de ver p nascimento do cinema (veja Star Wars que usa o recurso do Leitmotiv de Wagner). Por fim a ópera, de qualquer compositor que seja, tem de ser vista como uma obra muito além da música, pois engloba a poética, literatura, artes plásticas, teatro, arquitetura e decoração, é realmente a Gesamtkunstwerk (obra de arte total), por isso e bom conhecer e apreciar a arte em todos os seus planos




Greice 19/03/2022

Final um pouco confuso
A arte é muito bonita e dinâmica, mas há bastante diálogo escrito em uma linguagem grandiosa, por isso a leitura acaba se tornando bastante lenta. Não é o tipo de quadrinho para ler de uma vez só. Há muitas reviravoltas que deixam a leitura surpreendente. Seria importante conhecer um pouco sobre literatura nórdica para entender melhor a história. Ainda assim, ainda estou tentando decifrar o que aconteceu nesse final.
caio.lobo. 07/06/2022minha estante
Leia ouvindo trechos da ópera, que vai encaixar muito bem. Os textos são próprios do libreto de Wagner.




Tati 03/11/2018

Uma obra-prima de adaptação. Indispensável para fãs da Mitologia Nórdica, da ópera, da arte.
Adaptação em graphic novel da obra-prima de mesmo nome do compositor Richard Wagner, "O Anel do Nibelungo" é uma complexa e intrincada história da Mitologia Nórdica que trata desde o roubo do ouro do Reno à forja do Anel do Nibelungo, ao nascimento do herói Siegfried ao Crepúsculo dos Deuses. Famosos personagens hoje mais conhecidos como Odin ou Thor, por exemplo, são parte da obra, cujos nomes seguem o alemão antigo: Wotan e Donner.

Para quem não conhece a ópera, a obra é dividida em quatro partes (O Ouro do Reno, A Valquíria, Siegfried e Crepúsculo dos Deuses), cada uma dividida em atos, divisão essa que foi fielmente adaptada pelo autor em quadrinhos coloridos e da mais alta qualidade.

Perfeitamente consciente do desafio de adaptar música (e ainda mais uma tão complexa) para a arte apenas visual, com grandiosa inspiração P. Craig Russel se valeu dos mais diversos artifícios para honrar a sutileza e a profundidade das ideias, dos temas musicais e dos acontecimentos desse épico cuja adaptação desafia as próprias companhias de Ópera até hoje. E o resultado foi simplesmente sublime.

Berço de poderosas obras na literatura, como por exemplo o conhecido e respeitado O Senhor dos Anéis, O Anel do Nibelungo é, sem sombra de dúvida, a melhor adaptação da Mitologia Nórdica com a qual já tive o prazer de entrar em contato. Mesmo para aqueles que normalmente não gostam de ópera ou de graphic novels, trata-se de uma obra indispensável, posto que verdadeiramente genial.

A edição da Pipoca e Nanquim, por sua vez, honra o conteúdo. É um livro em capa dura, com páginas impressas em papel e tinta da melhor qualidade, trazendo neste volume único todas as partes do ciclo do Anel, inclusive com as capas originais de cada uma ao final, além de um breve apêndice sobre a arte da adaptação e sobre as ferramentas criativas do autor P. Craig Russell.

É um maravilhoso presente, com certeza uma de minhas aquisições favoritas e que, falando do ponto de vista de quem a princípio teve pena de realizar a compra, vale MUITO o preço.
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Victor.Carvalho 28/11/2018

Esta graphic novel é a adaptação da mais célebre opera de Richard Wagner, o Anel do Nibelungo. Historia que traz varios elementos da mitologia nordica e que é dividida como sua obra original, em 4 partes, ou seja cada uma das operas que compõem a obra em questão.
Aqui temos a adaptação que é considerada por muitos a melhor já feita desta opera. P Craig Russell mostra toda sua genealidade ao conseguir transpor a musicalidade da obra na HQ. Conta com um belo desenho e um ritimo que nos faz querer ler cada vez mais.
Esta é uma boa pedida para quem curti fantasia e quadrinhos.
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Arthur Sayão 30/12/2018

O ciclo do anel
Primeiro contato com a ópera de Richard Wagner completa. O anel do Nibelungo é a magnusopus do artista. Dividida em 4 partes, esta obra conta uma saga mitológica às margens do Reno centrada num anel poderoso (qualquer semelhança com O Senhor dos Anéis não é mera coincidência), que é cobiçado até pelos deuses de Valhala. Wagner dedicou 26 anos de sua vida pra dar dramaticidade e música à essa ópera clássica da cultura alemã. Sua música, até hj, é usada em cenas clássicas de filmes (Apocalipse Now, por exemplo) e desenhos animados. HQ sensacional de P. Craig Russell que a Pipoca e Nanquim lança pela primeira vez no Brasil. As últimas páginas conta um pouco sobre a tentativa do quadrinista de interpretar a dramatização teatral das cenas. Lindo gibi, ganhador do prêmio Eisner. Vale a leitura em todos os sentidos.
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Robson 04/01/2019

Mitológico!


