O Anel do Nibelungo

O Anel do Nibelungo P. Craig Russell




Resenhas -


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Cleber 28/09/2023

O senhor do anel
Peguei para ler pq a obra original foi muito importante para que o Tolkien construísse do se universo. É muito legar notar várias características, acontecimentos e diálogos que influenciaram o autor do Hobbit, acho que não peguei todas as referências, mas são várias.
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Tati 03/11/2018

Uma obra-prima de adaptação. Indispensável para fãs da Mitologia Nórdica, da ópera, da arte.
Adaptação em graphic novel da obra-prima de mesmo nome do compositor Richard Wagner, "O Anel do Nibelungo" é uma complexa e intrincada história da Mitologia Nórdica que trata desde o roubo do ouro do Reno à forja do Anel do Nibelungo, ao nascimento do herói Siegfried ao Crepúsculo dos Deuses. Famosos personagens hoje mais conhecidos como Odin ou Thor, por exemplo, são parte da obra, cujos nomes seguem o alemão antigo: Wotan e Donner.

Para quem não conhece a ópera, a obra é dividida em quatro partes (O Ouro do Reno, A Valquíria, Siegfried e Crepúsculo dos Deuses), cada uma dividida em atos, divisão essa que foi fielmente adaptada pelo autor em quadrinhos coloridos e da mais alta qualidade.

Perfeitamente consciente do desafio de adaptar música (e ainda mais uma tão complexa) para a arte apenas visual, com grandiosa inspiração P. Craig Russel se valeu dos mais diversos artifícios para honrar a sutileza e a profundidade das ideias, dos temas musicais e dos acontecimentos desse épico cuja adaptação desafia as próprias companhias de Ópera até hoje. E o resultado foi simplesmente sublime.

Berço de poderosas obras na literatura, como por exemplo o conhecido e respeitado O Senhor dos Anéis, O Anel do Nibelungo é, sem sombra de dúvida, a melhor adaptação da Mitologia Nórdica com a qual já tive o prazer de entrar em contato. Mesmo para aqueles que normalmente não gostam de ópera ou de graphic novels, trata-se de uma obra indispensável, posto que verdadeiramente genial.

A edição da Pipoca e Nanquim, por sua vez, honra o conteúdo. É um livro em capa dura, com páginas impressas em papel e tinta da melhor qualidade, trazendo neste volume único todas as partes do ciclo do Anel, inclusive com as capas originais de cada uma ao final, além de um breve apêndice sobre a arte da adaptação e sobre as ferramentas criativas do autor P. Craig Russell.

É um maravilhoso presente, com certeza uma de minhas aquisições favoritas e que, falando do ponto de vista de quem a princípio teve pena de realizar a compra, vale MUITO o preço.
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caio.lobo. 07/09/2021

Leiam ouvindo a ópera
HQ baseada no grandioso ciclo de 4 óperas "O Anel do Nibelungo", de Richard Wagner. Assistir o ciclo de quase 16 horas já é um ato grandioso em si e Wagner foi além de seu tempo com sua obra, pois a cenografia da ópera exige muito até nos dias de hoje, com cenas de cavalos voadores, gigantes, muito fogo e a dissolução de todo o universo através de fogo e água ao mesmo tempo, além de ótimos cantores líricos que aguentem atuar por até 4 horas seguidas; todos esses requisitos são mais "fáceis" através do cinema moderno, então Wagner criou a cena cinematográfica antes do cinema. Além disso sua poderosa música foi a própria inspiração de temas musicais de cinema, colocando pequenos trechos musicais que anunciam um personagem, como uma marca, ou de uma ação (o Leitmotiv).

Essas cenas incríveis só poderiam também serem feitas, além de no cinema, na hq, e essa magia que esta obra-prima das hq traz aqui. Porém temos o prejuízo da música, que é metade de toda a obra, por isso é interessante ouvir trechos selecionados da tetralogia para compensar essa falta. Entretanto o ilustrador é um mestre e deve entender muito bem de música, pois através de figuras simbólicas, linhasde ação, cores estratégicas e formas consegue "reproduzir" pequenos trechos musicais e os leitmotivs. Além disso o texto obedece o libreto (texto) da ópera.

