Malle 05/01/2024
To Be Continued...
Minha resenha será mais direcionada a Phantom Blood que o 3° volume em si. Temos então o tão esperado encerramento do primeiro arco de Jojo's Bizarre Adventure, com o embate de Dio e Jonathan chegando ao fim. Phantom Blood é um arco que começa com algum semblante de organização, e termina em uma direção totalmente inesperada.
Jonathan Joestar é considerado, de longe, o Joestar mais fraco em caracterização da franquia: ele é o clichê do jovem burguês, cheio de cavalheirismos e boas intenções. É movido primariamente pela bondade e pelo desejo de fazer coisas certas. Vemos um lampejo do contrário no final do volume 3, com seu desejo por vingança a Dio ficando claro. Mas, apesar disso, ele é um perfeito contraponto ao antagonista, Dio Brando.
Dio foi um personagem criado como uma antítese a Jonathan. Oportunista, frio e cruel, seu destino como o portador do vampirismo da máscara de pedra o torna um vilão unidimensional; suas maldades são sem um grande motivo a não ser o poder. Ele mata sem rodeios, tortura e transforma todos em seus peões monstruosos. Mais ao final do terceiro volume, vemos Dio se tornar algo mais, um ser tão poderoso e de poderes desconhecidos que não chega a sequer fazer sentido dentro da história.
E é esse o meu problema com Phantom Blood.
A história fica tão doida, maluca, insana, que dá para perceber que saímos completamente dos trilhos e não iremos mais voltar. Ela é divertida em alguns pontos, como cavaleiros britânicos ressuscitados que se tornam mortos-vivos e Dio arranjando um jeito de sobreviver que o faz mais parecer o alien de A Coisa, mas em outros, fica tão sem nexo e cheia de exposição de fatos pelos personagens só para tentar fazer algum sentido. É, ao mesmo tempo, o ponto negativo e o positivo.
No final das contas, eu posso dizer que minhas frustrações foram em igual medida ao meu divertimento com Phantom Blood. Sinto que foi um ritual de passagem para o próximo arco, com o último volume encerrando com todo o drama e fanfarra que eu esperava.