Adaptar música para uma mídia como o quadrinho é uma tarefa inglória e que exige muito fôlego. Pensando nisso, a releitura feita por Russel a partir da famigerada ópera em quatro atos de Richard Wagner (origem, por exemplo da famosissima "Cavalgada das Valquírias") é bem-sucedida em todos os âmbitos.

Há claro o problema com o próprio Wagner, antissemita declarado e que teve sua obra utilizada como legitimador cultural para as atrocidades do nacional-socialismo, mas isso é diluído em face da arte deslumbrante, a narrativa visual extraída do álbum e principalmente pela construção arquetípica oferecida pela própria mitologia germânica. Ótima leitura para começar o ano.
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Gfloyd 08/10/2019

Um anel para todos dominar
Em O Anel de Nibelungo existe mais uma visão folclórica sobre o que a ganância pode fazer com todo um povo, um olhar tão agudo quanto o Senhor dos Anéis (outra obra clássica que se utiliza de folclore nórdicos).
Além de uma obra de fantasia de mão cheia, há romances encantadores e uma noção que construiria (pela vista de Wagner) na nacionalidade germânica.
Com certeza irei revisita lo!
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Michel Borges 06/02/2024

Muito bom
Ja tinha assistido o filme "A Maldição do Anel", de 2004, onde conta a historia do anel. Excelentes ilustrações, ainda nao li a opera, mas vou ler... Historia rica em mitologia nordica, e sem sombra de dúvida, a maior inspiração de Tolkien na criação de O Senhor dos Anéis. Vale a pena a leitura.
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Yago Grassini Prevot 07/03/2020

#ESTANTEPN
#ESTANTEPN
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Diego Rodrigues 24/03/2020

Um épico
"O Anel do Nibelungo" é uma adaptação em quadrinhos da obra "Der Ring des Nibelungen", ópera dividida em quatro ciclos composta pelo alemão Richard Wagner durante o século XIX, e que por sua vez teve como inspiração os escritos da mitologia nórdica. Wagner levou longos 26 anos para compor todo o trabalho, sendo grande parte dele composto durante seu tempo de exílio político fora da Alemanha. A obra foi encenada pela primeira vez de forma completa em 1876 e sua apresentação durava cerca de 15 horas. Com toda sua riqueza musical e cênica "Der Ring des Nibelungen" se tornou um dos maiores épicos da arte de seu tempo e influenciou desde Nietzche até Tolkien.

Adaptar uma ópera dessa magnitude para os quadrinhos com certeza não foi uma tarefa fácil, mas Craig Russel fez isso de forma impecável. O quadrinista não só adaptou a parte literária da obra de Wagner, isto é, os livretos que acompanhavam a ópera, como também adaptou a parte musical. Sim, Craig Russel traduziu as notas musicais, o crescendo e a calmaria de cada passagem. A duração, altura, intensidade e timbre responsáveis por dar dinâmica a música estão presentes também nas páginas de "O Anel do Nibelungo" em formas variadas, ora pelo tom da cor, ora pela composição de quadros, ora pela movimentação dos personagens ou de alguma outra forma mais sutil. E mesmo que você não seja músico será capaz de perceber as cadências e os momentos de explosão da música por traz dos quadrinhos durante a leitura.