Mas não se engane, essa obra/ópera não é a mitologia nórdica em si, apesar de grande parte ser baseada em épicos germânicos. Wagner, que além de compositor escreveu todo o libreto da ópera, incluiu muitos elementos e referências de outras tradições. Podemos incluir aqui:
-Filosofia de Schopenhauer
-Tradição budista
-Lendas Celtas
-Cristianismo
-Referências aos Contos de fadas como A Bela Adormecida, O Gato de Botas, O Garoto que não sabia o que era o medo.

Nessa ópera temos também o Ragnarök, mas com uma concepção inovadora de Wagner. O enredo da ópera também inspirou Nietzsche. Sabemos da relação de amor e ódio entre Wagner e Nietzsche, mas a influência de Wagner no filósofo foi tão profunda que não é exagero dizer que Nietzsche sem Wagner nada seria.

Nessa saga será visto muitos personagens familiares a nós, como Wotan (Odin), Donner (Thor), Loge (Loki) e as Valquírias. Além disso há muitos heróis famosos como Siegfried, Brunhilde e Sigmund, além de seres mitológicos como os maldosos anões chamados Nibelingos, gigantes, dragões e ninfas.

A história gira em torno do ouro roubado do Rio Reno pelo Nibelungo Alberich. Ele descobre a magia desse ouro que feito em anel dá poderes infindáveis a seu dono, desde que aquele que o fabrique abandone o amor. O Nibelungo então abandona o amor por toda a vida, cria o anel através do ódio e a ganância e assim obtém o poder. Mas Wotan rouba este anel por meio de trapaças e o Nibelungo amaldiçoa esse anel e aquele que o possuir deve morrer. O deus então deixa este anel ao gigantes que irão perpetuar a maldição. Mas Wotan teme o anel e busca tentar mudar o destino criando uma a partir de seu sangue raça nobre de heróis e as Valquírias.

Claro que há muito mais enredo nesse pequeno trecho que contém, como a construção de Walhalla pelos gigantes, trapaças e segredos da deusa primordial Erda. Mas o enredo mais importante se passa com a filha Valquíria do deus: a donzela guerreia Brunhilde. Ela é na verdade a própria vontade de Wotan e fará tudo o que o deus não pode fazer, mas para isso ele terá que sacrificar sua filha (a sua vontade verdadeira) e deixá-la abandonada para agir por si mesma e cumprir sua verdadeira vontade: o fim de tudo para que o anel não cause mais desgraças e o fim dos próprios deuses gananciosos. Para isso há de surgir um herói de vontade livre que não haja sob a vontade dos deuses e nem os tema. Este é Siegfried que terá uma bela e trágica história de amor por Brünhilde. Siegfried é o que podemos chamar de übermensch (o além do homem) e Nietzsche certamente se inspirou neste herói em sua filosofia.

O fim da ópera é o fim de tudo. Mas não sabemos exatamente o que ocorre depois do fim do mundo e dos deuses. Eu tenho 3 teorias: a pré-Nietzschiana, hindu/Nietzschiana e a budista/Schopenhaueriana.

-pré-Nietzschiana/hindu: como o ciclo começa com a origem do mundo a partir da água e termina com tudo retornando à água, então temos um eterno retorno e tudo irá se repetir eternamente como antes. Certamente Nietzsche via assim por um tempo.

-pré-Nietzschiana: depois do fim de tudo talvez só alguns humanos sobreviveram e isso gerou uma nova humanidade de super-homens (übermensche). Uma humanidade sem ódio, sem medo de deuses, pous eles mesmos são superiores aos deuses.

