Naty__ 22/08/2019Stephen é Stephen… E quando estamos diante das obras desse autor não importa a fila, a gente passa na frente e só sorri por ter um exemplar tão lindo em mãos.
O lugar:
A cidade de Castle Rock foi palco de alguns acontecimentos estranhos há muitos anos. Existem três formas de se chegar até Castle View a partir dessa cidade: pela rodovia 117, pela Estrada Pleasant e pela Escada Suicida. Há um mistério nesta última, pois duas pessoas se suicidaram nela.
A personagem:
O livro inicia em 1974, quando Gwendy Peterson tinha apenas 12 anos, além de ter preocupações com seu peso excessivo e o bullying na escola. Em todos os dias do verão, a garota vai até a Castle View pela escada, subindo em ziguezague. Ao ver que consegue enxergar a ponta dos seus pés com a coluna ereta (como os colegas de escola zombavam dela, que toda garota deveria conseguir), isso lhe dá mais disposição para continuar. Seu ritmo começa a melhorar e ela passa a correr.
O homem e seu chapéu:
Certo dia, um homem a chama no alto. Ele usava um chapéu e parecia velho, segundo ela. Por isso, não deveria conversar com ele. Porém, o estranho insiste. E, com muito custo, a garota cede. Richard Farris, o até então desconhecido, dá uma caixa muito especial para Gwendy. Mas, afinal, por quê? Por que logo ela? Para quê?
A caixa:
O objeto recebido, capaz de produzir algo delicioso e mágico, também é cheio de botões coloridos. Ele será capaz de transformar a vida de Gwendy, só que ela não sabe muito bem disso. Tudo o que sabemos é que o botão vermelho realiza os desejos do guardião da caixa. Existem outras cores, também, mas não vou dizer uma por uma para não perder o encanto de ler e descobrir o que acontece. Detalhe… cada cor representa um continente e a cor preta representa o mundo.
Com essa caixa em mãos a protagonista precisa ter responsabilidades, afinal, ninguém poderá saber desse segredo. Ninguém. Com isso, ela precisará lidar com as consequências desse poder em mãos. O que essa caixa tem de tão diferente? Por que é necessário esconder das pessoas?
A caixa tem o poder de realizar coisas capazes de levar a felicidade à garota, todavia, ao mesmo tempo, isso pode representar um grande perigo.
Sobre a obra:
A história é repleta de magia, de encanto e a gente fica ansioso e curioso para saber o que acontece com a garota e a caixa misteriosa. Tudo é bem pensado e nos passa uma lição, nos faz refletir como é e como seria o comportamento humano quando exposto a situações que lhe atribui poder.
Senti que a premissa foi uma ótima proposta, mas o que se observa é apenas a promessa de uma história que tinha tudo para ser mais detalhista, ter sido mais explorada. A quantidade de páginas me deixou receosa quanto a isso. Porém, não é uma obra mal elaborada, que não deixa respostas durante a leitura; não é nada disso. O livro cumpre com o que promete, no entanto, o leitor espera que tenha mais, que vá além do básico.
Não é o típico desfecho que estamos acostumados nos livros do King, isso é fato. Todavia, a obra é uma ótima pedida para ler aos filhos, sobrinhos e até mesmo presentear um adulto.
Sobre os autores:
King é o mestre do terror e, nesse caso, não é necessário falar tanto dele, já que é muito conhecido no mundo literário. Quanto a Richard Chizmar, ele é fundador e editor da editora Cemetery Dance Publications, dedicada ao terror e ao suspense. Ele participa de revistas e antologias.
Nessa história, King teve a ideia do enredo, mas não conseguiu desenvolvê-la. Decidiu então entregar ao Chizmar para finalizá-la. Quem conhece as obras do King consegue perceber que a história é sua, com as suas características. No entanto, no quesito personagens a coisa muda e percebemos a superficialidade nisso.
Sobre a edição:
A beleza vai além da capa e contracapa. O trabalho interno é bem feito, os números das páginas são diferentes e os traços mostram que a editora teve todo um capricho para deixar a obra chamativa. A cor da capa é bem diferente, atraente e tem tudo a ver com a história.
Ainda observamos ilustrações, o que deixa a história mais real e aconchegante. Não encontrei erros de revisão e nem tampouco uma tradução mal feita. Foi tudo muito bem encaixado, inclusive com expressões que aproximam o brasileiro à história.
É uma obra que poderia ser melhor? Sim, sem dúvidas. Mas é uma edição que faço questão em ter na estante, preenchendo a minha coleção. King continua sendo King, ainda que tenha um deslize ou outro… Um defeito aqui ou acolá não tira o mérito dele e nem de suas obras.
Resenha para: http://www.revelandosentimentos.com.br/
site:
http://www.revelandosentimentos.com.br/2019/03/resenha-pequena-caixa-de-gwendy.html