Um dos elementos que contribuem para a imortalidade da obra sem dúvida são os temas universais e atemporais presentes nela: a ganância, a inveja, a vingança, a busca pelo poder e também pelo amor, e é claro, as suas consequências. A trajetória do anel mágico e amaldiçoado começa quando o anão Alberich, da raça dos nibelungos, rouba o Ouro do Reno e a partir dele forja o anel, mas para isso ele precisa renegar o amor. Enquanto Alberich usa o poder do anel para subjugar os nibelungos e acumular riquezas, os gigantes Fasolt e Fafnir terminam de construir o salão de Valhalla para Voton (Odin) e exigem o seu pagamento pelo serviço. O acordo inicial era que o deus daria Freia, sua cunhada, como forma de pagamento aos gigantes. Mas através de Logé, Voton fica sabendo da existência do Ouro do Reno que está em posse dos nibelungos e parte numa jornada em busca do tesouro para dá-lo como pagamento aos gigantes no lugar de Freia. Ao ser subjugado e ver seu tesouro sendo tomado a força, Alberich amaldiçoa o anel mágico que agora é usado por Voton e desperta a sua ganância. A partir desse ponto vamos acompanhar os desdobramentos que o uso do anel irá desencadear em seu portador e aqueles que estão ao seu redor. O artefato vai passar por muitas mãos e por diferentes gerações, vamos acompanhar a história das Valquírias, o nascimento e ascensão do herói Siegfried e por fim o Crepúsculo dos Deuses. São mais de 400 páginas de muita aventura e alta fantasia, fazendo de "O Anel do Nibelungo" uma verdadeira epopeia.

"O Anel do Nibelungo" é uma daquelas obras atemporais e universais que transcendem seu gênero e nos proporciona uma viagem por diversos outros caminhos, tamanha a sua riqueza. Não é raro, por exemplo, durante a leitura sentirmos a vontade de pesquisar mais sobre a mitologia nórdica ou se interessar por música clássica. A verdade é que depois de concluída a leitura nos sentimos mais ricos culturalmente. A ópera de Wagner é uma obra colossal que se tornou um alicerce para a confecção de diversas outras obras em diferente mídias, desde a literatura, como Tolkien e L. Frank Baum, até o anime, como no caso de "Os Cavaleiros do Zodíaco", que também bebe muito dessa fonte. Você provavelmente já ouviu a música de Wagner mesmo sem saber, é natural ouvirmos sua música de fundo nos desenhos animados da Looney Tunes. E quem nunca ouviu a Cavalgada das Valquírias? A famosa trilha sonora usada em diversos filmes como Apocalypse Now e Watchmen. Essa fiel adaptação de Craig Russel torna a obra de Wagner mais acessível sem perder a sua genialidade e originalidade. A edição do Pipoca e Nanquim traz alguns extras capazes de nos dar alguma noção de todo o trabalho que a adaptação exigiu, temos aqui detalhes sobre a concepção de transformar as notas musicais em quadros e também sobre o uso de modelos reais para desenhar alguns dos personagens. Toda a obra envolveu um trabalho gigantesco e o resultado é excepcional. O "Anel do Nibelungo" é um épico e um verdadeiro petardo.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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César Belardi 18/08/2020

