DomDom 27/12/2020O nome Bernard Cornwell já me chamava a atenção há anos, mas, até então, nunca tinha surgido uma oportunidade de ler algo dele. Quando "Tolos e Mortais" apareceu como opção de leitura, não pensei duas vezes. Juntar Cornwell e Teatro (minha área de formação), foi uma ideia pra lá de interessante.
A trama é narrada pela visão de Richard Shakespeare, irmão mais novo do grande dramaturgo inglês, William Shakespeare. A cada página virada, vamos sendo apresentados a rotina de uma companhia teatral de uma das épocas mais interessantes da História do Teatro. Egos inflados, talentos desperdiçados, cobiça, jogos de interesses, incertezas da profissão, concorrências entre companhias, etc., são alguns dos temas abordados brilhantemente pelo autor. A parte legal é que o Bernard conseguiu balancear a parte teatral: narrando processos dos ensaios das peças, as tomadas de decisões sobre qual peça apresentar, escolhas de elenco, criação de figurinos, maquiagem e cenários, as apresentações; e a parte pessoal: mostrando um pouco sobre a vida de Richard fora do trabalho, suas amizades, romances e hobbies.
"Somos atores e adoramos uma plateia. Às vezes, quando uma encenação não vai bem, é fácil pensar na plateia como o inimigo, mas, na realidade, a plateia faz parte da peça, porque o público interfere na maneira como atuamos." Página 245
A parte triste é que, apesar de estar lendo uma trama ambientada no Século XVI, podemos observar que os profissionais de Teatro hoje em dia ainda sofrem os mesmos problemas do que as personagens do livro.
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