spoiler visualizarthapark 19/10/2020
Como nos ensina a história, o fascismo não acontece de repente e, muitas vezes, encontra sua porta de entrada pela via eleitoral. É por isso que “temos de estar atentos ao ataque aos valores democráticos que ganha força em tantos países (…) a liberdade só sobreviverá se defendida, e as mentiras só cessarão se forem expostas.”
Estas são as palavras de alerta da autora que, na condição de ex-secretária de Estado dos EUA, teve oportunidade de se encontrar pessoalmente com alguns déspotas da atualidade - inclusive Kim Jong-un, “exemplo de um verdadeiro fascista” -, e testemunhar como eles violam as instituições democráticas para concentrar poder e criar as condições necessárias à tirania.
A partir de uma reflexão detalhada de figuras autoritárias, que vão além de Mussolini e Hitler, tais como Mosley, Franco, Salazar, Kim Jong-un, Peron, Torrijos, Hugo Chávez, Maduro, Erdogan, Putin e Orbán, a autora chega a importantes conclusões que devem servir como ensinamento à qualquer cidadão que preze pela democracia:
- ao invés de julgarmos o regime democrático comparando-o com os regimes totalitários que o precederam, nos tornamos mimados e passamos a exigir sempre mais sem ter que arcar com os custos.
- medidas antidemocráticas como constituições reformadas, ataques à imprensa, desumanização do outro, acusações a legitimidade do processo eleitoral, investigações de fachada, cooptação do poder legislativo, muitas vezes são bem-recebidas por parte da população especialmente quando se acha que tais medidas favorecerão seus semelhantes.
- em média uma em cada cinco pessoas sente-se atraída por opções não democráticas, principalmente entre aqueles sem educação superior e insatisfeitos com as circunstâncias econômicas.
- o fascista é alguém com profunda identificação com um determinado grupo ou nação em cujo nome se predispõe a falar, que não se importa com o direito de terceiros e está disposto a usar os meios necessários, inclusive a violência.
- o que torna um movimento fascista não é a ideologia ou o populismo.
- o fascismo não está ligado apenas ao exercício do poder, mas à piora nos padrões trabalhistas, liberdade de imprensa, liberdade religiosa e direitos humanos.
Na época em que vivemos, é crucial se educar, não só para entender o que está em jogo, mas para entender que a sua opinião (inclusive de defesa a regimes e atos autoritários) só pode ser manifestada num ambiente democrático.
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