-budista/Schopenhaueriana: como Brünhilde representando a própria vontade e ela se extingue nas chamas que são apagadas pelas águas (Nirvana=apagar o fogo) e as águas se tornam imóveis e serenas no último acorde da música, então representaria a extinção do ser, o fim das manifestações. Como Wagner se inspirou muito em Schopenhauer acho esse pensamento mais provável.

Independente deste mistério, o desenhista da hq teve uma idéia interessante. Depois do incêndio e dilúvio universal que consome tudo só resta o amor, representado por uma bela cena amorosa e de reencontro entre Brünhilde e Siegfried, mas uma cena etérea, metafísica.

Quando Wagner escreveu toda a música, poesia, enredo, cenografia da ópera pensou na obra de arte total, ou seja, um tipo de arte que envolvesse todas: música, poesia, artes plásticas, teatro, etc. Vemos que Wagner conseguiu o seu objetivo, pois agora atingiu até o domínio das histórias em quadrinhos. O Anel do Nibelungo é realmente uma obra de Arte Total, Absoluta, seja na música, no teatro, na literatura e agora na HQ.
Adriane 13/09/2021minha estante
Gostei muito dessas interpretações diferentes do final! Bela resenha


caio.lobo. 13/09/2021minha estante
Obrigado Adriane. Nem imaginei que alguém leria essa resenha rs


Adriane 13/09/2021minha estante
Imagina, Caio. Também não esperava encontrar amantes de ópera aqui no Skoob, foi uma bela surpresa


Pablo Boto 15/03/2022minha estante
Resenha sensacional




Fabiana.Ferreira 18/09/2022

História da mitologia nórdica, boa leitura, não decepciona. Não conhecia o trabalho do autor. Traços lindos e final bom
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Matheus.Bandeira 27/10/2021

Fantastico
Essa adaptação ficou excelente, fiquei empolgado de início ao fim.
O casamento da Pipoca está, como sempre, linda. Valeu cada centavo
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EduardoCDias 15/03/2021

Deuses poderosos
Um quadrinho que prende a atenção do começo ao fim, magistralmente ilustrado, misturando ópera com mitologia. Impossível de latgar.
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"Aonde você vai Sam?" 04/08/2023

A Valquíria e sua turma aprontando altas confusões...
O anel, o plano, o roubo, o trato;
A Valquíria, a vontade da Valquíria, a cavalgada das Valquírias;
A espada, o dragão, a donzela;
O destino, o sangue, o ódio, a vingança.

O Nibelungo é idiota
Os deuses estúpidos
Os gigantes débeis
O herói um canalha...

É tanto personagem desgraçado e que a Valquíria, orgulhosa, arrogante e irascível consegue ser a melhor personagem dessa fauna.
Dessa história assombrosamente poderosa!
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Laertte 01/07/2022

O Anel do Nibelungo
Não consegui gostar dessa história. Não me importei com nenhum personagem. Acredito ser uma boa adaptação, porem achei tudo muito apressado.
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Diego Rodrigues 24/03/2020

Um épico
"O Anel do Nibelungo" é uma adaptação em quadrinhos da obra "Der Ring des Nibelungen", ópera dividida em quatro ciclos composta pelo alemão Richard Wagner durante o século XIX, e que por sua vez teve como inspiração os escritos da mitologia nórdica. Wagner levou longos 26 anos para compor todo o trabalho, sendo grande parte dele composto durante seu tempo de exílio político fora da Alemanha. A obra foi encenada pela primeira vez de forma completa em 1876 e sua apresentação durava cerca de 15 horas. Com toda sua riqueza musical e cênica "Der Ring des Nibelungen" se tornou um dos maiores épicos da arte de seu tempo e influenciou desde Nietzche até Tolkien.

Adaptar uma ópera dessa magnitude para os quadrinhos com certeza não foi uma tarefa fácil, mas Craig Russel fez isso de forma impecável. O quadrinista não só adaptou a parte literária da obra de Wagner, isto é, os livretos que acompanhavam a ópera, como também adaptou a parte musical. Sim, Craig Russel traduziu as notas musicais, o crescendo e a calmaria de cada passagem. A duração, altura, intensidade e timbre responsáveis por dar dinâmica a música estão presentes também nas páginas de "O Anel do Nibelungo" em formas variadas, ora pelo tom da cor, ora pela composição de quadros, ora pela movimentação dos personagens ou de alguma outra forma mais sutil. E mesmo que você não seja músico será capaz de perceber as cadências e os momentos de explosão da música por traz dos quadrinhos durante a leitura.

