Utopia Para Realistas

Utopia Para Realistas Rutger Bregman




Resenhas - Utopia Para Realistas


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Julinhafox 16/06/2020

"A dificuldade não está nas novas ideias, mas sim em escapar das antigas" (J.M Keynes)
De forma irreverente e instigante, o autor aborda não apenas a temática da renda básica universal, mas também sugere uma reflexão sobre nossas formas pré-concebidas de enxergar o mundo e a nós mesmos.
O livro é tomado por fontes, estudos, enfim, não lhe falta conteúdo - o que é excelente para quem quer se aprofundar no inúmeros assuntos levantados pelo autor.
Confesso que senti leve falta de uma autocrítica feita pelo autor dentro da temática que ele defende - às vezes, fica parecendo que a teoria é mágica ou milagrosa (ou utópica, para brincar com o título haha). Bem, talvez seja.

Recomendo para quem se interessa pelo assunto e para quem gosta de refletir sobre a sociedade.
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Fabio.Nunes 25/04/2024

Abre as portas para um bom debate
Utopia para realistas: como construir um mundo melhor - Rutger Bregman
Editora: Sextante, 2018.

Iniciei a leitura desse livro com uma certa desconfiança. ?Lá vem um branquelo, europeu, de chinelo havaianas, que nunca passou as reais dificuldades de um trabalhador de um um país pobre, falar de forma romântica sobre como solucionar os problemas do mundo.? Admito - julguei mal.
Este livro fala de uma utopia possível. Uma utopia que aponte fins, e não se furte de ser reavaliada a cada passo do caminho. Para tanto, o autor inicialmente nos adverte que vivemos na ?Terra da Abundância?, fazendo jus aos progressos materiais proporcionados pelo capitalismo, mas denunciando alguns dos vários problemas gerados por esse sistema produtivo (motivo pelo qual uma utopia é necessária).

?O credo moderno - ou pior, a crença em que não há mais nada em que se acreditar - impede-nos de enxergar a miopia e a injustiça que ainda nos cercam diariamente.?

?Mas a verdadeira crise do nosso tempo, da minha geração, não é não termos uma vida boa, ou mesmo que ela possa piorar mais tarde.?
(...)
?As melhores mentes da minha geração estão pensando em como fazer as pessoas clicarem em anúncios.?

E toda sua ideia de utopia para um mundo melhor é embasada em três pilares: renda básica universal (RBU), jornada semanal de trabalho de 15 horas e abertura total de fronteiras para mão-de-obra.

RENDA BÁSICA UNIVERSAL

O autor aqui apresenta estudos que comprovam que receber dinheiro grátis não torna as pessoas preguiçosas. E ainda ataca um elemento fundamental dessa crítica: a ideia de que a pobreza é fruto da preguiça e, portanto, um defeito moral, e não apenas falta de dinheiro.

?em qualquer lugar onde você encontra pobres você também encontra pessoas não pobres teorizando sobre a inferioridade e a disfunção cultural deles.?

Alega também que a RBU teria a vantagem de ser muito mais barata do que os atuais sistemas de assistência social e que é o melhor meio de atacar a desigualdade (tanto de oportunidades quanto de riqueza) e a pobreza. Sobre esta última o autor afirma que acreditamos na ?falácia de que a vida sem pobreza é um privilégio que só pode ser atingido com muito trabalho e não um direito que todos merecemos ter.?

O livro aborda também uma crítica ao Produto Interno Bruto (PIB), à maneira com que é elaborado e utilizado para tomada de decisões.

?O banqueiro que vende indiscriminadamente o máximo de hipotecas e derivativos para faturar milhões em bônus contribui mais para o PIB hoje do que uma escola repleta de professores ou uma fábrica de automóveis cheia de mecânicos. Vivemos num mundo em que parece ser regra corrente que quanto mais vital for a sua ocupação (limpar, amamentar, ensinar), menos você conta no PIB.?

JORNADA SEMANAL DE 15 HORAS

Aqui Bregman defende que há ganho em qualidade de vida com mais tempo livre para as pessoas. E ao tentar responder a pergunta ?o que a redução das horas de trabalho vai de fato resolver?? o autor nos apresenta outra: ?existe alguma coisa que trabalhar menos não vai resolver??
Estresse, mudanças climáticas, acidentes, desemprego, emancipação feminina, desigualdade e envelhecimento da população são pontos que seriam diretamente afetados com a redução de carga horária no trabalho.

?A alternativa é que, em algum momento neste século, possamos rejeitar o dogma de que é preciso trabalhar para viver. Quanto mais rica uma sociedade se torna, menos eficaz será o mercado de trabalho para distribuir prosperidade.?