NIBELUNGOS E HOBBITS POR TODOS OS LADOS!
Repertório é tudo! Se não concordar, estará exercendo seu direito de opinião, mas pense bem, antes...
Como soa, para você, dizer que nos áureos tempos depois da criação, alguns habitantes deste pequeno mundo cheio de estranhezas se empenharam em criar e possuir o objeto máximo de controle de tudo e de todos? A forma desse objeto? Bem, precisaria ser algo poderoso, prático de portar... uma lança, um machado... talvez um escudo... melhor ainda! UM ANEL!!!
E esse anel dominaria o Universo! Poder absoluto! Forjado com material surrupiado de seus guardiões! Com essa origem, dificilmente seria um artefato cheio de amor, paz e compaixão nas mãos de seu portador. Seria, sim, uma arma cobiçada por muitos psicopatas com delírios divinos. Mesmo aqueles poucos que ainda se mantivessem distantes dessa aberração, sofreriam seus efeitos. Deuses, humanos, em suas vidas simples e bucólicas, teriam seus valores e amores distorcidos.
Talvez, neste ponto, você já esteja com vontade de rever toda a saga de Tolkien, em livros e filmes, dos pequenos Hobbits contra o Senhor de Todos os Anéis. Bom, seguem duas dicas: a primeira é, sim, reveja os filmes, de preferência a trilogia original na versão do diretor, que passa de 10 horas, mas é uma obra digna de qualquer fã, será um final de semana inesquecível!
A segunda é procurar a quadrinização espetacular de P. Craig Russel para a ópera “O Anel do Nibelungo”! Se você aceitar a segunda sugestão, vá preparado para dedicar mais tempo a essa obra do que o final de semana com Frodo e Gandalf.
A leitura pode até ser breve, apesar do volume trazer toda a saga, originalmente lançada ao longo de meses em fascículos, mais tarde encadernada com primor pela editora Pipoca & Nanquim. A arte de Russel tem um toque de simplicidade, sem os exageros de sombra e luz digitais, chegando a parecer um traçado sem muita elaboração, o que é um engano estrondoso. Ele apenas trouxe para esse meio, das HQs, uma das maiores obras musicais de Richard Wagner. Ele adaptou uma ópera para os quadrinhos...
Sabendo disso, se aquele pequeno Nerd que vive em você ainda não despertou, quando isso acontecer, ele vai sugerir que você busque as referências originais... ôpa! Lá vem o repertório! E essas referências nada mais são do que as peças musicais de Wagner. É claro que não é possível ouvir uma ópera como ouviríamos MPB ou Rock. São peças mais longas, cheias de diálogos cantados (dependendo da versão que você encontrar, será alemão ou inglês) que exigem e merecem o acompanhamento do texto, o velho “libreto” dos idos do Século XX entregues na entrada do Teatro Municipal, para entender tudo com o cuidado merecido.
Você encontrará inúmeras referências, presentes na atualidade da Cultura Pop, Nerd e Geek. Talvez a mais evidente seja “A Cavalgada das Valquírias”, tornada popular no filme “Apocalypse Now” e novamente evocada em “Watchmen”, uma referência dupla.
É claro que você vai encontrar Tolkien, também! Com anões, magos, guerreiros desentendidos, dragões...
E, quando você visitar a Terra Média, depois do universo nórdico dos Nibelungos, tudo parecerá novo, de novo... não há crítica ou demérito algum nessas referências e semelhanças entre as duas obras e seus autores. São ímpares e espetaculares ao discutir a condição humana diante do poder, das paixões e do livre arbítrio. Tolkien, e Peter Jackson, fizeram a esquizofrenia de Gollum um dos piores pesadelos para alguém com princípios éticos e morais. Tanto os livros quanto os filmes, e a ópera com sua adaptação para os quadrinhos, nos mostram personagens fantásticos e fantasiosos vivendo os impasses comuns aos nossos tempos. Deuses sem escrúpulos, humanos deslumbrados, paixões desmedidas e por aí vai. Não pense que essas obras exploram só o que há de sórdido neste universo, se maneira alguma! Há, sempre, um toque de otimismo, de libertação, onde o que é bom – ainda que este conceito tenha se tornado subjetivo nestes nossos tempos – prevalece.
Uma última dose nessa saga pessoal que você poderá percorrer estará nos bastidores das obras. “O Anel do Nibelungo” oferece um capítulo final, fora da história, com desenhos e textos de Craig Russel sobre o seu processo de adaptação da ópera para os quadrinhos, além de alguns desenhos de estudo de personagens.
Pronto, agora você vai querer rever todo o Making Of do “Senhor dos Anéis”, também...
Repertório é tudo, inclusive diversão!
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Giordano.Sereno 16/11/2020

Obra excelente.... Mas não é meu gênero preferido
O acabamento gráfico e a arte da editora Pipoca & Nanquim são espetaculares, fazendo do conjunto um belo livro. Adaptar uma ópera para quadrinhos deve ser um esforço gigantesco e o autor executa muito bem. Gostei do que li. Uma verdadeira epopeia com começo, meio e fim.
Só não dei uma avaliação melhor porque a história não me prendeu. Demorei uma semana para ler a obra. Percebi que não sou muito chegado a essas tramas mitológicas. Acho que faltou também explicar algumas coisas. Os prólogos existentes em alguns capítulos deveriam explicar, mas acabam que confundem mais. Só no final fui enter porque Volton tinha sacrificado um olho. Inicialmente entendi que ele tinha sacrificado o olho para conquistar a esposa. Depois nos é revelado que ele sacrificou o olho para conseguir um galho que utilizou para fazer sua lança. Nos extras, está escrito que ele sacrificou o olho em troca de sabedoria. Também está escrito nos extras que o olho "bom" proporciona a visão do mundo exterior, e que o olho ausente proporciona a visão do mundo interior. Gente! Por que não contaram isso antes? Muita coisa faria bem mais sentido.... Uma notinha de rodapé ou um texto de introdução um pouco mais caprichado teria resolvido o problema.
Outra coisa que não entendi.... O final em que Voton mata Logé e incendeia e destrói Valhaha.... Faltou uma explicaçãozinha ali né?
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Ro Tonks 04/03/2021

Épico inspirador
Baseada em uma ópera de Wagner, a temática inspirou diversas obras de fantasia. Apesar de não entender sobre música, a obra em si é muito interessante e a história seduz o leitor. É claro que, a pessoa que conheça o épico de Wagner consiga ter uma experiência mil vezes maior que a minha, mas, com certeza, só o enredo e os muito bem fórmula dos quadrinhos, já nos inspiram o suficiente!
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