Um dos elementos que contribuem para a imortalidade da obra sem dúvida são os temas universais e atemporais presentes nela: a ganância, a inveja, a vingança, a busca pelo poder e também pelo amor, e é claro, as suas consequências. A trajetória do anel mágico e amaldiçoado começa quando o anão Alberich, da raça dos nibelungos, rouba o Ouro do Reno e a partir dele forja o anel, mas para isso ele precisa renegar o amor. Enquanto Alberich usa o poder do anel para subjugar os nibelungos e acumular riquezas, os gigantes Fasolt e Fafnir terminam de construir o salão de Valhalla para Voton (Odin) e exigem o seu pagamento pelo serviço. O acordo inicial era que o deus daria Freia, sua cunhada, como forma de pagamento aos gigantes. Mas através de Logé, Voton fica sabendo da existência do Ouro do Reno que está em posse dos nibelungos e parte numa jornada em busca do tesouro para dá-lo como pagamento aos gigantes no lugar de Freia. Ao ser subjugado e ver seu tesouro sendo tomado a força, Alberich amaldiçoa o anel mágico que agora é usado por Voton e desperta a sua ganância. A partir desse ponto vamos acompanhar os desdobramentos que o uso do anel irá desencadear em seu portador e aqueles que estão ao seu redor. O artefato vai passar por muitas mãos e por diferentes gerações, vamos acompanhar a história das Valquírias, o nascimento e ascensão do herói Siegfried e por fim o Crepúsculo dos Deuses. São mais de 400 páginas de muita aventura e alta fantasia, fazendo de "O Anel do Nibelungo" uma verdadeira epopeia.

"O Anel do Nibelungo" é uma daquelas obras atemporais e universais que transcendem seu gênero e nos proporciona uma viagem por diversos outros caminhos, tamanha a sua riqueza. Não é raro, por exemplo, durante a leitura sentirmos a vontade de pesquisar mais sobre a mitologia nórdica ou se interessar por música clássica. A verdade é que depois de concluída a leitura nos sentimos mais ricos culturalmente. A ópera de Wagner é uma obra colossal que se tornou um alicerce para a confecção de diversas outras obras em diferente mídias, desde a literatura, como Tolkien e L. Frank Baum, até o anime, como no caso de "Os Cavaleiros do Zodíaco", que também bebe muito dessa fonte. Você provavelmente já ouviu a música de Wagner mesmo sem saber, é natural ouvirmos sua música de fundo nos desenhos animados da Looney Tunes. E quem nunca ouviu a Cavalgada das Valquírias? A famosa trilha sonora usada em diversos filmes como Apocalypse Now e Watchmen. Essa fiel adaptação de Craig Russel torna a obra de Wagner mais acessível sem perder a sua genialidade e originalidade. A edição do Pipoca e Nanquim traz alguns extras capazes de nos dar alguma noção de todo o trabalho que a adaptação exigiu, temos aqui detalhes sobre a concepção de transformar as notas musicais em quadros e também sobre o uso de modelos reais para desenhar alguns dos personagens. Toda a obra envolveu um trabalho gigantesco e o resultado é excepcional. O "Anel do Nibelungo" é um épico e um verdadeiro petardo.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Clisthenes Pimentel 03/06/2021

O épico dos deuses nórdicos narrado por Wagner em sua ópera, adaptado para as páginas dos quadrinhos por P. Craig Russel
A ópera de Richard Wagner é largamente conhecida como um dos maiores feitos dentro da música clássica, trechos como A Cavalgada das Valquírias é de uma universalidade tão incontestável que é difícil encontrar alguém que não a tenha ouvido em algum momento em sua vida. Em O Anel do Nibelungo vemos esta obra atemporal ser transcrevida para a linguagem dos quadrinhos por P. Craig Russel.