Aborda também a preocupação com as inovações tecnológicas - mas sem demonização -, apresentando dados alarmantes para os próximos 20 anos quanto aos empregos. Informa que, pela primeira vez, a produtividade da humanidade está em nível recorde, a inovação nunca foi tão rápida e, mesmo assim, temos a renda média em queda e menos empregos.

?Se quisermos continuar recebendo os benefícios da tecnologia, nos restará apenas uma escolha, que é da redistribuição. Redistribuição em massa. Redistribuição de dinheiro (renda básica), de tempo (semana de trabalho mais curta), de impostos (sobre o capital, não sobre o trabalho) e, claro, de robôs.?

ABERTURA DE FRONTEIRAS

No capitalismo de hoje o mundo está aberto para tudo, menos para pessoas. O autor afirma que abrir as fronteiras para a mão de obra ? não apenas para bens, serviços e mão de obra altamente qualificada - aumentaria muito mais a riqueza mundial (e apresenta dados que corroboram sua narrativa).
O problema aqui é que ele não cita nem ataca o maior problema com relação às fronteiras: as ideologias nacionalistas.

Em resumo, este é um livro que pode causar estranhamento inicial, mas que é conduzido numa linguagem muito acessível. Ainda que possa gerar objeções, o objetivo do autor aqui é bastante claro: abrir as portas para o debate. E só por isso esta é uma leitura que recomendo.

?Uma jornada de trabalho semanal de 15 horas, uma renda básica universal e um mundo sem fronteiras... São todos os sonhos malucos - mas até quando??
Fabio 26/04/2024minha estante
Mais um resenha impecável meu amigo!
Sua escrita esta ficando cada vez mais apurada!!!
Parabéns!


Fabio.Nunes 26/04/2024minha estante
Que isso irmão. Vindo de vc isso é mais que um elogio. Obrigado!




LisboaPB 23/10/2023

Algumas observações são bem pertinentes sobre a razão e a manutenção da pobreza. Principalmente sobre a renda básica universal. Porém o final do livro acho que fugiu um pouco do objetivo.
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Tiago.Zulian 10/05/2020

Uma realidade possível
O autor apresenta suas inovadoras ideias como renda universal e explica com clareza o conceito de que a utopia termina quando é alcançada, por isso estimula os leitores a refletirem sobre realidades possíveis e questionar suas convicções.
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Saulo.Tarso 07/06/2020

Leitura necessária, independente de sua convicções políticas.
Nesta obra o autor holandês Rutger Bregman traz provocações e reflexões que abordam temas como: o combate à desigualdade, redução da jornada de trabalho, políticas alternativas para o combate ao desemprego, entre outras. O autor nos faz sonhar alto por um futuro melhor, porém sem tirar os pés do chão. Mesmo que alguns planos propostos ainda estejam distantes de nossa realidade, a leitura sobre utopias é necessária para expandirmos nossos horizontes políticos e sociais.
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Ana 21/05/2021

"A verdadeira crise é que não conseguimos pensar em como seria um mundo melhor"
Um dos melhores livros que já li, em que o autor trás soluções realistas e factíveis de como melhorar o mundo para todos, com dados e pesquisas que derrubam as afirmações muitas vezes idealistas e preconceituosas para essas ideias não serem postas em prática. Uma leitura capaz de nos encher de esperança, algo tão escasso hoje em dia, pelo futuro.
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Marcela.Sanchez 30/01/2021

Adorei
Um livro que aborda de forma inteligente o impacto positivo da renda básica universal como uma maneira eficiente de resolver problemas socioeconômicos tais como a pobreza extrema,desigualdade social, segurança e saúde pública. Bem bacana!
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Gustavo.Borba 13/12/2018

