Camilla 12/01/2013'Sou comida de cachorro. Não sei o que pensar disso'Não sei por onde começar. Não esperava nada disso do livro, ainda mais pelas resenhas, mas eu peguei pra ler porque eu queria fazer uma leitura pesada, pra desvirtuar um pouco dos clichêzinhos da minha meta. E nesse ponto, o objetivo foi completamente atingido, porque enquanto lia as coisas grotescas que M. submetia suas amantes, eu pensei: 'Por que eu simplesmente não comecei a ler Insaciável?'. Mas ao longo do livro, esses pensamentos foram sumindo.
Primeiramente: M. é um professor de faculdade de 48 anos, o tipo de pessoa que passa uma faixada de um cara legal. Mas não é o que Nora pensa: ela acha que M. assassinou sua irmã, Franny, que havia tido um caso com ele pouco tempo antes de sua morte. No diário de Franny, ela escreve algumas práticas horrendas que ele a submetia, uma delas é a zoofilia. Além disso, ele faz coisas MUITO terríveis com ela, fazendo com que Nora criasse ainda mais a ideia de que M. a havia matado. Nora vai atrás de M., e se torna sua submissa em troca, ele diz que lhe dará informações daquilo que passou com Franny (e não assume momento nenhum que a matou). Enfim, mesmo depois de passar noites escabrosas com o M., Nora começa a gostar de tudo o que ele faz (e nesse momento você passa a odiá-la). Com o passar do tempo, ela cria confiança nele, e começa a jogar a culpa da morte de sua irmã em outra pessoa, e o final é MUITO SURPREENDENTE, simplesmente por não ser um final completamente feliz, mas basta porque a justiça foi feita (não judicialmente, humanamente falando).
O porém é que se eu não soubesse que causar nojo era o objetivo da autora, eu deixaria o livro de lado. Porque sinceramente, eu consigo entender porque tantas pessoas largaram de mão. Faz Christian Grey e seus joguinhos parecerem uma colher de mel. E o que eu mais gostei sobre o livro de Laura foi que em momento algum o personagem principal desiste de ser quem é para satisfazer uma mulher, ela criou um psicopata nato. Ela me lembrou tanto Edgar Allan Poe, no bom sentido da coisa. Não me arrependo de ter lido, não depois dessa conclusão extraordinária.