A obra inspirada na mitologia Nórdica em seus poemas épicos e heroicos, nos conta uma trama de ganância e inveja que através de traições e manipulações acaba por levar ao fim dos deuses. Toda a trama gira em torno do Anel do Nibelungo, um artefato que ao ser possuído daria a seu senhor, o mundo, seu primeiro senhor ao se ver enganado e derrotado pela ganância dos deuses amaldiçoa esse anel para que quem o possuir caia em desgraça e assim a história vai se desenrolando até um final dramático e que enfim leva ao crepúsculo dos deuses.

Durante a leitura me chamou a atenção e me diverti fazendo diversas ligações com a obra de Tolkien, o que não é uma mera coincidência, uma vez que boa parte dos contos da Terra Média e de O Senhor dos Anéis terem também sido inspirados na mitologia nórdica. Mas isso não passa de coincidências uma vez que os dois criadores beberam da mesma fonte, o próprio Tolkien afirmou “ambos os anéis eram redondos, e é aí que a semelhança termina”.
Apesar de ter escutado a ópera, não falo alemão então, não posso atestar a fidelidade da adaptação, mas a mim pareceu que Craig consegue transmitir bem o tom épico em sua narrativa, em diversos momentos as expressões dos personagens me pareceram transmitir todo o sentimento que a música originalmente transmitia, a obra é tão boa que as mais de 400 páginas passam rapidamente sem que o leitor perceba.

A Edição da Pipoca e Nanquim como sempre é um show a parte com formato 17 x 26 cm, 448 páginas coloridas, capa dura com verniz localizado e fitilho marcador e o Miolo em papel couché brilho 115 g/m².

Este é um quadrinho que vale apena ter na coleção, principalmente para aqueles que são fãs de mitologia nórdica e porque não de J. R. R. Tolkien.


site: Resenha de O Anel do Nibelungo
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Nina 31/05/2022

Uma das melhores GN que eu já li
Achei uma excelente adaptação da ópera de Wagner. Belo e profundo além de nós fazer querer conhecer o mito.

Um daqueles livros que eu quero ler e reler.
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Yuri.Ferro 15/02/2020

À altura do ciclo de Wagner
Para ser um grande quadrinista é preciso ter o olhar do fotógrafo e a imaginação do escritor. Craig demonstra ter ambos os talentos em sua adaptação do ciclo wagneriano. As quatro óperas, de forma geral, não foram um sucesso musical por sofrerem de um mal recorrente às óperas: excesso de palavra/narrativa, as quais rebaixam o poder da música. O ciclo do anel, por si só, tem uma narrativa riquíssima, com um apelo visual tão forte que ainda é estranho imaginar como Wagner realizou sua criação no âmbito da ópera. Craig consegue se aproveitar desse apelo visual e narrativo, nos entregando um quadrinho que se põe à altura das expectativas wagnerianas.
caio.lobo. 04/12/2020minha estante
De certa forma o ciclo de óperas foi um sucesso, não comercial, que não era nem o objetivo de Wagner e nem tanto era esse o foco da música erudita até o início do século XIX. Porém foi uma ópera influente; influenciou na criação do Übermensch e o eterno de Nietzsche, influenciou Verdi, Puccini, Tchaikovsky, Carlos Gomes, Grieg e outros compositores e até Dom Pedro II quis trazer Wagner ao Brasil, encantado pelo cromatismo e filosofia wagneriana. Além disso Wagner inaugura a tradição de música cinematográfica antes mesmo de ver p nascimento do cinema (veja Star Wars que usa o recurso do Leitmotiv de Wagner). Por fim a ópera, de qualquer compositor que seja, tem de ser vista como uma obra muito além da música, pois engloba a poética, literatura, artes plásticas, teatro, arquitetura e decoração, é realmente a Gesamtkunstwerk (obra de arte total), por isso e bom conhecer e apreciar a arte em todos os seus planos