Utopia Para construirmos
Utopia para realistas: Como construir um mundo melhor, de Rutger Bregman. Ed. Sextante. Este livro ficará marcado por alguns bons motivos. O primeiro é que ele me foi presenteado pela editora após participar de meu primeiro sorteio via Instagram. Foi mesmo uma surpresa. Outro motivo foi porque este livro foi o escolhido para o dia da eleição, em que depositei meu voto de esperança de que o progresso, o conhecimento, a educação superariam o ódio, o preconceito, a violência, a barbárie. Infelizmente, perdemos essa oportunidade histórica. Mas outro motivo pelo qual me lembrarei deste livro é pelas suas propostas progressistas e inimagináveis em um país do capitalismo central. O autor é holandês e escreve para jornais de alcance mundial, como The Washington Post e The Guardian. No entanto, suas propostas são arrojadas e inesperadas para alguém tão próximo do centro do capitalismo. Ele inicia discorrendo sobre o que é utopia e seu papel para nos fazer continuar buscando o que há de melhor. Mostra que alcançamos uma antiga utopia, mas que ela não foi suficiente para a humanidade e demonstra, utilizando os conceitos anteriores, a necessidade de novas utopias. É aqui que entram suas propostas de renovação social arrojadas e progressistas. Resumindo, ele faz a defesa da renda básica para todos os cidadãos do mundo (à la Eduardo Suplicy), além de se garantir residência a todas as pessoas, inclusive pessoas que estão sem moradia e vivem nas ruas, redução da jornada de trabalho para apenas 15 horas semanais, tudo isso sem nenhuma condicionalidade para acessar tais ?benefícios? e para garantir que todos tenhamos mais tempo para desenvolver nossos interesses, nossa vida familiar e nosso descanso. Tudo com muitos dados de experiências concretas e estudos sérios quanto à viabilidade econômica. Antes que pensem se tratar de um ?vermelho?, o autor afirma defender o capitalismo, mas que este precisa aprimoramentos para continuar sendo viável. Um livro maduro, que indico para todas as pessoas, a fim de acreditarem que um outro futuro é possível. Maravilhoso. Leitura concluída em 16/10/2018.
Thiagookling 25/01/2021minha estante
logo na minha primeira atualização sobre o status de leitura, falei: propaganda capitalista com ideias progressistas, e tua observação vai de encontro a isso.

Inicialmente muitas pessoas falariam de cara se tratar de doutrinação comunista (já que no Brasil atual tudo se resume à isso).
Mas acho que ele faz uma reparação necessária, sobretudo àqueles que julgam o dinheiro sujo. O problema não está no dinheiro, mas sim em como o temos usado.




Tama 01/10/2020

Excelente! Esclarecedor!
Discorre clara e solidamente sobre um enorme viés que sempre assombrou a humanidade. E chama para a responsabilidade de sobrepujá-lo de uma vez por todas.
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Kira Kastro 26/01/2022

IRREFUTÁVEL
Bela argumentação, faz jus ao título. Li porque vi esse livro no booktok numa listinha de "livros que fariam vc olhar pro teto às 3 da madruga", valeu a pena e de fato eu vou refletir bastante sobre o que li ainda. Leiam, é curto, compreensível e sensato.
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Alice Braga 28/03/2023

Amei o livro "Humanidade" e comprei este sem nem ler a resenha. É interessante a forma e argumentos utilizados ao longo do livro, que nos mostram como poderíamos mudar o mundo para milhares de pessoas e os entraves para tal. No entanto, não me pegou como o livro anterior, esperava mais, não foi tão bom ou talvez não tenha lido no momento certo.
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juliabmelo 15/01/2022

nosso ultrapassado estado de bem-estar social
Bregman abre o livro com um capítulo introdutório sobre como somos mais ricos do que nunca antes visto na história da humanidade e, brilhantemente, passeia por temas como renda básica e jornadas de trabalho exaustivamente longas, questiona conceitos de progresso econômico e o messianismo dos países capitalistas desenvolvidos. tudo isso em um discurso bem-amarrado, induzindo-nos a refletir como nossos estados de bem-social estão ultrapassados, repercutindo em nosso potencial criativo e social individual.
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Rennanzinho 25/07/2021

Um debate profundo sobre o papel do governo e do progresso
O historiador Rutger Bregman usa uma fórmula simples: inicia cada capítulo com a narração de um acontecimento histórico, introduz uma tese e apresenta inúmeros resultados empíricos, estatísticas, experimentos sociais e conceitos das mais diversas áreas do conhecimento para validar suas teses. Não se prende à discussão rasa entre direita e esquerda e, por isso, encontra boas contribuições de líderes e intelectuais de todo o espectro ideológico para argumentar a favor do que propõe. E o que propõe é o resgate de projetos "utópicos" de um Estado de bem-estar social, tais como renda básica universal, jornada de trabalho de 15 horas semanais, taxação progressiva do capital e abertura de fronteiras. Vale observar seu rigor metodológico e zelo na referenciação de trabalhos citados, dando qualidade à sua pesquisa científica. Um texto rico e provocativo no melhor estilo.
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Gui 24/10/2020

É um livro interessante, mudou minha perspectiva sobre algumas banalidades sociais que eu pensava se forma errônea. O autor mostra os causadores dos problemas sociais e mostra tbm inúmeras pesquisas sociais que foram feitas sobre os métodos que acabariam com tais problemas. É um livro fora do meu padrão de leitura, mas adorei bastante ler.
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