xblacky 30/12/2021

não tinha muito interesse em ler esse quadrinho, pois não conhecia a história da ópera adaptada aqui e achei que talvez não fosse tão interessante narrativamente.
porém recentemente resolvi dar uma chance, não só por interesse na semelhança com Senhor dos Anéis (não vou negar) mas pelo próprio interesse na história que foi despertado depois de ver o vídeo do PN e uma palestra no YouTube.
não só a arte é fantástica (fãs do Neil Gaiman já estão familiarizados)
mas como tb toda a história é envolvente e não dar pra parar de ler depois que engata, a gente sempre quer saber oq vai acontecer no próximo ciclo.
fãs de mitologia nórdica, fãs de ópera, fãs de Senhor dos Anéis e fãs de grandes fantasias, tem grandes chances de gostar disso aqui.
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André 24/12/2023

O amarelo é a fraqueza do Anel
P. Craig Russel se especializou em produzir quadrinhos com forte temática mítica - seja literalmente mitológico, como nessa obra ou aspirante à mitológico como nas aventuras de capa-e-espada do Elric de Melniboné de Moorcock, ou algo mais mítico-popular, como nas adaptações dos contos de fadas de Neil Gaiman (Coraline, O Livro do Cemitério, Caçadores de Sonhos, Ramadã) - com uma qualidade que remete quase que mais ao livro ilustrado que mais propriamente à história em quadrinho.
Nesse "O Anel do Nibelungo", temos a adaptação da ópera de Wagner, que por sua vez é uma adaptação dos mitos do Ciclo de Edda da mitologia nórdica para a veiculação das temáticas e problemáticas que ocupavam o romantismo alemão - como o dilema pensamento vs. ação, a natureza da virtude e da criação artística, e a oposição entre o indivíduo enquanto força criadora e enquanto sujeito às restrições da lei/palavra/sociedade.
Assim, acompanhamos na ópera a encenação de alguns dos principais mitos da Edda sob uma ótica bastante contemporânea (ao século XIX), com, por exemplo, Wotan e Brünhilde instanciando o dilema da obediência ou Siegfried como o herói romântico instanciando pura virtude (em um sentido bem diferente do cristão usual).
A obra é perfeita para acompanhar a ópera durante a leitura, fornecendo um complemento perfeito uma a outra - até para acompanhar a história para quem não entende alemão!
A graça de aprender mais tanto sobre a Edda quanto a própria ópera é entender melhor a raiz de muito da literatura (e cinema, e vídeo-games, quadrinhos, etc.) ocidental, tanto pela apropriação (brilhante) explícita de seus elementos em um Senhor dos Anéis, de Tolkien, quanto pelos ecos menos óbvios desses elementos: o que é o verme de areia de Duna, protetor de reservas inestimáveis de especiaria, senão um dragão a proteger seu tesouro?
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Donatti 25/03/2021

Épico
Adaptar uma ópera não deve ser nada fácil, mas Craig Russell consegue fazer isso com maestria, usando traços ricos e cores fortes para contar a história dos nibelungos, valsungos e dos deuses que vivem em Valhalla.
Wagner, ao compor sua obra, bebeu muito da fonte de uma antiga história, vinda da mitologia nórdica, mas, utilizando da própria imaginação, sua ópera recriou um novo universo fantástico. Com seus vários personagens (de nomes um tanto quanto diferentes e parecidos uns com os outros), a história pode se tornar confusa em alguns momentos, às vezes a pergunta "mas como isso está relacionado com a história?" vem à mente, mas espere e verá; as surpresas acontecem em cada página, com desfechos interessantes.
Essa adaptação só instiga ainda mais a ouvir a ópera completa que Wagner demorou 26 anos para finalizar, mas que nós só conhecemos alguns trechos, famosos em muitos filmes. Uma história épica que vale a pena conhecer. Sensacional!
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